“Comissão antiabuso sexual vaticana quer sobreviventes complacentes, então provavelmente não irei retornar”, diz Peter Saunders

Imagem: Pixabay

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31 Março 2017

Peter Saunders contou ao Catholic Herald que jamais ficará quieto na questão da proteção a menores de idade.

O sobrevivente de abuso sexual clerical Peter Saunders confirmou que provavelmente não irá voltar a participar da comissão antiabuso sexual do Vaticano.

Saunders, que foi posto em licença indefinida da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores no ano passado, falou que estava decepcionado porque o Papa Francisco “nunca visitou” a comissão.

A reportagem é de Madeleine Teahan, publicada por Catholic Herald, 29-03-2017.  A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Na segunda-feira, o Cardeal Sean O’Malley, presidente da citada Pontifícia Comissão, contou ao sítio Crux que Saunders provavelmente não voltará a atuar como membro do grupo.

Em reposta, Saunders, fundador da Associação Nacional de Pessoas Abusadas [sexualmente] na Infância – NAPAC, na sigla em inglês, disse ao Catholic Herald: “Quando conversei com o Cardeal O’Malley semanas atrás, disse que se houver alguma coisa que eu possa fazer para ajudar, estou à disposição. Pedi desculpas por qualquer coisa que eu tenha feito e que levou a comissão a me excluir dela, mas a questão da proteção infantil é um assunto sobre o qual nunca me manterei quieto. Fico triste que o Papa Francisco nunca visitou esta comissão”.

Saunders falou ser improvável que lhe peçam para voltar. Disse: “Como um membro da comissão me contou, eles não querem ‘sobreviventes furiosos’. Para mim, isso significa participantes complacentes, que não irão abalar as bases. Me desculpe. Eu não sou assim. É isso o que levou à criação da NUPAC, à Investigação Independente sobre Abuso Sexual Infantil e à liberdade emocional para muitos milhares de sobreviventes”.

E acrescentou: “A Igreja somos nós. As autoridades vêm e vão. Cristo é eterno e assim é a batalha contra o mal do abuso”.
Críticas à comissão vaticana contra abusos sexuais clericais intensificaram-se desde que foi anunciada a renúncia da sobrevivente Marie Collins no começo do mês de março.

Collins, membro fundadora da comissão, renunciou em 1º de março, referindo-se à resistência “inaceitável” por parte da Congregação para a Doutrina da Fé às propostas da comissão.

Ela citou uma suposta recusa desta congregação em implementar algumas propostas aprovadas pelo papa e em cooperar com a comissão.

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