Clericalismo e riqueza impedem de conhecer Cristo, diz o papa

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06 Mai 2020

Assim como aqueles que não reconheceram a divindade de Jesus, os cristãos podem ser vítimas de “atitudes preconceituosas” que, em última instância, acabam se tornando obstáculos para a fé, disse o Papa Francisco.

A reportagem é de Junno Arocho Esteves, publicada por Catholic News Service, 05-05-2020. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O clericalismo, a rigidez e o apego à riqueza podem escravizar os cristãos e impedir-lhes de conhecer plenamente Jesus, afirmou o papa em sua homilia de 5 de maio durante uma celebração matutina na capela de sua residência, a Casa Santa Marta.

O ponto comum destes impedimentos é que “não há liberdade. E não se pode seguir Jesus sem liberdade”, disse.

O papa começou a transmissão ao vivo da celebração rezando pelos que morreram de Covid-19.

Faleceram sozinhas, sem a carícia dos seus entes queridos, e muitas nem sequer tiveram o funeral. Que o Senhor as receba na glória”, completou o papa.

Na homilia, ele refletiu sobre as leituras do Evangelho do dia, extraídas e São João, nas quais os judeus pedem que Jesus confirme que ele é o Messias.

“Já vo-lo disse, mas não credes (…) não credes porque não sois das minhas ovelhas”, Jesus respondeu.

Entre os obstáculos que impedem as pessoas de verdadeiramente conhecer Jesus está a riqueza, evidenciada pela asserção de Jesus de que “era mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos Céus”, disse Francisco.

“A riqueza é um impedimento para ir em frente. Mas será necessário cair no pauperismo? Não! Mas não sejamos escravos da riqueza, não vivamos para a riqueza, pois a riqueza é um senhor, é o senhor deste mundo e não podemos servir a dois senhores. As riquezas aprisionam-nos!”, completou.

Uma rigidez do coração que busca uma interpretação estrita da lei, continuou o papa, é um outro impedimento. Enquanto a fidelidade a Deus é um dom, “a rigidez é uma segurança para mim”.

O pontífice lembrou da conversa que teve com uma senhora que temia estar em pecado mortal por não ter ido à missa de domingo após participar de uma celebração de casamento no sábado de noite.

Embora reconhecendo que a “senhora bondosa” pertencia a um movimento eclesial, o papa disse que esta sua rigidez a afastava da liberdade e da “sabedoria de Jesus”.

“Muitos pastores fazem crescer esta rigidez na alma dos fiéis, e esta rigidez não nos deixa entrar pela porta de Jesus. Será mais importante observar a lei tal como está escrita, ou como eu a interpreto, que é a liberdade de ir em frente seguindo Jesus?”, perguntou.

O clericalismo, especialmente na Igreja Católica, “é uma doença” que “tira a liberdade de fé dos crentes”, acrescentou o papa.

“Estas são as causas que nos impedem de fazer parte das ovelhas de Jesus”, disse Francisco. “Que o Senhor nos ilumine para ver dentro de nós se existe a liberdade de passar pela porta, que é Jesus, e de ir além de Jesus para ser rebanho, para ser ovelhas do seu rebanho”.

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