Desmatamento na Amazônia em 2020 pode superar o recorde alcançado em 2019

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11 Agosto 2020

Aumento já havia sido previsto pelo Ibama e ambientalistas. Os alertas atingiram a marca dos 9.205 km², 33% a mais do que no ano anterior.

A reportagem é Nicole Matos, publicada por Amazônia.org.br, 07-08-2020.

Nesta sexta-feira foi divulgado os dados oficiais do Deter, sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) que indica que de agosto de 2019 até o dia 31 de julho de 2020. 9.205 km² de área da floresta foram desmatadas na Amazônia. No mesmo período dos anos anteriores, esse número tinha ficado em 6.844 km². Os dados apenas do mês de julho apresentaram 1.654 km² de desmatamento.

Esse resultado é apenas uma prévia, mas já significa que a taxa oficial de desmatamento deste ano será maior do que a do ano passado. O desmatamento ocorreu em todos os estados da Amazônia Legal, mas os piores índices foram no Pará, Rondônia e Mato Grosso. Entre os municípios da Amazônia Legal que mais desmataram nos últimos 12 meses estão Altamira (PA) com 717 km²; São Félix do Xingu (PA) com 513 Km²; Porto Velho (RO), com 403 Km² e Lábrea (AM), com 380 Km² de alertas no período.

“Essa temporada na Amazônia não será recuperada. Quem derruba floresta quer recuperar seu investimento, e isso passa pela queima da vegetação desmatada para limpar o terreno, o que vai acontecer mais cedo ou mais tarde, com ou sem moratória de fogo. Coibir as queimadas começa com controlar o desmatamento”, afirma a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Ane Alencar.

Enquanto os desmatadores, grileiros e garimpeiros agem rápido, a fiscalização nas mãos dos militares da operação Brasil Verde 2 anda trôpega. Mesmo com o dispositivo da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em pleno vigor, a atuação do governo no combate ao desmatamento ilegal não surtiu o efeito prometido.

“Os números mostram, mais uma vez, a verdade que o governo trabalha para esconder. Combate ao desmatamento se faz com transparência, ciência, áreas protegidas, órgãos especializados eficientes e controle social. Tudo o que Bolsonaro odeia. A política de destruição promovida pelo governo empodera os que lucram com a floresta no chão e ameaça os que lutam para mantê-la em pé, arrastando o Brasil para o atraso. Ao ignorar a importância de conservar nossas riquezas naturais, o governo Bolsonaro impacta de forma negativa os brasileiros, a economia do país e o clima global”, afirma Mariana Mota, coordenadora de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil.

Nesta terça-feira (4), o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, propôs que fosse desconsiderada a meta que tem como objetivo diminuir o desmatamento e os incêndios ilegais em 90% no Brasil, previsto no Plano Plurianual (PPA) do governo até 2023, a nova meta seria proteger apenas 390 mil hectares na floresta amazônica. No dia seguinte, Salles voltou atrás e abandonou a proposta.

O aumento descontrolado do desmatamento indicam fracasso do governo em conter o crime ambiental na floresta e já vem causando problemas comerciais ao Brasil. Empresas estrangeiras já deixam de comprar produtos agropecuários e investidores retiram recursos de companhias que compram produtos de áreas abertas irregularmente.

Os três maiores bancos privados do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santader, anunciaram um plano integrado com dez medidas prioritárias para a região amazônica, contribuindo com a conservação e desenvolvimento sustentável da floresta e cobrando medidas concretas para acabar com o desmatamento.

Esta semana, um grupo de 62 organizações não governamentais, entre elas a Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, elaborou uma lista de cinco medidas emergenciais para tentar conter o problema. Uma das medidas apresentadas é a Moratória do Desmatamento da Amazônia Legal por pelo menos cinco anos. Para o diretor da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Mauro Armelin, “decretar uma moratória do desmatamento e continuar com a do uso do fogo seria o correto a fazer para tentar reorganizar as estruturas e os processos que diminuíram o desmatamento desde 2006 e o impediram que voltasse a crescer ao longo desses anos”.

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