01 Julho 2025
Quadro revela enfrentamentos que deverão se tornar recorrentes com os eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas.
A informação é publicada por ClimaInfo, 01-07-2025.
Enquanto o Rio Grande do Sul ainda lida com os efeitos das fortes chuvas que atingiram o estado nas últimas semanas, outra ameaça climática está preocupando as autoridades gaúchas: a chegada de uma onda de frio nesta semana.
Segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e parte de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e até Rondônia enfrentarão quedas de mais de 5°C em suas temperaturas. O aviso do Inmet para a área foi classificado como de “perigo”.
Agrolink, Brasil 247, CNN Brasil, Correio Braziliense, Metrópoles e Valor repercutiram a informação.
A queda brusca nas temperaturas acontece em um momento ainda delicado em vários municípios do RS. A Defesa Civil gaúcha alertou que os níveis dos rios, afetados pelas chuvas do último mês, devem permanecer elevados por pelo menos mais uma semana, especialmente no Jacuí, que continua com volume acima do normal desde o último episódio de cheias. O coordenador Luciano Boeira destacou ao Zero Hora que a região de Porto Alegre segue em alerta devido à sobrecarga do rio.
No domingo (29/6), cinco rios ultrapassaram a cota de inundação: Caí (São Sebastião do Caí), Taquari (Estrela, Lajeado e Encantado), Jacuí (Triunfo), Paranhana (Taquara) e Guaíba (Eldorado do Sul). Cada bacia hidrográfica apresenta comportamento distinto, com o Taquari registrando subidas e descidas rápidas, enquanto o Jacuí mantém uma elevação prolongada.
CBN, Exame, Correio do Povo, g1, Brasil 247 e NSCTotal, entre outros, relataram o risco iminente de inundação.
A atenção agora se volta para a bacia do rio Uruguai, onde a cheia deve impactar principalmente o Alto Uruguai, mantendo a região em cota de inundação. Localidades como São Borja devem sentir os reflexos nos próximos dias, enquanto áreas como Santa Tereza e Muçum não devem atingir níveis críticos.
Embora ainda não existam ainda números oficiais sobre os prejuízos das enchentes deste ano, nos próximos dias é certo que o cenário tende a ficar mais desafiador, sobretudo para os aproximadamente 10 mil desalojados, muitos impedidos de retornar às suas casas por riscos de desabamento ou deslizamento.
Em sua coluna no Estadão, Antonio Penteado Mendonça lembra que uma severa seca antecedeu as recentes chuvas torrenciais no RS – padrão idêntico ao de 2024, quando as enchentes causaram o maior desastre ambiental da história do estado, com 178 mortos. A mesma área afetada no ano passado, incluindo municípios como Roca Sales, voltou a sofrer com inundações em 2025. Embora os danos tenham sido menores neste ano, milhares ficaram desabrigados, cidades registraram prejuízos significativos e houve vítimas fatais, reforçando a conexão entre esses fenômenos e as mudanças climáticas na região.
O Valor abordou como as enchentes de 2024 no RS aumentaram a preocupação das seguradoras com os prejuízos causados por desastres climáticos no Brasil. No ano passado, a indústria de seguros desembolsou mais de R$ 6 bilhões em indenizações associadas a esse evento climático, valor expressivo, mas aquém dos prejuízos totais. Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) indicam que apenas 6% dos danos causados pelas chuvas no RS no ano passado estavam efetivamente cobertos por seguros.