Entre janeiro de 2024 e abril de 2025, as autoridades russas iniciaram 124 processos judiciais contra “russos envolvidos em atividades missionárias” e “estrangeiros envolvidos em atividades missionárias”, segundo a terminologia oficial. A informação foi coligida pelo serviço de notícias cristão Forum 18, que adiantou terem sido condenadas 107 pessoas a penas que vão desde uma simples advertência até a expulsão do país.
A reportagem é publicada por 7Margens, 16-07-2025.
A notícia, referida pelo Evangeliques Info de 15 de julho, refere que entre os acusados estão pelo menos dez pastores evangélicos, bem como cinco igrejas evangelistas, capelães e membros de comunidades cristãs. Dezenas de pastores estão implicados de uma forma ou de outra. A maioria dos indivíduos e igrejas envolvidos são batistas.
Oficialmente – descreve o Evangeliques Info –, a Rússia garante a liberdade religiosa, “no entanto, desde 2016, o governo de Vladimir Putin vem gradualmente restringindo a divulgação de crenças religiosas”. E explica que “a maioria dos processos é iniciada por motivos administrativos: expressar a própria fé sem informar previamente as autoridades; participar em eventos religiosos não registados; comparecer a um culto sem estar registado na congregação; disseminar uma ‘ideologia religiosa’; realizar reuniões fora de locais de culto registados; ou distribuir materiais religiosos — ‘materiais impressos, de áudio ou vídeo sem esse nome, ou seja, sem menção explícita de seu uso missionário”.
Por outro lado, o mesmo jornal indica que “desde janeiro, as igrejas domésticas foram proibidas e a polícia foi autorizada a impor multas ou realizar expulsões administrativas sem recorrer à justiça”. Estas medidas também se aplicam aos territórios ucranianos ocupados pela Rússia, o que provocou “o levantamento, nos últimos dezoito meses, de processos a quase cinquenta muçulmanos”.
Enquanto reprime a atividade de membros de outras confissões ou religiões, o regime de Putin concede ampla proteção e um forte financiamento à Igreja Ortodoxa Russa liderada pelo controverso Patriarca Kirill I de Moscou e de todas as Rússias, um público apoiante da invasão da Ucrânia.
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