• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Do tarifaço ao “taxaço”: A taxa SELIC em 15% impõe um alto custo ao povo brasileiro. Artigo de Sérgio Botton Barcellos

Mais Lidos

  • Vozes de Emaús. Como fica a Igreja depois da Cristandade. Artigo de Marcelo Barros

    LER MAIS
  • Inácio de Loyola em tempos sombrios. Artigo de Gabriel Vilardi

    LER MAIS
  • O que a Igreja pode aprender com os Capuchinhos. Entrevista com Helmut Rakowski

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    17º domingo do tempo comum – Ano C – Aproximação e esperança em Deus, o Pai nosso

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • Twitter

  • LINKEDIN

  • WHATSAPP

  • IMPRIMIR PDF

  • COMPARTILHAR

close CANCELAR

share

31 Julho 2025

"A manutenção da SELIC em 15% não é um dado técnico neutro. Ela expressa um modelo de governança econômica que privilegia a estabilidade da inflação a qualquer custo, mesmo que isso signifique paralisar o crescimento, sufocar políticas sociais e aprofundar desigualdades". 

O artigo é de Sérgio Botton Barcellos, professor adjunto do Departamento de Ciências Sociais (DCS) e do programa de pós-graduação em Sociologia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Eis o artigo. 

Muito se falou nos últimos dias sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, sobretudo após a retaliação comercial orquestrada por Donald Trump. Mas enquanto as manchetes ecoam sanções sobre o café, ferro etc. temos digamos em curso um “taxaço”, digamos que “silencioso” e diria até cruel, na economia brasileira. Ele não vem de fora, nem de governos estrangeiros, mas da própria política monetária conduzida pelo Banco Central: trata-se do anúncio nesta quarta-feira (30/07) da manutenção dos juros altos da taxa SELIC em 15% em um dos contextos mais severos de concentração de renda da história recente do país. Partilhar

Quando o Banco Central decide manter a taxa SELIC em 15%, está tomando uma decisão de política monetária que carrega implicações profundas para toda a economia, mas que pesa de forma desproporcional sobre os mais pobres. A SELIC, taxa básica de juros da economia, funciona como referência para todas as outras taxas cobradas no mercado, desde empréstimos bancários até o rendimento de títulos públicos. Ao mantê-la em um patamar elevado como 15%, o Banco Central está, de fato, apertando as condições de crédito com o objetivo declarado de controlar a inflação. Contudo, esse controle tem custos, e esses custos são distribuídos de forma desigual na sociedade brasileira.

Taxas de juros altas encarecem o crédito, desestimulam o consumo das famílias e o investimento produtivo por parte das empresas. No curto prazo, isso pode ajudar a conter a inflação ao reduzir a demanda agregada. No entanto, o efeito colateral é a desaceleração da atividade econômica, o aumento do desemprego e a compressão da renda, especialmente entre os setores mais vulneráveis da população, que dependem de empregos informais, políticas públicas e serviços básicos que ficam comprometidos em um cenário de crescimento baixo.

Para quem tem baixa renda, a inflação não é apenas uma abstração técnica, mas uma questão de sobrevivência: alimentos, transporte, gás de cozinha e aluguel pesam muito mais no orçamento de quem ganha até dois salários mínimos. Ao mesmo tempo, são esses os grupos que menos se beneficiam das altas taxas de juros, já que, por exemplo, a maioria não tem acesso a aplicações financeiras rentáveis. Por outro lado, 76% dos brasileiros estão endividados, e a taxa média de juros no cartão de crédito rotativo chega até 445% ao ano no início de 2025. Manter a SELIC em 15% também tem efeitos distributivos perversos. Enquanto a maioria da população sofre com a retração econômica, o capital rentista é amplamente beneficiado. Grandes investidores, bancos e detentores de títulos públicos passam a receber mais em juros da dívida, o que aumenta o custo do endividamento do Estado e transfere recursos públicos para o pagamento dos encargos financeiros. De acordo com notícia da Agência Senado (2024) “A estimativa da IFI é que a dívida bruta do governo geral — que inclui todos os poderes da União, estados e municípios, sem considerar seus ativos e patrimônios — alcance valor que corresponde a 80% do produto interno bruto (PIB) ao fim deste ano e continue crescendo no curto prazo. O valor da dívida era de R$ 8,8 trilhões em julho, segundo o Banco Central.” A cada ponto percentual da SELIC, estima-se um acréscimo de R$ 35 a R$ 40 bilhões nos gastos com juros da dívida, que são pagos com recursos do Orçamento da União.

A conta desses juros recai sobre o conjunto da população brasileira, mas com peso maior sobre quem tem menor renda. Isso ocorre porque o serviço da dívida é financiado em grande parte por receitas tributárias regressivas: mais de 50% da arrecadação federal vem de tributos indiretos, como ICMS e PIS/COFINS, que incidem igualmente sobre ricos e pobres. Assim, quem paga mais proporcionalmente à sua renda são os que têm menos. O Brasil, segundo o relatório da Oxfam (2025), está entre os países com maior desigualdade tributária do mundo: os 10% mais pobres comprometem cerca de 32% da sua renda com tributos, enquanto os super-ricos pagam apenas cerca de 10% da renda em impostos.

Nesse cenário, é inevitável perguntar: qual é o papel do governo Lula 3 nisso? Apesar do Banco Central ter autonomia formal desde 2021, sua política monetária continua inserida no conjunto mais amplo da política econômica do país. O governo Lula 3, por exemplo, mesmo com retórica voltada para a inclusão social e o crescimento com distribuição de renda, tem tido desde que Galípolo assumiu o Banco Central uma convivência tranquila e licenciosa com uma lógica fiscalista e monetarista herdada do governo anterior. A autonomia do BC não é absoluta: ela é resultado de escolhas políticas e de um arcabouço institucional que poderia ser questionado pelo próprio governo.

Ou seja, a manutenção da SELIC em 15% não é um dado técnico neutro. Ela expressa um modelo de governança econômica que privilegia a estabilidade da inflação a qualquer custo, mesmo que isso signifique paralisar o crescimento, sufocar políticas sociais e aprofundar desigualdades. Ao se omitir ou ao se submeter a essa lógica, o governo se torna corresponsável pelos efeitos sociais dessa política econômica a médio e longo prazo, especialmente sobre os que menos têm.

Ao manter a SELIC nesse patamar, o Banco Central impõe um custo diário bilionário aos cofres públicos. A alta da taxa básica de juros da economia nacional deve fazer com que o governo federal gaste um dos maiores, se não o maior valor histórico só para arcar com os juros da dívida pública. Enquanto se discute o aumento do IOF sobre fundos exclusivos, que arrecadaria mais de R$ 30 bilhões em dois anos, o dispêndio do setor público em 12 meses com a rolagem de seu débito pode atingir R$ 1 trilhão ainda neste ano.

O “taxaço” da SELIC a 15% é institucionalizado e legitimado por um discurso técnico que diz combater a inflação, mas que ignora suas causas estruturais. A inflação brasileira nos últimos anos esteve muito mais associada a choques de oferta (preços de alimentos, combustíveis e energia) do que a excesso de demanda. Ainda assim, a receita aplicada foi o freio na taxa de juros, como se estivéssemos vivendo um surto consumista no país. O resultado disso é a imposição de um custo gigantesco à economia sem soluções estruturais para os focos geradores de inflação.

Isto é, o governo Lula 3 ao aceitar as amarras do arcabouço fiscal, ao legitimar a meta de inflação ultraconservadora e ao não pressionar pela revisão da política de juros, acaba sendo no mínimo cúmplice desse “taxaço”. A cada reunião do Comitê de Política Monetária, que decide manter a SELIC nas alturas, estamos sendo atacados por uma política de espoliação, gerando empregos precários na informalidade e com baixa renda.

Diante desse cenário, cabe perguntar: até quando aceitaremos essa política monetária como um dogma liberal intocável? Por que uma taxa de juros tão elevada segue sendo tratada como a única solução, mesmo quando seus efeitos aprofundam desigualdades e limitam o desenvolvimento do país? Como sustentar um projeto de justiça social com um Estado que transfere bilhões aos rentistas enquanto contingência investimentos públicos em políticas públicas de transporte, saúde, educação, segurança e habitação? E a soberania popular nesse caso?

Temos o tarifaço que o Brasil enfrenta do gabinete de Trump em Washington e o Taxaço que enfrentamos vindo dos gabinetes em Brasília com ligação direta na Faria Lima. O Taxaço da SELIC em 15% está vindo de Brasília, em cada decisão do Comitê de Política Monetária, em cada silêncio cúmplice do governo diante da engrenagem que retira do povo para garantir a rentabilidade dos de sempre. Enquanto isso, seguimos pagando mais impostos, com empregos precários, salários injustos, escolas sucateadas, transporte desmantelado, alimentação e aluguéis caros, além de um futuro incerto dia a dia para a maioria.

Na quarta, 30/07, o “Dia sagrado da soberania” foi para quem? Para os exportadores? Para a soberania e a economia com o povo é que não foi.

Leia mais

  • Documentos, dinheiro e doutrinação: a influência recente dos EUA na política brasileira - Documentário de Bob Fernandes. Comentário de Sérgio Botton Barcellos
  • “O Executivo gerencia, mas não disputa projeto de sociedade”. Entrevista especial com Sérgio Botton Barcellos
  • O salário mínimo deveria ser R$ 7.052,64? Como assim? Artigo de Sérgio Botton Barcellos
  • Em dois mapas, avanços e contradições de Lula 3. Artigo de Paulo Kliass
  • Em que o ataque de Trump nos provoca a pensar. Artigo de Ricardo Queiroz Pinheiro
  • O parasita: serviço da dívida pública drena R$ 75 bilhões dos cofres da União em março de 2025. Entrevista especial com Paulo Kliass
  • R$ 1 trilhão: Brasil se aproxima de gasto histórico com juros por conta da Selic
  • “A brincadeira do Roberto Campos em aumentar a Selic equivale a um ano de emendas”, diz parlamentar
  • Alta do PIB é positiva, mas população ainda sente impacto dos juros e do preço dos alimentos, diz economista
  • Juros: o que Galípolo está esperando? Artigo de Paulo Nogueira Batista Jr.
  • Pleno emprego é desculpa para o Banco Central aumentar juros. Artigo de José Eustáquio Diniz Alves
  • 8 em cada 10 brasileiros estão endividados
  • Justiça fiscal: a bizarra desigualdade no Brasil. Artigo de Diogo Comitre e Mauricio Alfredo
  • Brasil vive Síndrome de Estocolmo com a Faria Lima
  • Arcabouço Fiscal é um ataque direto à classe trabalhadora e um marco negativo na trajetória de Lula. Entrevista especial com Maria Lucia Fattorelli
  • Governo Lula e a espada de Dâmocles do mercado. Artigo de Luís Nassif
  • Soberania, o agro e o golpismo antipatriótico. Artigo de Gabriel Vilardi 

Notícias relacionadas

  • “A valorização do Centro Histórico com o uso social que se pode fazer do Cais Mauá não pode ser reduzida a ganhos econômicos”, diz o sociólogo.

    A cidade (rebelde) da modernidade tardia contra a cidade fordista-industrial. Entrevista especial com Milton Cruz

    LER MAIS
  • "Nossas cidades são insustentáveis". Entrevista especial com Luciana Ferrara

    LER MAIS
  • Obedecer é mais fácil do que entender

    “Obediência é submissão e passividade: morte do pensamento. Daí a importância de uma escola que seja capaz de ensinar as m[...]

    LER MAIS
  • Falácias sobre o ajuste fiscal

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados