13 Agosto 2025
Organizações da sociedade civil entregaram ao Itamaraty na última 2ª feira (11/8) uma carta com um apelo para que o Brasil defenda o fim da exploração de petróleo e gás na Amazônia. O manifesto antecede a cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), marcada para 22 de agosto para Bogotá, na Colômbia, que deve aprovar uma declaração conjunta sobre a crise climática. O texto servirá de base para a posição do bloco de países amazônicos na COP30, informam eixos e Conexão Planeta.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 12-08-2025.
As organizações pedem que a Declaração de Bogotá inclua um compromisso explícito de transformar a Amazônia na primeira zona global de exclusão da exploração e produção de combustíveis fósseis. “É hora de dar um passo corajoso e tomar uma decisão clara: não mais expansão de combustíveis fósseis na Amazônia.”
João Pedro Galvão, coordenador de Articulação do Coletivo Pororoka, uma das organizações que assina a carta, enfatizou a necessidade e a urgência de dizer não à expansão dos combustíveis fósseis na área da Floresta Amazônica, relata o Correio Braziliense. Além dos acidentes e vazamentos de petróleo e gás, a exploração de petróleo na Amazônia negligencia os Povos Originários que residem nos locais das explorações, afirma Galvão.
A carta é um claro recado aos defensores do petróleo até a última gota presentes no governo Lula, e vem na iminência da licença do Ibama para a Petrobras perfurar um poço no bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas. Ontem aconteceu uma reunião para a definição das datas para a Avaliação Pré-Operacional (APO), simulado de vazamento de petróleo e atendimento à fauna. “Seguimos observando com preocupação a abertura de novas frentes de exploração petrolífera e gasífera em diversos países da região [amazônica]. Esta contradição entre os compromissos assumidos e as práticas atuais ameaça comprometer não apenas os objetivos climáticos globais, mas também os direitos dos Povos Indígenas e das comunidades locais.”
Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o atual debate sobre a política energética no Brasil evidencia a Petrobras a necessidade de deixarem de ser apenas exploradoras de petróleo para passarem a investir mais em energia limpa e renovável, relata o g1. Entretanto, as falas da presidente da empresa, Magda Chambriard, e os baixos investimentos da petrolífera em fontes renováveis mostram uma Petrobras muito longe de se transformar numa empresa de energia.
Enquanto as mudanças climáticas exigem urgência na eliminação dos combustíveis fósseis, as principais petrolíferas do mundo intensificam sua busca por novas reservas de petróleo e gás, seguindo o lema “Drill, baby, drill!” do presidente dos EUA, Donald Trump. Executivos das BP, Chevron, ExxonMobil, Shell e TotalEnergies usaram recentes teleconferências de resultados para destacar como começaram a focar na garantia de novas reservas, em detrimento dos investimentos em renováveis, informa o Financial Times, em matéria traduzida por Folha e Valor.