10 Setembro 2025
O presidente foi recebido com gritos por um grupo de pessoas ao sair para jantar em um restaurante próximo à Casa Branca com seus colaboradores mais próximos e membros destacados de seu gabinete.
A informação é de Andrés Gil, publicada por El Salto, 10-09-2025.
Acontece que não se podia sair para jantar em Washington, capital americana, até que Donald Trump decidiu tomar a cidade militarmente em meados de agosto. E, como o presidente dos EUA está convencido disso, nesta terça-feira ele decidiu mobilizar toda sua caravana presidencial para se mover por três minutos, entre 19h27 e 19h30, para ir a um restaurante na esquina, no centro da cidade, chamado Joe's Seafood, Prime Steak & Stone Crab.
Especializado em carnes e frutos do mar, Trump foi vaiado na chegada e dentro do estabelecimento por um grupo de pessoas que protestavam contra o genocídio israelense em Gaza e, também, contra a ocupação das forças policiais e militares federais na capital dos EUA.
O presidente fez breves declarações em frente ao restaurante, ao qual chegou acompanhado do vice-presidente, J. D. Vance; do secretário de Estado, Marco Rubio; e do secretário de Defesa, Pete Hegseth.
Trump aproveitou para se gabar, na porta do restaurante, de que Washington se tornou uma cidade “sem criminalidade” em quatro semanas graças à sua política de “lei e ordem”. Ao fundo, ouviam-se gritos de apoio de pessoas do outro lado da rua e, também, algumas vaias.
Entre as coisas que Trump comentou, estava que Israel não o notificou do ataque contra líderes do Hamas no Catar com antecedência, e que ele não estava “empolgado” com a operação de Benjamin Netanyahu, ao mesmo tempo que prometeu uma declaração completa sobre o assunto para esta quarta-feira.
Além disso, ele insistiu que não era sua assinatura que aparecia no cartão de aniversário de Jeffrey Epstein entregue ao Congresso pelos administradores do patrimônio de Epstein, apesar das múltiplas evidências de que na época ele assinava daquela forma.
Após alguns minutos de conversa com a imprensa, às 19h40, Trump entrou no restaurante enquanto algumas mulheres saíam gritando: “Washington DC livre! Palestina livre! Trump é o Hitler do nosso tempo!” (Free DC, free Palestine, Trump is the Hitler of our time!).
Os agentes de segurança conduziram as mulheres para fora do restaurante.
ATENÇÃO!! Trump foi HUMILHADO num restaurante em Washington, manifestantes gritaram contra ele e disseram que ele é o HITLER DO NOSSO TEMPO!!!
— Thiago dos Reis 🇧🇷 (@ThiagoResiste) September 10, 2025
Tá aí o DATA POVO dos EUA!!!!
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Trump usa o assassinato de uma jovem ucraniana
A saída noturna de Trump faz parte de sua campanha para mobilizar forças militares em cidades democratas, como já fez em Los Angeles e Washington DC, e está considerando fazer em Chicago, Baltimore ou Nova Orleans.
Da mesma forma, dentro desta campanha, ele está usando o assassinato da ucraniana de 23 anos Iryna Zarutska em Charlotte (Carolina do Norte) no fim de agosto — esfaqueada em um vagão de trem — para desacreditar as políticas de segurança dos democratas e facilitar o caminho para a mobilização da Guarda Nacional em mais cidades.
Sobre o assassinato de Iryna Zarutska em um trem, Trump disse nesta segunda-feira: “Simplesmente dou meu amor e esperança à família.” E acrescentou que o vídeo de seu esfaqueamento por um “lunático” era “insuportável”.
“Quando há assassinatos horríveis, é preciso tomar medidas horríveis”, disse Trump, mencionando as políticas judiciais sobre fianças em lugares como Chicago. “Nós adoraríamos ir a Chicago”, disse ele em relação à tomada das cidades democratas. “Estamos esperando uma ligação de Chicago.”
“As pessoas de Washington estão encantadas”, afirmou, mencionando que a prefeita Bowser estava recebendo muitas críticas de seus colegas democratas por acatar seu controle policial. “Ela está permitindo. Mas ou ela permite ou, simplesmente, faremos isso”, acrescentou.
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