“João Paulo II ficou arrasado com o tema dos abusos, foi uma de suas fragilidades”, analisa cardeal Schönborn

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16 Mai 2020

Na segunda-feira [18-05], completam-se cem anos do nascimento de Karol Wojtyla, “um dos grandes papas”, na opinião do cardeal de Viena, Christoph Schönborn, que afirma, em uma longa entrevista ao Der Sonntag, que foi “substancial” para a queda do comunismo, abriu a Igreja católica às outras religiões e se tornou “um pastor do mundo inteiro”, com sua mais de uma centena de viagens.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 14-05-2020. A tradução é do Cepat.

Na dívida, o drama dos abusos contra menores, “um ponto doloroso”, em relação ao qual o Papa ficou “arrasado”. “Estas fragilidades faziam parte de uma grande personalidade”.

Schönborn recorda a primeira grande viagem de Wojtyla a seu país natal, Polônia, em 1979. “Nove dias que mudaram o mundo”, que fez com que Moscou considerasse o Papa “uma ameaça mortal para o sistema comunista”. Não se enganaram.

Uma Igreja global

Outro dos pontos polêmicos do longo pontificado de João Paulo II foi tornar a Igreja “uma Igreja mundial”, internacionalizando a cúria e os contatos. “Era o pastor de todo o mundo. Tinha uma voz incrivelmente forte, uma grande autoridade moral, também no governo dos povos”, recorda Schönborn, que reconhece que, durante seu governo, “a crise pós-conciliar se tornou claramente perceptível”, com “tensões entre conservadores e progressistas”. “Houve uma luta por cada assento para bispo. É alguém liberal ou conservador?”.

Para o arcebispo, João Paulo II foi “claramente um homem do Concílio”, ainda que tenham tomado “medidas” contra os “avanços teológicos” mais aberturistas, punindo uma multidão de teólogos.

O caso Groër, um grave erro

Um “ponto doloroso” foram as decisões diretas, e falidas, de alguns bispos, como o caso da escolha do sucessor do cardeal König, em Viena. Esquivando-se da promessa que fez ao purpurado, Wojtyla “decidiu verticalmente”, nomeando ll. “Foi uma decisão muito pessoal do Papa”, recorda Schönborn.

O ponto mais alto ocorreu na visita do Papa à Áustria, em 1998, com muitos protestos contra Wojtyla. “Esperávamos que João Paulo II tivesse uma palavra de consolo e compaixão aos afetados, para os que tinham sofrido... Essa palavra não veio”.

Por quê? Schönborn hesita. “De alguma maneira, estava arrasado com o tema dos abusos. Acredito que era tão ruidoso que não conseguia imaginá-lo”.

“Só posso dizer em relação a mim mesmo: o Papa não é infalível com as nomeações de bispos. Conheço a mim mesmo, sei como sou frágil e quantos defeitos tenho”, justifica o cardeal. “Sem dúvida, o Papa tinha fragilidades. Quem não as possui?”.

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