Coronavírus, o apelo do papa: “Momento muito difícil. Sejam generosos”

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05 Abril 2020

No telejornal italiano Tg1, Francisco envia uma videomensagem para as famílias italianas e do mundo, e, com palavras que lembram as de João XXIII em 1962, pede que se faça “um gesto de ternura em quem sofre, nas crianças, nos idosos”.

A reportagem é de Paolo Rodari, publicada em La Repubblica, 03-04-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

“É um momento difícil para todos. Para muitos, dificilíssimo”, “sejamos generosos”. Três dias após o encontro com o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, e depois de semanas passadas em Santa Marta se informando sobre a evolução do coronavírus, Francisco envia uma videomensagem através do Tg1, na noite dessa sexta-feira, para manifestar toda a sua proximidade “às famílias italianas e do mundo”.

À medida que se aproxima o início da Semana Santa, após a oração da sexta-feira passada em uma Praça São Pedro deserta, o papa quer entrar mais uma vez, embora “de um modo diferente do habitual”, nas casas de todos: “Se vocês permitirem – diz ele atrás de uma câmera que o enquadra sentado em seu escritório –, gostaria de conversar com vocês por alguns instantes, neste período de dificuldade e de sofrimento”.

Todos os dias, Bergoglio tem contatos com o mundo exterior, ouve pessoas, telefona, recebe notícias. “Eu imagino vocês nas suas famílias – diz –, enquanto vivem uma vida incomum para evitar o contágio. Penso na vivacidade das crianças e dos adolescentes, que não podem sair, frequentar a escola, levar a sua vida. Trago no coração todas as famílias, especialmente aquelas que têm algum ente querido doente ou que, infelizmente, conheceram o luto por causa do coronavírus ou por outras causas. Nestes dias, penso muitas vezes nas pessoas sozinhas, para as quais é mais difícil enfrentar estes momentos. Sobretudo, penso nos idosos, que são tão queridos para mim”.

O papa explica que não pode “esquecer quem está doente com o coronavírus, as pessoas internadas nos hospitais”. “Tenho presente – conta ele – a generosidade de quem se expõe para o tratamento dessa pandemia ou para garantir os serviços essenciais à sociedade. Quantos heróis, de todos os dias, de todas as horas! Também recordo aqueles que estão em restrições econômicas e estão preocupados com o trabalho e com o futuro. Um pensamento também vai aos detentos nas prisões, a cuja dor se soma o temor pela epidemia, para si e para os entes queridos; penso nos sem-teto, que não têm uma casa para protegê-los”.

Francisco está ciente do momento difícil, “ele sabe – diz ele sobre si mesmo – e, com essas palavras, quer dizer a todos a sua proximidade e o seu afeto”. E ainda: “Tentemos, se pudermos, utilizar o melhor possível este tempo: sejamos generosos; ajudemos quem precisa em nossas vizinhanças; busquemos, talvez por telefone ou pelas mídias sociais, as pessoas mais sozinhas; rezemos ao Senhor por aqueles que são provados na Itália e no mundo. Mesmo isolados, o pensamento e o espírito podem ir longe com a criatividade do amor. É disto que precisamos hoje: a criatividade do amor”.

Mas “a fé pascal alimenta a nossa esperança. Gostaria de compartilhá-la com vocês nesta noite. É a esperança de um tempo melhor, no qual nós podemos ser melhores, finalmente libertos do mal e desta pandemia. É uma esperança: a esperança não decepciona; não é uma ilusão, é uma esperança”.

Por fim, um pedido que lembra muito o feito em outras circunstâncias por João XXIII, no dia 11 de outubro de 1962, quando, pela janela do Palácio Apostólico, pediu à multidão reunida na Praça de São Pedro para a procissão luminosa de abertura do Concílio Vaticano II que fizesse uma carícia nas crianças em seu nome, quando voltassem para casa.

Diz Francisco: “Uns ao lado dos outros, no amor e na paciência, podemos preparar um tempo melhor nestes dias. Agradeço-lhes por terem me permitido entrar nas suas casas. Façam um gesto de ternura em quem sofre, nas crianças, nos idosos. Digam a eles que o papa está perto e reza, para que o Senhor nos livre logo do mal. E vocês, rezem por mim. Boa janta. Até breve!”.

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