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O mundo é tão desigual como em 1800. E não é uma boa notícia

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10 Janeiro 2022

 

"O mundo de hoje assemelha-se ao do início do século XIX, com uma diferença significativa: o Ocidente não pode mais pensar em construir sua futura prosperidade sobre o colonialismo de velho estampo, com pilhagens e escravidões, e nem mesmo sobre aquele do início do milênio sob a forma de investimentos diretos em países estrangeiros com custos do trabalho e proteções muito baixos", escreve Stefano Feltri, jornalista e diretor de Domani, em artigo publicado por il Fatto Quotidiano, 09-01-2022. A tradução é de Luisa Rabolini. 

 

Eis o artigo. 

 

No último dia de 2021 escrevemos que durante todo este ano em Domani iremos tratar de desigualdade, porque é um tema tão relevante que merece doze meses de indagação, pois poucas coisas desestabilizam uma sociedade democraticamente organizada como o desequilíbrio de renda, bem-estar e oportunidade. Para iniciar essa jornada, uma questão delicada deve ser enfrentada: a desigualdade está aumentando? Ou é apenas a nossa sensibilidade ao tema que mudou?

Algumas das respostas podem ser encontradas na última versão de um trabalho de Lucas Chancel e Thomas Piketty, um paper publicado em dezembro pelo World Inequality Lab que dá continuidade à linha de pesquisa iniciada há mais de uma década pelo agora famoso autor de O Capital no século XXI. Se considerarmos a mais conhecida das medidas de desigualdade, o índice de Gini, vemos que em nível global a desigualdade está até diminuindo. É possível que todo esse debate seja um equívoco? Problema resolvido?

O índice de Gini é um indicador que vale 0 se todos os indivíduos do grupo de referência têm a mesma renda e 1 se apenas um indivíduo obtiver toda a renda produzida. O Índice de Gini valia 0,6 em 1820, depois a desigualdade aumentou de forma constante por quase um século e no início do século XX (1910) valia 0,72. Nas décadas sucessivas oscila, primeiro cai e depois sobe, depois de 90 anos, ou seja, em 2000 está novamente em 0,72 enquanto depois de duas décadas do século, ou seja, em 2020, caiu para 0,67.

A desigualdade, portanto, pareceria ser um problema em vias de ser superado: o mundo parece menos desigual hoje do que em 1910. No entanto, temos uma percepção do contrário, tanto que dos Estados Unidos à Itália e à França estão avançando partidos e lideranças populistas que se tornam campeões das vítimas da desigualdade, o vasto povo dos oprimidos pela globalização.

Mesmo se considerarmos a parcela de renda dos 10% mais ricos da população mundial, dos 40% mais ricos (a classe média) e dos 50% mais pobres, ou seja, todos os outros, o mundo parece bastante estável ao longo das décadas. Os 10% mais ricos podiam contar com 50% da renda em 1820, percentual que sobe para 61% em 2000 e depois cai um pouco, para 55% em 2020. Os 50% mais pobres da população mundial sempre se deram mal, tinham 14% da renda em 1820, apenas 7% em 1910, até 5% em 1980, depois recuperaram um pouco e em 2020 novamente 7%. Ainda assim, os revoltados têm a percepção de que a situação está piorando, que a desigualdade está explodindo, enquanto os economistas parecem contar uma desigualdade estrutural, tão antiga quanto o mundo ou pelo menos tão antiga quanto o nosso mundo contemporâneo, ou seja, um par de séculos. Quem está certo? Tanto os revoltados quanto os economistas estão certos.

A explicação é que o índice de Gini e outros indicadores medem a distribuição de renda em nível global, como se todos os indivíduos vivessem em um único, grande país. Mas no mundo real não é assim. Existe uma desigualdade entre países - por exemplo, a diferença entre o PIB dos Estados Unidos e o do México - e uma dentro dos países, que registra a distância entre a renda de um afro-americano de Chicago e a de um engenheiro de São Francisco.

Se olharmos para esses dois tipos distintos de desigualdade, a história muda bastante. Se considerarmos a desigualdade entre países, vista como a razão entre a renda média dos 10% mais ricos e os 50% mais pobres, cresceu de forma constante de 1820 a 1910, 1980 e depois começou a declinar.

A desigualdade dentro de cada país, calculada da mesma forma, aumentou gradualmente entre 1820 e 1910, depois caiu drasticamente entre 1910 e 1980, quando a tendência se inverteu e começou a aumentar para voltar ao ponto de partida, ou seja, aos níveis do início do século XIX século (a desigualdade dentro dos países é calculada subtraindo a desigualdade entre países da desigualdade total, ou seja, aquela obtida assumindo que cada país tenha apenas cidadãos com renda igual à renda média).

Um dos principais resultados do trabalho de Chancel e Piketty é entender como mudou a desigualdade: em 1820, a desigualdade entre países representava 11% da desigualdade total, em 1980 57%, em 2020 apenas 32%. O resto é desigualdade dentro dos países.

 

De volta ao passado

 

Como pode se ver, o debate sobre a desigualdade é muito mais complexo do que pode parecer quando a análise se concentra apenas nos super ricos, embora sejam uma parte significativa do problema (a parcela da renda global do 1% mais rico subiu de 20% em 1820 para 26% em 1910, para depois cair para 16% em 1970 e voltar para 20% em 2020).

A análise de Chancel e Piketty sugere uma possível explicação para o que está acontecendo: entre 1820 e 1910, os países ocidentais construíram seu bem-estar graças ao colonialismo, garantindo aos seus cidadãos níveis de renda que seriam impensáveis sem poder desfrutar dos recursos (físicos, ambiental, humano) tirados de outros.

Depois, no século XX, o colonialismo acabou enquanto, ao mesmo tempo, nos Estados Unidos e especialmente na Europa, as políticas social-democratas redistribuíam a renda dos mais ricos para a classe média, para que a desigualdade dentro dos países também se reduzisse.

Os anos 1980 marcam o ponto de virada, as oportunidades da globalização levam os governos ocidentais a reduzir tutelas e redistribuição, outros países - a China em particular - desenvolvem uma classe média e reduzem sua distância (em conjunto) das economias industrializadas. O preço, no entanto, é que a desigualdade aumenta dentro dos países ocidentais individualmente.

Se olharmos para a classe média global, que é o grupo de pessoas que compõem 40% da renda, a parcela europeia e estadunidense se expande até meados do século XX, depois começa a encolher, enquanto a Ásia que tinha mais de 5% da classe média global em 1820 cai para quase zero na década de 1940 (culpa da China de Mao) e depois recupera seu espaço entre 2000 e 2020.

Perder o status de classe média é um trauma social, individual e coletivo: nos países autoritários, ver a China de um século atrás, o descontentamento é reprimido com sangue. Nas nossas democracias ela se manifesta nas urnas com apoio a partidos com propostas radicais e muitas vezes reacionárias sob o verniz do soberanismo.

 

As tensões subterrâneas

 

É fácil se perder entre todos esses números e porcentagens, mas a síntese a que nos traz o trabalho de Chancel e Piketty é simples e coerente com os medos dos revoltados, e não com as garantias que vêm do 1% mais rico (ou mesmo dos 10% mais ricos, aos quais quase certamente pertencem todos os leitores deste artigo, mesmo que não estejam cientes disso).

O mundo de hoje assemelha-se ao do início do século XIX, com uma diferença significativa: o Ocidente não pode mais pensar em construir sua futura prosperidade sobre o colonialismo de velho estampo, com pilhagens e escravidões, e nem mesmo sobre aquele do início do milênio sob a forma de investimentos diretos em países estrangeiros com custos do trabalho e proteções muito baixos. A urgência da crise ambiental leva até as economias mais ricas a arcar com os custos adicionais que até agora repassaram ao resto do mundo, subtraindo recursos adicionais do bolo cujas fatias se tornaram cada vez mais desiguais.

Tudo isso não é um problema para os que estão no topo, mas é um problema para todos os demais: entre 1980 e 2020, anos de crescimento robusto em quase todos os lugares, exceto na Itália, o 1% mais rico obteve 23% dos benefícios do crescimento geral das rendas reais per capita, enquanto os 50% mais pobres apenas 9%.

Manter unidas sociedades construídas e amadurecidas com outras premissas – ou seja, com base numa estável desigualdade entre os países e num declínio da desigualdade interna – não será nada fácil. É por isso que é bom discutir a respeito em profundidade, aqui no Domani.

Este artigo é baseado no paper Global Income Inequality, 1820-2020: The Persistence and Mutation of Extreme Inequality de Lucas Chancel e Thomas Piketty. Economistas ou outros cientistas sociais interessados em contribuir para o debate pode escrever para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. 

 

Leia mais

 

  • “As desigualdades cresceram em todas as partes, mas não no mesmo ritmo”. Entrevista com Lucas Chancel
  • A igualdade recomeça a partir do clima. Artigo de Thomas Piketty
  • “É hora de redistribuir a riqueza”. Entrevista com Thomas Piketty
  • Capital e ideologia de Thomas Piketty: um breve guia de leitura
  • A construção histórica da desigualdade: Análise à luz do livro Capital e Ideologia de Thomas Piketty
  • Piketty: “A desigualdade no Brasil é da Europa no século 19”
  • “Há um preocupante aumento da desigualdade dentro dos países”. Entrevista com Klaus Schwab
  • 10% mais ricos contribuem para mais da metade da desigualdade no Brasil
  • 1% dos mais ricos possuem 45% de toda a riqueza pessoal global; os 50% mais pobres ficam com menos de 1%, segundo relatório do Credit Suisse
  • COVID-19 expõe desigualdades gritantes entre ricos e pobres
  • A crescente desigualdade do capitalismo mundial
  • Ricos cada vez mais ricos às custas de pobres cada vez mais pobres

 


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