18 Fevereiro 2019
Neste fim de semana fez um ano que resíduos de bauxita da mineradora Hydro Alunorte foram despejados para o meio ambiente depois de chuvas fortes em Barcarena, no Pará. Embora os laudos da Secretaria de Meio Ambiente negassem qualquer problema, dias depois o Instituto Evandro Chagas testou amostras de água e comprovou que havia contaminação. E vistorias ainda encontraram dutos clandestino que levavam resíduos poluentes a cursos d'água.
A informação é publicada por Outra Saúde, 18-02-2019.
O Movimento dos Atingidos por Barragens estima que haja entre 15 e 20 mil famílias atingidas, já que as bacias contaminadas atendem a muitas comunidades. Mas só foram reconhecidas e cadastradas 1,5 mil famílias a partir do Termo de Ajustamento de Conduta, assinado em setembro. Desde então, elas estão recebendo um cupom com um valor mensal, mas só por cinco meses (já está acabando). A Hydro diz respeitar o Termo, que, afinal, não estabelecia o número de famílias que seriam atendidas. Na sexta, houve uma audiência pública para avaliar o documento, e o MPF anunciou que esse número deve subir.
Em janeiro, a empresa entrou com uma ação contra Marcelo Lima, pesquisador do IEC, alegando crime contra a honra por conta de entrevistas que ele deu à época sobre os resultados da pesquisa que comprovavam a contaminação. No último dia 7, o MPF enviou parecer rejeitando a queixa.
A tragédia aniversariante não é novidade na região. Em 20 anos, foram 24 desastres. É "uma contaminação continuada que se reflete na queda de cabelo das pessoas, nas doenças gastrointestinais, nas doenças de pele, em aparecimento de cânceres estranhos”, diz o deputado Carlos Bordalo (PT). Em 2009, a Hydro foi multada pelo Ibama em R$ 5 milhões, também por vazamento de rejeitos em Barcarena, mas recorreu e até hoje não pagou.
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Um ano do vazamento em Barcarena - Instituto Humanitas Unisinos - IHU