A digitalização nas formas de governar, reflexões sobre o resgate do humano nas estruturas de poder. Debate com Alfonso Ballesteros

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20 Outubro 2021

 

Na esteira das discussões sobre as implicações ético-políticas da revolução digital nas sociedades contemporâneas, o Instituto Humanitas UnisinosIHU receberá o Prof. Dr. Alfonso Ballesteros da Universidade Miguel HernándezEspanha na quinta-feira, dia 28 de outubro, às 10h para analisar a digitalização nas formas de governar e refletir sobre o resgate do humano nas estruturas de poder. O tema de sua apresentação é inspirado em um artigo do professor publicado por The Conversation em fevereiro de 2021 e republicado pelo IHU com tradução do CEPAT no mesmo mês.

“Talvez devêssemos desviar a atenção da tecnologia e começar a centrá-la no que está fazendo conosco. Frente aos governantes do dígito e a máquina, urge um novo orgulho de ser humano”, escreve Alfonso Ballesteros.

“Acredito que cabe afirmar duas coisas sobre a digitalização que ainda não foram ditas, ou não o bastante. A primeira é que é uma espécie de forma de governo absoluta. Governo, porque tem uma capacidade ordenadora, de estabelecer boa parte das normas que orientam a vida das pessoas, quase sem interferência das instituições legítimas. Absoluta, porque este governo exclui a si dos dispositivos com os quais domina, do mesmo modo que o tirano não aplica a si a lei que cria. Desta forma, os engenheiros do Vale do Silício educam seus filhos sem a tecnologia que apresentam para milhares de usuários como positiva e conveniente”, aponta.

Para Ballesteros, “a novidade deste governo é que não obriga de forma grosseira como o tirano, que domina com a pura força da coação. É uma forma de poder muito mais forte, mas muito mais enigmática e amável, que dirige nossas condutas na interioridade. A ordenação da vida procede do gosto, do like e da personalização. Este governo de facto e ilegítimo tem hoje alcance mundial”.

A segunda tese, segundo ele, “é que esta forma de governo traz como resultado uma tendência à animalização do ser humano, a torná-lo um animal digitalis. Isto é central do ponto de vista da produção da comunicação. Se o homem se parece com a máquina, comunica-se pouco, pois nunca é impulsionada por vícios, é sempre funcional e sóbria. A comunicação animal e viciante, por outro lado, é potencialmente ilimitada”.

“Nós nos comunicamos como máquinas?”, provoca Ballesteros, mas logo em seguida vem a resposta: “minha tese é que não. Ao contrário, a digitalização cria adictos que não param de se comunicar digitalmente. E não com sinais matemáticos, que levariam a ser funcionais como as máquinas, mas mediante uma linguagem emocional própria dos animais. Ou seja, é uma comunicação animalizada porque o homem, enquanto animal, é suscetível ao vício e o vício leva a repetir condutas compulsivamente. Esta repetição no âmbito digital é produtora de dados, o que gera enormes lucros”.

A fala do Prof. Dr. Alfonso Ballesteros integra o O Ciclo de Estudos – A condição humana entre a Biosfera, a Tecnosfera e a Infosfera em tempos sindêmicos e pode ser acompanhada aqui:

 

 

O Ciclo de Estudos – A condição humana entre a Biosfera, a Tecnosfera e a Infosfera em tempos sindêmicos debate interdisciplinarmente questões relacionadas às cosmotécnicas, ética, transumanismo, pós-humanismo, tecnofeudalismo, digitalização da governança, sistemas de poder, tecnosfera, biosfera e responsabilidade socioambiental. Estas discussões têm o intuito de evidenciar questões humanitárias em meio às transformações ambientais, climáticas e tecnossocietais globalmente vigentes.

Confira aqui a programação completa do evento.

 

 

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