13 Junho 2025
Horas decisivas para o governo Netanyahu depois que os partidos ortodoxos decidiram apoiar a moção da minoria de dissolver o Knesset. A maioria está trabalhando arduamente para ganhar pelo menos uma semana de tempo para permitir que o governo apresente o projeto de lei sobre a isenção ou, de qualquer forma, a reforma do recrutamento dos Haredim, os judeus ortodoxos. Até mesmo o partido religioso Shas, inicialmente a favor da dissolução, está tentando adiar a discussão e encontrar um meio-termo. Dedo apontado contra o presidente da comissão do Knesset que deve avaliar a lei sobre o recrutamento, Yuli Edelstein, do Likud, que é contra a isenção, mas poderia ser a favor das sanções.
A eventual dissolução do Knesset permitiria que Netanyahu permanecesse até as novas eleições (que entre tempos técnicos e festividades judaicas de início do ano poderiam ser realizadas em outubro) para administrar os assuntos atuais e, portanto, também a guerra em Gaza.
A reportagem é de Nello Del Gatto, publicada por La Stampa, 12-06-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
O Knesset interrompeu seus trabalhos ontem à noite para receber o presidente argentino Javier Milei, grande amigo de Israel, que anunciou que a Argentina transferirá sua embaixada para Jerusalém até 2026.
Enquanto a política e o futuro da coalizão são discutidos na Cidade Santa, a situação em Gaza continua difícil. A Gaza Humanitarian Foundation comunicou, por meio de três sites, que ontem distribuiu o maior número de refeições desde o início de sua gestão, cerca de 2,5 milhões, atingindo assim dezesseis milhões de refeições entregues desde o início das operações. Desmentiu rumores de problemas e feridos nos centros de distribuição e anunciou melhorias na segurança e no processo de distribuição. Imagens e vídeos de pessoas comemorando com pacotes com o logo da organização foram divulgados nas redes sociais.
Por outro lado, circulam vídeos nos quais é possível ver pessoas fugindo e ouvir tiros; em outro, aparentemente filmado da entrada de um centro de distribuição por um dos operadores estadunidenses que o administram, são vistos milhares de moradores de Gaza desesperados que, superando as barreiras e passando por cima de uma elevação, se atiram sobre as ajudas para garantir alguma coisa. Fontes do hospital Nasser de Gaza, em Khan Yunis, falam de 14 mortes ontem perto dos centros de distribuição, 57 nas últimas 24 horas. O exército nega ter aberto fogo contra a multidão, admitindo ter disparado tiros de advertência para o alto na área do corredor Netzarim, no centro de Gaza. Soldados israelenses também recuperaram o corpo do refém Yair Yaakov e de outro ainda não identificado.
Para o Cardeal Piebattista Pizzaballa, Patriarca de Jerusalém, em Gaza "a situação continua sendo desastrosa, dramática e desumana. Estou abismado, não consigo entender o sentido de tudo isso, que ultrapassa qualquer limite compreensível". E continuam presos os oito ativistas da embarcação Madleen que não assinaram a ordem de expulsão.
O brasileiro Thiago Ávila foi transferido para confinamento solitário em outra prisão, destino que também parecia atender à eurodeputada Rima Hassan, que escreveu "Free Palestine" em um muro da prisão de Givon, onde está detida com os demais. O primeiro-ministro francês condenou a operação dos ativistas da Madleen. "De forma alguma", disse François Bayrou, "o gesto da Sra. Hassan, sua instrumentalização dos sofrimentos dos cidadãos de Gaza, contribuem para a solução do conflito".
Entrementes, um comboio de carros e um ônibus que partiu da Tunísia com destino a Rafah, agora na Líbia, foi bloqueado pelas autoridades egípcias. De qualquer forma, o exército israelense havia alertado o comboio de que não teria permissão para entrar em Gaza.
Mas, também a tensão com o Irã está crescendo. Após as ameaças do ministro da Defesa iraniano de atacar as bases estadunidenses caso as negociações sobre o programa nuclear fracassem, Washington está evacuando o pessoal não essencial e as famílias das bases e sedes diplomáticas do Kuwait, Bahrein e Iraque.