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As faces de Deus, segundo Saramago. Entrevista especial com Salma Ferraz

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04 Julho 2009

“Sua obra é uma catedral, ao longo da qual ele vai metodicamente desconstruindo a concepção judaico-cristã de um Deus justo e bondoso”, avalia a crítica literária e ensaísta Salma Ferraz, referindo-se à obra de José Saramago. Conhecido por questionar a existência de Deus, o escritor português é fascinado pelo tema e, segundo a autora, “apaixonado pela Teologia e pelos personagens bíblicos em geral”. Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, Salma explica que tal admiração se justifica pelo fato do autor estar “imerso numa cultura que foi moldada pela ideia de Deus que está impregnada no DNA da civilização Ocidental”. E enfatiza: “Isto seduz Saramago e faz com que ele produza, a partir desta ideia, as melhores páginas da literatura universal contemporânea”.

Salma Ferraz graduou-se em Letras, pela Faculdade Hebraico Brasileira Renascença de Letras, de São Paulo, e especializou-se em Literatura Brasileira e Literatura Infantil, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É mestre e doutora em Literatura Portuguesa, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Atualmente, é professora de Literatura Portuguesa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e atua no Programa de Pós-Graduação de Literatura com a linha de Pesquisa Teopoética - Os Estudos Comparados entre Teologia e Literatura. Entre seus livros, citamos O Quinto Evangelista (Brasília: UNB, 1998), As Faces de Deus na Obra de um Ateu (Juiz de Fora: UFJF, 2004) e No princípio era Deus e ele se fez Poesia (Acre: UFAC, 2008).

Confira a entrevista.

IHU On-Line - Como José Saramago relaciona Teologia e Literatura em sua obra?

Salma Ferraz - Digamos que Saramago é apaixonado pela Teologia e pelos personagens bíblicos em geral. Mas é especificamente na obra O Evangelho segundo Jesus Cristo que ele mergulha profundamente em assuntos teológicos, permitindo que Jesus, ficcionalmente, dê a sua versão dos fatos. E a versão de Saramago para os Evangelhos é muito diferente dos Evangelhos do Novo Testamento.

IHU On-Line - De que maneira Deus se faz presente na obra de José Saramago? E que Deus é esse?

Salma Ferraz - Ao longo de sua obra, ele vai apontando perfis de Deus que o incomodam. Em Terra do Pecado, seu primeiro romance, critica um Deus que não gosta de prazer e de sexo; em Memorial do Convento, critica aqueles que edificam grandes catedrais para Deus; na peça de teatro In Nomine Dei, critica as guerras que se fazem em nome de Deus. Finalmente em O Evangelho segundo Jesus Cristo, Saramago questiona o Deus de Amor que deixa que seu único filho seja crucificado e que não concede o perdão a Lúcifer.

IHU On-Line - Saramago empenha-se em desconstruir a concepção judaico-cristã de Deus. Que outras facetas o escritor ateu revela sobre Deus?

Salma Ferraz - Sua obra é uma catedral, ao longo da qual ele vai metodicamente desconstruindo a concepção judaico-cristã de um Deus justo e bondoso. As facetas reveladas apontam um Deus egoísta, que oferece seu filho único como sacrifício, não perdoa Lúcifer e castiga mais os justos do que os injustos.

IHU On-Line - Considerando que Saramago não acredita em Deus, qual é, para a senhora, a sedução que a discussão divina exerce sobre o autor?

Salma Ferraz - Mesmo sendo ateu, Saramago está imerso numa cultura que foi moldada pela ideia de Deus que está impregnada no DNA da civilização Ocidental. Você pode ser ateu, mas conhece a ideia de Deus. Isso seduz Saramago e faz com que ele produza, a partir desta ideia, as melhores páginas da literatura universal contemporânea.

IHU On-Line - Qual é a sua leitura da interpretação de Saramago sobre Deus?

Salma Ferraz - Para mim, o autor é seduzido pela ideia de Deus. Esta imagem, este personagem, esta entidade, provoca no autor uma mistura de admiração e angústia. Ele se comporta como se fosse uma espécie de quinto evangelista, que por meio da ficção é capaz de dar sua versão para os fatos.

IHU On-Line - Podemos identificar na obra de Saramago uma crítica ao Cristianismo?

Salma Ferraz – Sim. Para ele, o Cristianismo já nasceu com uma das mais violentas e sangrentas imagens da história da humanidade: Jesus pendurado numa cruz. Eu também questiono o fato de que a imagem que perdurou no Cristianismo foi a de Jesus crucificado e não a de Jesus ressuscitado. Voltando a Saramago, ele critica as mortes causadas pelo Cristianismo. No seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo, ele faz um dicionário tétrico de todos os mortos em nome da fé. É de assustar.

IHU On-Line - Na obra O Evangelho segundo Jesus Cristo, o autor apresenta Jesus a partir de uma perspectiva anti-religiosa. O que, na sua opinião, justifica o empenho de romancistas em revisitar e construir uma nova leitura sobre os textos bíblicos?

Salma Ferraz - Os personagens bíblicos são riquíssimos. Veja José vendido por seus irmãos, observe Moisés enfrentando o faraó, contemple Jó questionando a justiça de Deus. Aliás, a exegese que mostra Jó como uma pessoa humilde é errônea. Jó questiona a justiça de Deus e Deus se irrita, mostrando seu poder. Outro exemplo de riqueza e silêncio econômico é o episódio de Abraão e o sacrifício de Isaac. O texto bíblico é muito econômico nos detalhes. Que pensou Isaac quando seu pai levantou o cutelo? Como foi a vida dos dois depois disso? Esta riqueza faz com que estes personagens migrem das páginas da Bíblia para a ficção.

IHU On-Line - Para Saramago, Deus é culpado também pelos problemas da humanidade. Assim, ele apresenta um Deus humano?

Salma Ferraz - Para Saramago, os únicos deuses são os pobres seres humanos, anjos aleijados sem possibilidade nenhuma de levantar voo. Para ele, esta vida, só esta, já é muito trágica para que os humanos se preocupem com o que virá depois. Tudo o mais é muito pesado e angustiante.

IHU On-Line - A Literatura pode influenciar a percepção das pessoas sobre Deus?

Salma Ferraz - A Literatura faz perguntas para as quais a Teologia não tem resposta. Por que sofremos? Qual o futuro dos humanos? O Deus bíblico não é o mesmo da Literatura. O Deus bíblico se aceita pela fé enquanto o Deus da Literatura tem seu caráter e justiça questionados.



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