"A prática do genocídio serve a dois propósitos. O primeiro, o de 'limpar' Gaza, permitindo sua ocupação, um exercício explícito de genocídio. O segundo, impulsionar a indústria de defesa de Israel, escreve Luís Nassif, jornalista, em artigo publicado por Jornal GNN, 19-08-2025.
Eis o artigo.
Nunca as armas de guerra foram tão precisas, e nunca mataram tantos civis. O uso de Gaza como “laboratório de guerra” tem sido amplamente documentado por organizações de direitos humanos, jornalistas investigativos e especialistas em segurança.
O jornalista Antony Loewenstein, autor do livro The Palestine Laboratory, afirma que Gaza serve como um campo de testes para novas armas e sistemas de vigilância, que são posteriormente comercializados como “testados em combate”.
É mais um ponto para confirmar a prática de genocídio.
Entre as principais armas e sistemas destacam-se:
Steel Sting (Ferrão de Aço): Um novo tipo de bomba de morteiro guiada por GPS e laser, desenvolvida pela empresa israelense Elbit Systems. Ao contrário dos óbitos convencionais, permite atingir alvos com alta precisão em áreas urbanas, danos colaterais. Desenvolvida para ataques de precisão em ambientes urbanos, a munição foi utilizada pela primeira vez em larga escala em Gaza. Fontes militares israelenses, citadas em reportagens, afirmam que o “Steel Sting” permite atingir alvos com margem de erro mínima.
Tanques Barak: Nova geração de tanques baseada no Merkava, o Barak usa inteligência artificial para aumentar a consciência situacional dos tripulantes e para proteção ativa contra mísseis antitanque. Possui sensores avançados, realidade aumentada e um sistema de defesa “Trophy”, que detecta e intercepta projetos antes que atinjam o veículo. BBC
Drones Spark: Parte do programa Storm Clouds, produzido por Rafael Advanced Defense Systems e Aeronautics Group. Esses drones são capazes de coleta de inteligência, apoio em combate e operação baseada em dados em tempo real. Embora um pouco detalhado publicamente, a promessa é de operações mais eficientes e precisas. BBC
Sistemas de Inteligência Artificial: Israel também possui sistemas avançados de IA para selecionar alvos dos bombardeios de maneira automatizada. O “Habsora” é um sistema de IA que analisa vastas quantidades de dados para gerar alvos potenciais em um ritmo muito mais rápido do que analistas humanos. Segundo investigações jornalísticas, o sistema pode identificar centenas de alvos por dia, transformando a seleção de alvos em um processo quase industrial.
O “Lavender”, por sua vez, é outro sistema de IA usado para identificar supostos militantes de baixo escalão, marcando-os para possíveis ataques. Críticos e especialistas em direitos humanos alertam que a dependência desses sistemas pode levar a erros fatais.
Sistemas robóticos avançados: Inclui veículos não tripulados usados especialmente para operações de engenharia de combate, como o “robdozer” (trator operado à distância), permitindo que os soldados assumam áreas de alto risco.
Algoritmos de localização: Relatos indicam o uso de algoritmos avançados para identificar a localização de líderes inimigos em tempo real, inclusive baseando-se em dados digitais de voz.
A prática do genocídio serve a dois propósitos. O primeiro, o de “limpar” Gaza, permitindo sua ocupação, um exercício explícito de genocídio. O segundo, impulsionar a indústria de defesa de Israel.
Em 2024, as exportações de defesa de Israel chegaram ao recorde histórico de US$14,8 bilhões, o quarto ano consecutivo de crescimento. Deve-se à alta demanda por tecnologias “testadas em combate”. O principal mercado foi a Europa. Atualmente, seu portfólio de pedidos chega a US$ 23 bilhões.