Reforma Trabalhista: voltamos ao Egito

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13 Julho 2017

"Amanhã estaremos todos lambendo as feridas dessa sociedade, tentando curativos improváveis para estancar a hemorragia de famílias desestruturadas, jovens precarizados, falta de segurança nas ruas e na vida de cada pessoa", alerta Dário Bossi, padre comboniano e membro da rede Justiça nos Trilhos e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental.

Eis o artigo. 

Amanhecemos com mais um peso nas costas. Um jugo que uns poucos, que não carregam, colocaram no pescoço dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.

Foi dado outro passo no projeto refinado e cínico para concentrar ainda mais a renda e os bens do País.

A CNBB, o MPT, a OAB e outras entidades definem a reforma trabalhista aprovada no Senado um “grave retrocesso social”, um texto “crivado de inconstitucionalidades”.

A Palavra de Deus que hoje meditamos e que nos ilumina a cada manhã nos fala da família de Jacó, desesperada em tempos de fome, em busca de pão no império do Egito.

O estado egípcio era formado por uma elite dominante (menos de 5%) e por súditos inferiores (90%). O Egito tinha acumulado o grão: a terra estava nas mãos do faraó, em troca das sementes e do direito de trabalhar o povo entregava um quinto da colheita aos donos, e em seguida era obrigado a comprar deles as sementes.

Esse sistema econômico mortal beneficiou uma pequena minoria e levou à dependência ou à escravidão a maior parte das famílias. É um projeto que gera pragas que o próprio sistema não conseguirá mais controlar; é um modelo destinado a afundar em águas profundas.

Amanhã estaremos todos lambendo as feridas dessa sociedade, tentando curativos improváveis para estancar a hemorragia de famílias desestruturadas, jovens precarizados, falta de segurança nas ruas e na vida de cada pessoa.

Não esqueçamos, porém, que a fonte de tudo isso vem de jornadas como aquela de ontem, de alianças sujas entre uma política de interesses particulares e o projeto cobiçoso dos arautos da economia capitalista.

Essa é a mãe de todas as violências. Quem a semeia e cultiva carrega a responsabilidade maior. Mas também quem apoia ou ignora silenciosamente se faz cúmplice.

Quem tem fé no Deus da Vida se levanta, mesmo se é noite, e retoma caminho tentando sair desse Egito, a cada ciclo histórico mais excludente.

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