Alemanha: “procedimento sinodal” de reforma da Igreja é lançado

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04 Dezembro 2019

A mensagem do Evangelho foi “obscurecida e até terrivelmente danificada” pelo abuso sexual clerical de menores.

A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada em The Tablet, 12-02-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O “procedimento sinodal” alemão de dois anos para a reforma da Igreja foi lançado oficialmente nesse Primeiro Domingo do Advento.

Trabalhando em conjunto com o Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK), os bispos buscarão um caminho a seguir após a devastação causada pela crise dos abusos clericais e o consequente êxodo em massa da Igreja alemã.

Antes da missa de abertura, acenderam-se velas sinodais especiais nas 27 catedrais alemãs e nas quatro cocatedrais. O presidente da Conferência Episcopal, o cardeal Reinhard Marx, de Munique, e a vice-presidente do ZdK, Karin Kortmann, ambos membros da coordenação do procedimento sinodal, acenderam a vela sinodal juntos na Catedral de Munique, na missa das 10h.

Em seu sermão, Marx sublinhou como é importante ouvir uns aos outros e chegar a um consenso, apesar das diferenças de opinião. “Depois da terrível experiência de descobrir que o abuso sexual clerical ocorreu na Igreja, agora é importante examinar os perigos sistêmicos, assim como as más organizações de governo. A fim de sermos novamente testemunhas credíveis de alegria e esperança, teremos que remover certos obstáculos.”

Em sua mensagem em vídeo após a missa, o cardeal Marx e o presidente do ZdK, Thomas Sternberg, disseram: “A credibilidade é uma necessidade absoluta, e queremos recuperá-la por meio de uma discussão autocrítica.”

Nos próximos dois anos, o procedimento sinodal discutirá o modo de resolver os problemas sistêmicos na Igreja que fomentaram os abusos e que estiveram no caminho da proclamação credível da mensagem do Evangelho.

Em sua carta aos fiéis alemães do dia 1º de dezembro, o cardeal Marx e Sternberg disseram que chegou a hora de admitir “de forma autocrítica” que a mensagem do Evangelho foi “obscurecida e até terrivelmente danificada”, particularmente pelo abuso sexual clerical de menores. “Devemos assumir as consequências e garantir que a Igreja seja um lugar seguro”, enfatizaram.

Quatro dias antes de o procedimento sinodal ser oficialmente lançado, um grupo de porta-vozes da imprensa diocesana de 12 dioceses alemãs convidaram as mídias para acompanharem criticamente o procedimento. “Particularmente em relação aos escândalos, às crises e aos conflitos, a única coisa que ajuda é a maior transparência possível. Ficaríamos gratos se a mídia acompanhasse esse debate crucial sobre o futuro da Igreja Católica na Alemanha”, disseram os porta-vozes em uma declaração pública no dia 26 de novembro. A declaração é assinada pelos porta-vozes das seguintes arquidioceses e dioceses: Aachen, Bamberg, Berlim, Essen, Friiburgo, Limburg, Munique-Freising, Münster, Rottenburg-Stuttgart, Speyer, Würzburg, e pelos porta-vozes do Zdk e da organização alemã de ajuda Adveniat.

Vários bispos também falaram sobre as suas esperanças e medos em relação ao procedimento em sermões e entrevistas.

O cardeal Walter Kasper, presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, disse ao site Domradio.de que espera que os participantes dos quatro fóruns do procedimento sinodal sobre “poder, freios e contrapesos”, “moral sexual”, “estilo de vida sacerdotal ”e“ lugar das mulheres na Igreja” escutem “sinceramente uns aos outros, e não troquem apenas demandas máximas, caso contrário, todo o projeto dará errado”. Ele mesmo se disse ainda “um pouco cético”.

As discussões certamente não serão fáceis, disse o bispo Heiner Wilmer, de Essen, 58 anos, um dos bispos mais jovens da Alemanha, ao jornal Augsburger Allgemeine: “Tenho certeza de que a Igreja alemã será uma Igreja diferente depois (do procedimento). Certamente será mais participativa e mais feminina”. A fim de evitar casos de violência sexual no futuro, freios e contrapesos, e a cooperação com a sociedade e o Estado são absolutamente necessários, disse ele.

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