17 Junho 2025
"Não seria, portanto, uma boa ideia se uma das primeiras viagens do novo Papa Leão XIV fosse à Terra Santa? Já se passaram onze anos desde que seu antecessor, Francisco, viajou à região, visitando a Jordânia, Belém e Jerusalém; tempo suficiente para planejar uma nova visita", escreve Matthias Drobinski, editor-chefe da revista Publik-Forum, em artigo publicado por katholisch.de, 13-06-2025.
Não se quer mais olhar, desviar o olhar da miséria e do sofrimento do povo na Faixa de Gaza. Há o exército israelense, cujas bombas repetidamente atravessam os escombros, levando pessoas de um canto a outro da faixa costeira; a operação há muito perdeu o contato com o objetivo legítimo de depor o Hamas e libertar os reféns que tomou em 7 de outubro. Há o Hamas, que, em seu zelo suicida, usa seus compatriotas como escudos humanos e assassina qualquer um que questione seu poder. Fantasias genocidas florescem em ambos os lados.
Mas desviar o olhar é ainda menos útil só porque tudo parece tão terrível e sem esperança. Em Gaza, a fome em massa ameaça. A Caritas, a Diakonie e praticamente todas as organizações humanitárias vêm advertindo, alertando e implorando há meses. Qualquer pessoa que se diga cristã, qualquer pessoa que se importe com os direitos humanos e a dignidade humana, não deve ficar indiferente.
E o conflito na região, sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos, não é apenas um conflito regional. Ele tem um efeito desastroso em todo o mundo, intensificando as histórias de violência dos séculos XIX, XX e XXI, envenenando a coexistência de diferentes religiões e identidades, alimentando o antissemitismo, a islamofobia e fundamentalismos de todos os tipos. Sem paz no Oriente Médio, qualquer ordem de paz global permanece frágil.
Não seria, portanto, uma boa ideia se uma das primeiras viagens do novo Papa Leão XIV fosse à Terra Santa? Já se passaram onze anos desde que seu antecessor, Francisco, viajou à região, visitando a Jordânia, Belém e Jerusalém; tempo suficiente para planejar uma nova visita. Seria uma viagem delicada, mas que mostraria que este Papa leva a sério a paz da qual falou imediatamente após sua eleição. Seria uma viagem às vítimas israelenses do ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro e àqueles que vivenciaram o inferno em Gaza. Seria uma viagem que mostraria que desviar o olhar não é uma opção.