A derrocada estadunidense também chegará. Artigo de Edelberto Behs

Foto: Mohan Nannapaneni/Pexels

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22 Agosto 2025

"Trump quer fazer a América grande novamente. Com as 'armas' que ele aplica certamente não alcançará o seu objetivo. O buraco é muito grande. E aplicando o arsenal bélico, a conta só crescerá", escreve Edelberto Behs, jornalista. 

Eis o artigo.

A história ensina: nenhum império dura para sempre. O império estadunidense, assim como o mongol, otomano, persa, romano, inglês, francês, alemão, também vai ruir. Nalgum dia. O presidente Donald Trump tem que se preocupar, e com motivos. O império está ruindo. E para “salvá-lo” Trump recorre a uma prática detestável: ou com armas, como em Gaza, ou atacando Estados amigos, querendo humilhá-los com tarifaços.

O que impressiona é que governantes não aprendem as lições da história. Adolf Hitler ergueu-se politicamente contestando o Acordo de Versalhes, prometendo boas condições de vida ao povo, valorizando o marco. Foi à
guerra, perdeu e o seu império de mil anos acabou junto com o orgulho alemão.

Trump quer fazer a América grande novamente. Com as “armas” que ele aplica certamente não alcançará o seu objetivo. O buraco é muito grande. E aplicando o arsenal bélico, a conta só crescerá.

Segundo o Tesouro Nacional, a dívida dos Estados Unidos em 3 de julho era de 36,22 trilhões de dólares (cerca de 200 trilhões de reais). No último ano, a dívida nacional aumentou, em média, 3,75 bilhões de dólares (cerca de 20,5 bilhões de reais)!

Até mesmo o comentarista evangélico Chuck Bentley, do portal The Christian Post, um portal conservador, reconhece que a dívida é “impressionante e insustentável”. Ele recorre ao livro de Provérbios para explicar por que o Estado americano está equivocado: “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é escravo do que empresta” – Provérbios 22,7.

A pergunta é: quem banca a dívida dos Estados Unidos? Trump quer descontá-la distribuindo-a mundo afora! Bentley convoca as igrejas para que elas se engajem no ensinamento de princípios financeiros “bíblicos”, com o propósito de “formar administradores fiéis que serão livres para trabalhar, doar, economizar, gastar e investir de maneiras que farão o Reino de Deus crescer”.

Será que ele confunde Reino de Deus com os Estados Unidos? Bentley também deixa um recado direto ao consumidor: “Para se proteger contra as ameaças econômicas criadas pelo excesso de dívidas, certifique-se de minimizar ou eliminar suas dívidas pessoais o máximo possível. Quanto menos você deve, mais livre você se torna”. E isso significa, também, livrar-se do cartão de crédito, o que certamente desagrada o seu presidente.

Bentley busca apoio em números para dar tais conselhos. Em maio, a dívida do consumidor estadunidense atingiu, de acordo com o Federal Reserve Bank de Nova Iorque, a alta histórica de 18,2 trilhões de dólares (cerca de 100 trilhões de reais) no primeiro trimestre de 2025. Ou seja, o americano médio devia 62,5 mil (345 mil reais) no período.

O sonho americano esvaiu-se.

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