Com eleições no Brasil, México e Colômbia, América Latina terá ano crucial

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Por: Lara Ely | 04 Janeiro 2018

Para a América Latina, 2018 será um ano eleitoral de suma importância. Após um período marcado por denúncias de corrupção e alta na estatística da violência, respectivamente, os dois gigantes da região, Brasil e México, realizarão eleições presidenciais, assim como a Colômbia, quarta economia regional. A Venezuela, que protagoniza crise política em constante escalada, supostamente também deve convocar uma disputa para presidente, e em Cuba, Raúl Castro anunciou que este ano abandonará o poder.

No caso do país presidido por Nicolás Maduro, os problemas como pobreza, a fome e a violência já ultrapassam as fronteiras. O número de refugiados rumo a países como Brasil, Argentina, Chile e Colômbia só cresce, pressionando a América Latina a buscar uma resolução. Neste último ano, uma guerra entre os poderes permeado de divergências entre o Legislativo, oposicionista, e o Judiciário, governista, provocaram uma escalada nos protestos.

O Brasil, por sua vez, celebrará em 7 de outubro sua eleição mais importante e mais imprevisível desde 1989, quando ocorreu a primeira escolha nas urnas de um presidente após o fim da ditadura. Essa será a primeira eleição presidencial em que as empresas estão proibidas de fazer doações para campanhas. Isso fará com que os partidos e candidatos tenham menos dinheiro. Além disso, a crise política que se desenrolou nos últimos anos também deve ter reflexos no pleito. Esquerda, direita e centro estão pulverizados, e os grandes partidos como PSDB e PT não têm ainda candidatos claramente definidos.

Há expectativa em torno de como será o protagonismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atualmente recorre de uma condenação da Justiça e será julgado em 24 de janeiro pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). Ele foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses por corrupção e lavagem de dinheiro em 1.ª instância, em 12 de julho de 2017, no caso do tríplex, Lula recorreu da decisão. Se a sentença for confirmada pela corte, Lula poderá tornar-se inelegível.

Terra dos desaparecidos

Mergulhado em uma profunda onda de violência do narcotráfico que deixa como lastro uma inacabável lista de desaparecidos, o México teve essa crise intensifica na gestão de Peña Nieto. Em 2017 a taxa de homicídios bateu o recorde histórico, devido à fragmentação dos cartéis, que beneficiou da cultura de impunidade e corrupção. Com uma média de 80 mortes por dia, ou 2400 por mês, o país atingiu no ano de 2017 o número recorde de homicídios desde que esses números começaram a ser coligidos, há 20 anos. Nieto foi eleito em 2012 com a promessa de pôr termo ao derramamento de sangue provocado pela guerra aberta pelo seu antecessor, Felipe Calderón, que mobilizou o Exército para combater os cartéis da droga.

Além dos homicídios associados ao narcotráfico, também aumentaram os registos de mortes atribuídas à violência doméstica ou contra mulheres (mais de 1500 processos foram abertos por feminicídio este ano). Aliás, de forma geral, o México experimentou uma “intensificação” da criminalidade em 2017: o número de roubos violentos cresceu 37,5%, as agressões com arma de fogo aumentaram 37% e os crimes de extorsão subiram 10%.

Farc terá representante na disputa

A Colômbia está em transição depois de meio século de guerra. A transformação pela qual o país passa deve repercutir na economia, na arquitetura institucional, na luta contra o narcotráfico e na insegurança que ainda persiste nas zonas rurais.

O processo de paz vivido no último ano, com o acordo entre o governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Farc, contrasta com o alarmante número de líderes sociais assassinados em menos de um ano. Segundo números oficiais da Defensoria Pública colombiana, 186 líderes foram mortos entre janeiro de 2016 e julho de 2017. Ainda assim, o principal líder da Farc Rodrigo Londoño Echeverri, mais conhecido como Timochenko, será o candidato à presidência e pretende disputar com os candidatos dos partidos tradicionais nas eleições de maio. Essa era uma das cláusulas dos acordos de paz.

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