Honduras. Relatório denuncia papel da elite em violência contra ativistas

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Por: João Flores da Cunha | 08 Fevereiro 2017

Honduras é o país mais violento do mundo para ativistas ambientais: desde 2010, foram assassinados 123 defensores de causas indígenas e ambientais. As elites políticas e econômicas do país são responsáveis por infligir essa violência. Essas são as principais conclusões de um relatório da organização não-governamental Global Witness divulgado no dia 31-01.

O crime que gerou maior repercussão internacional, o assassinato de Berta Cáceres, em março de 2016, não foi um fato isolado, mostra o relatório. Há uma “violenta repressão” contra ativistas que é impulsionada pelos interesses econômicos das elites do país e por “altos cargos políticos”, afirma a Global Witness.

O relatório menciona a política Gladis Aurora López como um desses “altos cargos”. Ela é presidenta do partido que governa Honduras e vice-presidenta do Congresso – trata-se de “uma das figuras mais poderosas” do país, segundo o relatório. O marido de López é responsável pelo projeto de construção de uma hidrelétrica, que forneceria energia ao Estado. A situação apresenta um “evidente e ilegal conflito de interesses”, assinala a ONG.

“Nossas investigações demonstram que as elites políticas e empresariais hondurenhas estão usando meios corruptos e delitivos para se aproveitar da riqueza natural do país e estão conseguindo o apoio de forças estatais para assassinar e aterrorizar as comunidades que se atrevem a atravessar o seu caminho”, afirmou Billy Kyte, da Global Witness. A pesquisa da ONG para a elaboração do relatório durou dois anos, e documentou ameaças, agressões e assassinatos de ativistas.

O relatório também denuncia a impunidade dos crimes: as forças de segurança hondurenhas são responsáveis por violência contra ativistas. Há indícios de participação do exército e da polícia do país nesses crimes, mas os responsáveis dificilmente são conduzidos à Justiça.

A violência contra os defensores do meio ambiente está associada ao extrativismo, de acordo com o relatório. “Os conflitos por conta da mineração, das represas hidrelétricas e a agroindústria são as principais causas dessas mortes e a maioria das vítimas pertence a grupos indígenas e comunidades rurais”, segundo a Global Witness.

A ONG nota que, a partir do golpe de Estado de 2009, que removeu o presidente Manuel Zelaya do poder, o país “adotou uma estratégia agressiva de crescimento econômico que defende os interesses da indústria sobre os das populações rurais pobres do país”. Desde então, multiplicaram-se os megaprojetos e os controles ambientais foram reduzidos, aponta a organização.

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