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A eleição negacionista e a derrota da democracia no Chile. Artigo de Gaspar Escobar Vallvé

Foto: Arancibbia | Wikimedia Commons

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11 Setembro 2025

35 anos após o retorno da democracia, pelo menos três dos candidatos à presidência nas próximas eleições têm laços estreitos com a ditadura.

O artigo é de Gaspar Escobar Vallvé, antropólogo, jornalista, graduado em Comunicação e Políticas Públicas, publicado por El Salto, 11-09-2025.

Eis o artigo.

“Nem os mortos estarão a salvo do inimigo se ele vencer”, observou Walter Benjamin. Infelizmente, o cenário que domina os últimos meses que antecedem as eleições de fim de ano representa um risco iminente para as milhares de mortes de que a ditadura precisava para implementar com sucesso seu projeto histórico.

Isto não é um exagero, mas sim um choque de realidade. O tema pode parecer cansativo e repetitivo, mas esta suposta reiteração — que alguns consideram avassaladora — continua insuficiente para dissipar as visões negacionistas e vindicativas das políticas de terrorismo de Estado sistematicamente implementadas durante 17 anos após o 11 de setembro de 1973.

Trinta e cinco anos depois do retorno da democracia, é impressionante — e preocupante — que pelo menos três dos candidatos à presidência em 16 de novembro tenham laços estreitos com a ditadura e, consequentemente — porque essa relação não pode ser separada como as peças de um brinquedo — com a impunidade dos crimes cometidos naquele período.

Kaiser: a reafirmação ditatorial

Talvez o exemplo mais brutal e inescrupuloso seja Johannes Kaiser. O candidato do Partido Nacional Libertário, que até recentemente tinha mais de 15 pontos nas pesquisas, é um ferrenho defensor da ditadura. Ele não apenas demonstrou sua disposição de apoiar um novo golpe de Estado, como também expressou seu desejo de proibir o Partido Comunista (como já aconteceu repetidamente na história do Chile), do qual Jeannette Jara, a única candidata presidencial do partido governista, é filiada.

Mas o histórico narrativo de Kaiser é ainda mais sinistro. Em 2016, ele realizou um documentário que justificou a figura de Miguel Krassnoff, ex-brigadeiro do Exército chileno condenado em inúmeros casos de sequestro, tortura e desaparecimento de pessoas. Krassnoff é um dos militares mais condenados do país, acumulando mais de 25 decisões mantidas pela Suprema Corte e sentenças superiores a 1.000 anos de prisão.

O candidato do Partido Libertário Nacional, Johannes Kaiser, que até recentemente tinha uma vantagem de mais de 15 pontos nas pesquisas, é um ferrenho defensor da ditadura - Gaspar Escobar Vallvé

Como se não bastasse, o candidato libertário nacional — que anteriormente serviu na UDI e no Partido Republicano, uma linhagem ideológica comum — declarou publicamente: "Aquelas pessoas em Pisagua foram fuziladas com razão", referindo-se às vítimas de crimes contra a humanidade que pereceram em um dos campos de extermínio no norte do Chile. Uma brutalidade e desumanidade sem limites.

Matthei e o pinochetismo: a falsa negação de si mesmo

Evelyn Matthei, a porta-estandarte da direita supostamente mais moderada ou liberal, não tem exatamente um histórico menos injusto. Há poucos meses, em uma entrevista na televisão, ela afirmou que o golpe de Estado "era necessário; caso contrário, teríamos ido direto para Cuba. Não havia outra alternativa". Ela acrescentou: "O que quero destacar é que provavelmente no início, em 1973 e 1974, era bastante inevitável que houvesse mortes, porque estávamos em uma guerra civil."

A guerra civil a que Matthei alude nada mais é do que uma defesa grosseira de crimes de Estado perpetrados por aparatos militares e agentes policiais, justificando-os como uma resposta às supostas ações insurgentes de organizações sociais e atores civis sem qualquer capacidade militar comparável à do Exército. Uma tese tão farsesca quanto desonesta, que busca descaradamente equiparar vítimas e perpetradores.

ale lembrar que, mesmo antes de Allende assumir a presidência, a direita chilena, com o apoio dos Estados Unidos, já orquestrava operações sediciosas de desestabilização contra o governo da Unidade Popular, como o assassinato do general René Schneider ou, anos depois, o assassinato do ajudante de ordens Arturo Araya. A completa omissão desses eventos — que tiveram como vítimas membros das Forças Armadas — pela filha do general da Força Aérea e membro da Junta Militar, Fernando Matthei, reflete apenas um viés deliberado. Ainda mais grave é o fato de a candidata Matthei descrever a morte sob tortura do general Alberto Bachelet — companheiro de seu pai na FACH — como "inevitável", o que ocorreu justamente nos anos aos quais ela se refere em suas declarações. Foram os anos mais sangrentos da máquina repressiva da ditadura.

Evelyn Matthei, porta-estandarte da suposta direita mais moderada, afirmou que o golpe de Estado "era necessário; caso contrário, teríamos ido direto para Cuba. Não havia outra alternativa" - Gaspar Escobar Vallvé

É verdade que Matthei recentemente se desculpou por qualquer dano que suas palavras possam ter causado. No entanto, trata-se de um arrependimento egoísta e inacreditável, decorrente da necessidade de buscar apoio no centro político, visto que sua candidatura está em terceiro lugar e não tem impulso suficiente para avançar para o segundo turno. Vale acrescentar que a UDI, o partido que a candidata representa, ainda inclui uma referência ao atentado de La Moneda em sua declaração de princípios, descrevendo-o como uma "ação libertadora" que "salvou o país da ameaça iminente de um totalitarismo irreversível".

Isto é sobre o mais recente; porque não podemos esquecer que, no final da década de 1990, Matthei mobilizou-se publicamente contra a prisão de Pinochet em Londres. Como senadora recém-eleita, liderou protestos em frente às embaixadas britânica e espanhola em Santiago, exigindo a libertação do ditador. Chegou a apelar ao "repúdio ativo", ao boicote a esses dois países e incitou as pessoas a "atirar um ovo ou um tomate" aos membros das embaixadas. Mais tarde, justificou suas ações como uma defesa da soberania nacional. É difícil acreditar quando se vêem as imagens dela abraçando carinhosamente Pinochet em seu retorno ao Chile: um Pinochet saudável, impune, tão fraudulento quanto o discurso do candidato sobre o tema da memória e dos direitos humanos.

Kast, herdeiro de Paine

O terceiro e último caso diz respeito ao homem que liderava todas as pesquisas, tanto no primeiro turno quanto em um possível segundo turno: José Antonio Kast, líder do Partido Republicano, figura cuja família colaborou estreitamente com a ditadura.

José Antonio é filho de um membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães que chegou ao Chile após a derrota das potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial. A família Kast se estabeleceu em Paine, onde participou da feroz repressão sofrida pelos camponeses da comuna no início da ditadura. Tanto Michael, pai do clã familiar, quanto Christian, um de seus filhos, foram implicados em prisões que culminaram em desaparecimentos forçados. Michael morreu como réu, enquanto Christian não foi processado por ser menor de idade na época dos crimes.

José Antonio Kast é filho de um membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Ele observou que "em 11 de setembro de 1973, o que tinha que ser feito foi feito" - Gaspar Escobar Vallvé

Paine é a comuna chilena com o maior número de vítimas desaparecidas e executadas da ditadura, em relação à sua população. Os assassinatos ali demonstram a cumplicidade entre militares e civis no planejamento e na execução de violações de direitos humanos. Trata-se de um ato de vingança dos latifundiários locais contra os camponeses que se beneficiaram da reforma agrária. O jornalista Javier Rebolledo explora esse caso em profundidade em seu livro "À sombra dos corvos ".

É alarmante que, tendo crescido nesta comuna e conhecedor desta história, José Antonio Kast tenha declarado que "em 11 de setembro de 1973, o que tinha que ser feito foi feito" e que, anos atrás, tenha se encontrado com Miguel Krassnoff, de quem alegou "não acreditar em tudo o que se dizia a seu respeito", negando assim a verdade estabelecida por decisões judiciais. O candidato do Partido Republicano chegou a comentar, durante sua primeira candidatura presidencial, que, se Pinochet estivesse vivo, "votaria nele" e que tomariam chá juntos.

A tudo isso se soma o papel de Miguel Kast, irmão falecido do atual candidato, que foi Ministro do Trabalho durante a ditadura e arquiteto das reformas trabalhista e previdenciária que consolidaram um sistema carente de direitos sociais. Mas isso é assunto para outra análise.

A disputa eleitoral e o campo da memória

Como Elizabeth Jelin acertadamente aponta, a memória não é um arquivo neutro, mas sim um campo de lutas políticas e simbólicas onde atores contestam significados sobre o passado recente. É um processo ativo moldado por relações de poder e conflitos.

O cenário eleitoral atual apresenta um quadro em que a soma dos votos dos três candidatos analisados ​​ultrapassa 50% da intenção de voto. A negação, a relativização ou, pior ainda, a legitimação de violações de direitos humanos constituem atualmente um risco tão real quanto perigoso para o funcionamento da democracia.

Hannah Arendt sustentou que o maior mal não é perpetrado por fanáticos, mas por pessoas comuns que aceitam as premissas de sua época. É preocupante — e angustiante — que existam potenciais presidentes que, dada a oportunidade de avaliar retrospectivamente o que aconteceu, com todo o contexto histórico e as evidências à sua frente, continuem a aceitar e a sustentar as mesmas premissas que permitiram as piores atrocidades do período mais sombrio da história do Chile.

"Eles foram bem atingidos", comenta Kaiser.
"O que precisava ser feito, foi feito", ressalta Kast.
"Era necessário", diz Matthei.
"Nem os mortos estarão a salvo do inimigo se eles vencerem", alertou Benjamin.

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