29 Setembro 2025
"Há um mundo que rejeita o silêncio por considerá-lo um sinal de cumplicidade e conivência, e que não se resigna à inevitabilidade da guerra", escreve Tonio Dell'Olio, padre italiano, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 26-09-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o artigo.
O dia 22 de setembro, um dia de protestos e manifestações contra a guerra, ou seja, pela paz, foi um dia histórico na vida da Itália. Foi um surto de civilização, um despertar das consciências, um sobressalto de dignidade. A presença de tantos jovens que não o usaram como desculpa para faltar às aulas, mas concretamente saíram às ruas para garantir presença e convicção, é um dos mais belos sinais de esperança que se poderia esperar! E nestes últimos dias a onda de indignação continua — e como continua! — com dezenas e dezenas de iniciativas que rompem o muro do silêncio e estão obrigando o governo a mudar um pouco sua posição. Identificar essa participação com as desordens ocorridas, com os danos causados por poucos infiltrados ou exaltados que nada tinham a ver, é um erro de má-fé que cega, ou pelo menos, desvia.
Há um mundo que rejeita o silêncio por considerá-lo um sinal de cumplicidade e conivência, e que não se resigna à inevitabilidade da guerra. Há um mundo inteiro que se rebela contra o assassinato/suicídio coletivo planejado e executado na única forma hipocritamente permitida, que é a guerra. Isso não me parece uma questão menor! E é essa paz que brota da terra como um tênue e suave sinal do futuro que nos mantém à tona.
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