Cardeal diz que ensino da Igreja não manda nenhuma pessoa em específico para o Inferno

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03 Abril 2018

Depois que o Papa Francisco foi citado por um jornalista italiano na 5ª feira santa como tendo dito que o Inferno não existia, o Cardeal Vincent Nichols, de Westminster, foi à BBC para dizer que Francisco talvez tinha em mente o imaginário de Inferno como um lugar de fogo e tormento infinitos, o que, insistiu o cardeal, “nunca fez parte do ensino Católico”.

“A imagem de fogo, enxofre e todas aquelas coisas nunca fez parte do ensino católico. Faz parte da iconografia católica, da iconografia cristã, mas nunca do seu ensino”, disse Nichols na sexta-feira.

A informação é publicada por Crux, 31-03-2018. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

“Na verdade, em lugar algum do ensino católico se diz que uma pessoa está no Inferno”, afirmou o religioso. “Santo Agostinho teve a expressão maravilhosa do homem a cometer suicídio: ‘entre a ponte e a água, a misericórdia de Deus pode entrar’”.

Dito isso, Nichols afirmou a existência do Inferno como parte da crença católica.

“A existência [do Inferno] é uma consequência direta da nossa liberdade de escolha”, disse. “Tudo o que o ensino católico afirma é que se uma pessoa toma uma decisão final, deliberada, irrevogável de rejeitar qualquer noção, qualquer resposta, qualquer disposição a estar aberto a Deus, é uma decisão definitiva que a separa de Deus”.

Em resposta à pergunta “E daí, o que acontece?”, Nichols respondeu: “Quem sabe?”.

O debate sobre o que a Igreja ensina sobre o Inferno irrompeu na sexta-feira, quando o jornal italiano La Repubblica publicou um ensaio escrito pelo seu fundador, Eugenio Scalfari, de 93 anos, que se autodescreve como não fiel. No texto, Scalfari fala de uma conversa que teria tido recentemente com o Papa Francisco. Era a quinta vez que os dois se encontraram desde a eleição de Francisco em 2013.

Nele, Scalfari afirma que perguntou a Francisco o que acontece às almas dos pecadores, e descreveu a resposta do pontífice como: “O inferno não existe; o que existe é o desaparecimento das almas pecadoras”.

Logo depois, o Vaticano emitiu uma nota lançando dúvida sobre a legitimidade da citação.

O porta-voz Greg Burke disse que o texto de Scalfari era “fruto de sua própria reconstrução”, em que as palavras do papa “não são citadas textualmente”, e advertiu que “não se deve considerar como uma transcrição fiel das palavras do Santo Padre”.

Mesmo antes da nota, a suposta citação soou a muitos observadores como improcedente, dado que Francisco, na verdade, fala de Inferno e do Demônio abertamente.

Em 2017, no famoso santuário mariano de Fátima, o papa disse: “Nossa Senhora previu e nos avisou sobre isso, um estilo de vida ateu e profano a Deus em suas criaturas. Uma vida assim – frequentemente proposta e imposta – corre o risco de levar ao Inferno”.

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