Especialista chama megaleilão do pré-sal de “desastre total”

Mais Lidos

  • Os horizontes cada vez menores do catolicismo e as expectativas não atendidas do Vaticano II. Artigo de Massimo Faggioli

    LER MAIS
  • “É muito difícil para mim imaginar como vamos sobreviver até o final do século”. Entrevista com George Monbiot

    LER MAIS
  • Amazônia 2023: um “projeto” para Brasis possíveis. Artigo de Barbara Szaniecki

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

07 Novembro 2019

O megaleilão do pré-sal desta quarta-feira (6), anunciado como histórico pelo governo brasileiro, teve um resultado abaixo do esperado. Ele arrecadou R$ 69,96 bilhões (cerca de US$ 17,3) por duas das quatro áreas em jogo e um forte investimento da Petrobras. O especialista Ivan Cima disse à agência AFP que a licitação foi “um desastre total”.

A reportagem é publicada por Radio France Internacional - RFI, 06-11-2019.

Plataforma de produção do pré-sal na Bacia de Santos. (Foto: Divulgação)

Brasília esperava arrecadar R$ 106,5 bilhões com o leilão das áreas localizadas em águas profundas ("pré-sal"), situadas na Bacia de Santos. A venda foi ignorada pela maioria dos grandes grupos de petróleo mundiais. A Petrobras participou praticamente sozinha. Apenas dois dos quatro campos foram arrematados (Búzios e Itapu). As áreas de Sépia e Atapu ficaram sem interessados.

A falta de concorrência trouxe outra decepção para o governo de Jair Bolsonaro, que esperava recuperar as finanças públicas com a licitação. O percentual que as petrolíferas se comprometem a pagar ao Estado se mantiveram no lance mínimo estabelecido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

No entanto, o diretor da ANP, Decio Oddone, considerou o megaleilão um sucesso. O pregão foi “o mais importante já realizado no mundo”, afirmou Oddone.

Preços altos e falta de transparência

Ivan Cima, diretor do escritório de consultoria americano Welligence Energy Analytics, baseado em Houston, é radicalmente contrário a essa avaliação da ANP. Segundo ele, o fato de nenhuma petrolífera internacional ter feito lance é “um amargo fracasso”. “O pregão foi obstruído por valores muito altos e por uma falta de transparência”, explicou o especialista.

A Petrobras ficou com 90% de participação no consórcio que levou a maior e mais cara área leiloada, a de Búzios. A empresa brasileira se associou a duas petrolíferas chinesas, a CNODC e a CNOOC. Cada uma delas ficou com 5% de participação no negócio. Arrematado por R$ 68,2 bilhões, Búzios já está em produção e é o segundo maior do Brasil, com 424 mil barris por dia.

Petrobras também levou o campo de Itapu por R$ 1,76 bilhão, sem sócios.

Total e BP haviam anunciando antecipadamente que não participariam da licitação. As duas gigantes petroleiras criticaram os preços elevados e os riscos de conseguirem apenas uma participação minoritária nos consórcios diante do “apetite” da Petrobras no negócio. Fato que acabou se confirmando no megaleilão desta quarta-feira, apontam os especialistas.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Especialista chama megaleilão do pré-sal de “desastre total” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU