10 Setembro 2025
- O Pe. José María Tojeira foi sepultado na Guatemala após sua morte na sexta-feira passada.
- Clara Girbau Ronda, embaixadora da Espanha na Guatemala: "Devemos prestar-lhe a homenagem que ele merece por todo o trabalho que fez pela América Central."
- A despedida contou com cerca de 200 pessoas, praticamente lotando o auditório onde ocorreu a despedida final do padre jesuíta na Guatemala.
A informação é publicada por Religión Digital, 09-09-2025.
O padre espanhol José María Tojeira, principal força motriz por trás da busca por justiça pelo massacre de seis padres jesuítas e duas mulheres cometido pelo exército em El Salvador em 1989, foi sepultado na Guatemala na segunda-feira, após sua morte na sexta-feira passada.
Tojeira foi sepultado na Universidade Jesuíta Rafael Landívar, na Cidade da Guatemala, onde morreu em 5 de setembro devido a uma parada cardíaca aos 78 anos.
"Devemos prestar-lhe a homenagem que ele merece por todo o trabalho que fez pela América Central", disse Clara Girbau Ronda, embaixadora da Espanha na Guatemala, à EFE no campus universitário, onde o velório e a missa subsequente foram realizados.
Girbau Ronda descreveu o trabalho de Tojeira "desde o fim da década de 1960" como "incansável" e também lembrou "o amor que ele tinha por esta região".
O funeral do padre contou com a presença de aproximadamente 200 pessoas, praticamente lotando o auditório onde ocorreu a despedida do padre jesuíta na Guatemala. Uma delegação da Universidade Centro-Americana (UCA) também esteve presente.
O padre jesuíta, naturalizado salvadorenho, deixou na América Central um legado de luta por causas sociais, buscando justiça pelo massacre de seis jesuítas e duas mulheres nas mãos do Exército salvadorenho em 1989 e criticando os abusos dos governos centro-americanos.
Nascido em Vigo (Galícia, noroeste da Espanha) em 1947 e formado em Teologia e Filosofia pela Universidade Comillas, Tojeira chegou à América Central em 1969 para trabalhar em Honduras. Em 1985, foi enviado para El Salvador, durante a guerra civil (1980-1992), e em 1988 foi nomeado provincial dos jesuítas na região.
Em 16-11-1989, um comando do Exército salvadorenho massacrou cinco jesuítas espanhóis e um jesuíta salvadorenho, juntamente com sua colaboradora Elba e sua filha Celina, no campus da UCA. Tojeira morava nas proximidades e foi um dos primeiros a chegar e conversar com testemunhas do crime. Ele foi uma figura-chave nos clamores por justiça e a força motriz por trás do processo criminal contra oficiais superiores do Exército salvadorenho.
Segundo várias fontes, Tojeira morreu de parada cardíaca e será transferido para El Salvador na terça-feira para um velório na paróquia que liderava e sepultamento no campus da UCA.
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