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Florestas e catedrais não combinam com os tanques. Artigo de Carlo Cassola

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15 Novembro 2025

Vigilante na abordagem de diversas experiências artísticas e o empenho, Carlo Cassola (1917-1987), romancista italiano, viveu diferentes períodos de escrita, interpretando a lição do realismo de forma pessoal e, por vezes, crítica. Sua voz muitas vezes deixa transparecer um senso de solidão existencial, porém aberta ao sentimento da solidariedade humana. Em 1960, com La ragazza di Bube, seu romance mais conhecido, também caracterizado pelo tema da Resistência da qual o autor participou, ele ganha o Prêmio Strega. Na fase final de sua vida e produção, Cassola abraça com convicção — por exemplo, na Trilogia Atômica — a causa do antimilitarismo em um mundo polarizado pela política dos dois blocos.

Em 1978, em uma conferência em Florença, formaliza a criação da Liga para o Desarmamento Unilateral da Itália, pois vê na proliferação nuclear o provável fim da humanidade. No entanto, seu texto, Desarmamento Unilateral, já havia sido publicado na revista Azione nonviolenta em 1976, tendo sido apresentado naquele mesmo ano no congresso do Partido Radical em Nápoles. O texto que propomos aqui é extraído de Contro le armi (Rogas Edizioni, 2024) e foi publicado pela primeira vez pelo autor em 1980 pela pequena editora Ciminiera. O texto, após uma breve declaração de Cassola, apresenta um apelo do autor inspirado pelas ideias pacifistas do Comitê para a Extinção da Guerra, fundado na França por figuras como Louis Lecoin, Alfred Kastler e Yves Montand. A iniciativa de Cassola não teve continuidade, mas suas ideias ressoam hoje, duramente vivas, questionam e sacodem. 

A introdução ao texto de Carlo Cassola é de Eugenio Murrali, com artigo publicado por L’Osservatore Romano, 11-11-20205. A tradução é de Luisa Rabolini. 

Eis o artigo.

Não sei se presenciarei materialmente o fim do mundo ou se já estarei morto antes. Sei que bastaria muito pouco para que o mundo trilhasse o caminho da salvação: bastaria o desarmamento unilateral de um dos povos que constituem o consórcio humano. A esse fim, decidi dedicar o último resquício de vida que me resta. (...)

Propomos aos nossos concidadãos o desarmamento unilateral da Itália. É uma medida que, à primeira vista, parece surpreendente e até inviável. É surpreendente apenas porque relutamos em repensar as necessidades do mundo em novos termos: a preguiça mental prevalece em nós. Parece inviável apenas porque nos esquivamos do esforço de intervir para mudar o mundo. É muito mais confortável deixar o mundo à deriva. A direita sempre se comportou assim: deixou correr. A tarefa da esquerda sempre foi a oposta: intervir, renovar, desenvelhecer. O artigo 52 da Constituição, que prescreve o “dever sagrado” de todo cidadão de defender a pátria, felizmente não prescreve como essa defesa deve ser conduzida. Portanto, é facilmente contornável: as forças armadas podem ser efetivamente abolidas, mantendo-se apenas um simulacro (por exemplo, três pequenos escritórios de estudo que não onerem o tesouro).

Quanto às indústrias bélicas, que, segundo os malinformados, representam um obstáculo intransponível ao desarmamento, elas não são de forma alguma uma parte importante de nossa estrutura industrial. Empregam pouco mais de 30 mil trabalhadores. Poderíamos fechá-las sem impactar significativamente a taxa de emprego operário. Não pretendemos nos desinteressar pelo destino desses trabalhadores. Assim como não pretendemos nos desinteressar pelo destino dos militares de carreira. Assumimos de bom grado o ônus de manutenção da mão-de-obra que ficaria desempregada, bem como do pagamento das pensões dos militares de carreira que tivessem adquirido tal direito. Poderíamos oferecer aos demais a recolocação em empregos civis. Mesmo assim, realizaríamos uma enorme economia, eliminando as encomendas estrangeiras, os exercícios de treinamento e a manutenção de jovens no serviço militar obrigatório.

Em suma, poríamos fim a um desperdício gigantesco, um esbanjamento insensato. Até uma criança entenderia que é inútil manter uma força armada se depois somos obrigados a economizar recursos, condenando-a ao atraso tecnológico constante e tornando-a inadequada para a defesa do território nacional. Se um inimigo poderoso nos invadisse (e somente um inimigo poderoso seria tentado a nos invadir), os enormes sacrifícios financeiros feitos para preparar a defesa seriam perdidos em questão de horas. Em questão de horas, nossas defesas seriam sobrepujadas e as colunas blindadas inimigas invadiriam a Itália. Contudo, esse mesmo inimigo, irresistível como invasor, torna-se vulnerável assim que se transforma em ocupante. A hostilidade da população, seja manifestada pela guerrilha ou pelo obstrucionismo não violento, dificultaria sua vida. Esse é o verdadeiro fator de dissuasão, a verdadeira arma de dissuasão que temos à nossa disposição: a presumível resistência que ofereceríamos ao invasor, que, portanto, torna a própria invasão desaconselhável.

Além disso, existem perigos muito menos hipotético e muito mais graves do que uma invasão estrangeira. Existe o perigo do fim do mundo. O fim do mundo é certo, enquanto persistir a atual divisão em estados soberanos armados. Um mundo dividido em estados soberanos armados não pode evitar a Terceira Guerra Mundial nem o agravamento daqueles males planetários que, de qualquer forma, tornam a catástrofe garantida. Em outras palavras, o mundo está ameaçado de aniquilação por duas frentes: o extermínio atômico e uma catástrofe ecológica, e não pode escapar de nenhuma das duas enquanto permanecer dividido. Não podemos esperar escapar disso graças à sabedoria dos governantes e ao instinto de autopreservação que existe em quase todos nós.

Os governantes, para começar, nunca deram prova de sabedoria. Se fossem sábios, teriam começado a derrubar as fronteiras no alvorecer da era atômica. Quanto ao instinto de autopreservação da maioria de nós, não há dúvida de que existe; mas é preciso que se faça valer. Ou seja, precisa se traduzir em uma ação política que nos permita sair de uma situação desesperadora. Não podemos mais assistir passivamente aos progressos na ciência da destruição (já hoje, cada uma das maiores bombas atômicas é mil vezes mais poderosa, ou seja, mil vezes mais destrutiva, do que a bomba de Hiroshima) ou à crescente degradação do meio ambiente. Devemos intervir enquanto ainda há tempo, e intervir significa apenas uma coisa: subverter o sistema dos Estados soberanos armados por meio do desarmamento unilateral de qualquer um deles.

A corrente do militarismo pode ser quebrada em qualquer um de seus elos, e é precisamente um elo fraco como o nosso que melhor se presta a ser rompido. O povo que se desarmar primeiro e propuser aos seus vizinhos de se federar com ele adquiriria um mérito histórico incomparável. No momento mais crítico da história da humanidade, aquele que pode ver seu desaparecimento, teria lhe lançado uma tábua de salvação. Patriotamente, esperamos que esse povo, mais corajoso e mais inteligente do que os outros, seja o povo italiano. Tampouco levamos em consideração a objeção daqueles que perguntam: “Deveríamos ser justamente nós os primeiros a se desarmar? Sem contrapartida?” A contrapartida seria o incomparável mérito histórico que ganharíamos. Outra contrapartida seria representada pela gigantesca economia que geraríamos.

É também a partir disso, dessa gigantesca economia, que podemos começar para ilustrar a necessidade do desarmamento. Nenhum progresso social é possível sem a abolição das forças armadas. Os gastos militares impedem ou reduzem os gastos sociais: no passado toda a esquerda entendia isso. Os números falam por si: no ano passado, a ajuda aos países subdesenvolvidos proveniente do resto do mundo representou um vigésimo quinto do que foi gasto em armamentos. E, para se restringir à Itália: há 30 anos estamos nos preparando para nos defender. Ninguém nos agrediu: portanto, foi dinheiro jogado fora. E não foi tão pouco. O orçamento de defesa (incompleto) deste ano prevê uma despesa total de 3,36 trilhões. Após deduzir as despesas com os Carabinieri, o total permanece em 2,979 trilhões (declarados). Somando os itens faltantes (gastos da OTAN e o plano de rearmamento decenal), o total gira em torno de 3,5 trilhões. Supondo que uma quantia semelhante tenha sido jogada pela janela a cada ano, podemos deduzir que, em 30 anos, jogamos fora mais de 100 trilhões.

Além disso, como se pode ter esperança no progresso da civilização enquanto continuarmos a nos preparar para a barbárie da guerra? Como não entender que as florestas e as catedrais não combinam com os tanques?

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