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Alérgico àqueles que domesticam a voz de Jesus. Artigo de Martin Scorsese

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09 Mai 2025

"Eu havia entendido que o Santo Padre desdenhava muitos dos ouropéis de seu cargo, que insistia em um retorno à missão original da Igreja. Disseram-me que ele conhecia literatura e adorava Dostoievski, o que me surpreendeu e me emocionou. Ele gostava particularmente de Os Irmãos Karamazov e Memórias do Subsolo, dois livros que tiveram um efeito profundo e duradouro em mim. Mas, mesmo assim... era o Papa", escreve Martin Scorsese, cineasta americano, em artigo publicado por L'Osservatore Romano, 08-05-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O Papa Francisco tinha relações pessoais com muitas pessoas. Quase se poderia dizer que todo encontro que ele tinha era pessoal, não importava quanto tempo durasse. Ele não parecia gostar de abstrações ou informações genéricas. Quando estava cara a cara com alguém, tentava responder a essa pessoa da maneira mais profunda possível no tempo disponível.

É claro que eu não sabia disso na primeira vez que nos encontramos em Roma. Devo dizer que eu realmente não tinha ideia do que esperar. Eu estava preparado para tudo, até mesmo para um cancelamento de última hora. Na época, eu pensava que a Igreja poderia ter algum interesse no filme que eu tinha acabado de rodar, baseado no livro Silêncio, de Shusaku Endo, e esse era o pretexto para o nosso encontro. Mas será que o Santo Padre realmente poderia se interessar nisso? Mais tarde, um sacerdote de Taiwan me disse que certamente o Papa estava interessado em assistir ao filme. Afinal de contas, era jesuíta, justamente como Rodrigues e Garrpe.

Assim, com minha família ao meu lado, fui ao encontro com certo nervosismo. O empenho com os ensinamentos e o exemplo de Jesus foi o centro de minha vida desde que me lembro. Está entrelaçado com tudo, inclusive com meu amor pelo cinema. Mas meu relacionamento com a Igreja Católica Romana foi mais complicado.

Eu havia entendido que o Santo Padre desdenhava muitos dos ouropéis de seu cargo, que insistia em um retorno à missão original da Igreja. Disseram-me que ele conhecia literatura e adorava Dostoievski, o que me surpreendeu e me emocionou. Ele gostava particularmente de Os Irmãos Karamazov e Memórias do Subsolo, dois livros que tiveram um efeito profundo e duradouro em mim.

Mas, mesmo assim... era o Papa.

Aquele primeiro encontro foi breve. Não havia muito tempo. Mas ele nos respondeu: às minhas filhas, à minha esposa Helen e a mim. E eu respondi a ele. E, quando estávamos prestes a ir embora, acabei me atrevendo a fazer uma piada. E ele riu.

Ao longo dos anos, de tempos em tempos, as circunstâncias nos reuniram novamente. Em cada ocasião, passamos a nos conhecer um pouco melhor. Ficamos mais à vontade. Fazíamos brincadeiras. Começamos a conversar livremente um com o outro. Contávamos histórias. Lembro-me de contar a ele sobre a abstrata sequência final de A Última Tentação de Cristo - o último momento da vida de Jesus na Terra, quando ele diz “Tudo está consumado!” - e como havia nascido. Um dos operadores assistentes havia aberto o gate e exposto o filme à luz antes de ser revelado, criando assim o efeito final. No começo fiquei furioso, porque entrei em pânico. Por fim, depois de assistir à cena, percebi que essa era a única maneira com que o filme podia termina. “Veja bem”, ele me disse, ”Deus é responsável pela edição”. E posso dizer que, com o tempo, desenvolvemos uma verdadeira amizade.

Como muitos sabem, o Papa Francisco tinha um profundo amor pelas artes e um grande respeito pelos artistas. Isso ia muito além de sua formação como jesuíta.

Seus sentimentos em relação à arte pareciam estar alinhados com os de Flannery O'Connor.

“São Tomás de Aquino diz que a arte não exige retidão do apetite, que se preocupa inteiramente com a bondade do que é criado”, escreveu. “Agora desejamos criar algo que tenha algum valor funcional. No entanto, aquilo que é bom em si glorifica a Deus porque reflete Deus”.

Para o Papa Francisco, as artes eram algo mais profundo do que o amor por um ou outro livro ou filme.

A arte não era apenas importante para ele. Era uma questão de espírito. Um encontro face a face com a vida e um encontro íntimo com a voz de um outro. Certa vez, contei a ele sobre minha própria experiência, quando era um garoto e vi pela primeira vez Pather Panchali (Lamento da Vereda), de Satayajit Ray, e como isso abriu uma janela para um mundo e um modo de vida que eu nunca teria conhecido de outra forma. “Veja”, ele me disse, “você é mais do que um cineasta: você é um bom professor, o que é mais importante”.

Ele não via utilidade no que achava ter ar de consenso oficial. Ele rejeitava todas as histórias ou imagens que “domesticavam” Jesus, como ele dizia. Para ele, os melhores romances, poemas, filmes e peças musicais encarnavam o mistério eterno de quem e do que somos, bem como o mistério maior do amor de Deus. A vida em todas as suas contradições extremas. É por isso que ele falava com tanta frequência de Dostoievski, seu romance favorito, Os Noivos, de Manzoni; e seu filme favorito, A estrada, de Fellini.

Em 2023, o padre Antonio Spadaro, que era muito próximo do Papa Francisco, me convidou para ir a Roma para um encontro com escritores e artistas na revista “La Civiltà Cattolica”, que ele dirigia. O Santo Padre havia escrito um prefácio para seu livro Una trama divina), no qual exortava os artistas a “encontrar uma nova linguagem” para expressar os ensinamentos de Jesus. Decidi tentar responder a esse convite e, junto com um amigo, comecei a trabalhar em um ensaio escrito na forma de roteiro, sobre o qual o Padre Spadaro e conversamos durante o longo debate na revista. Mais cedo naquele dia, todos os participantes da conferência haviam estado em uma audiência com o Papa Francisco.

Ele se dirigiu a cada artista e escritor naquela sala com o maior respeito, quase uma espécie de reverência. Fiquei muito emocionado com as palavras que proferiu naquele dia. Eu realmente nunca tinha ouvido alguém falar daquela maneira antes. A literatura é “como um espinho no coração”, havia dito. Por quê? Porque “leva à contemplação e coloca você em caminho”. “Vocês são olhos que olham e sonham”, ele nos disse. Em seguida, citou um escritor latino-americano: “Temos dois olhos: um de carne e outro de vidro. Com o de carne, olhamos para o que vemos, com o de vidro, o que sonhamos. Ai de nós se pararmos de sonhar, ai de nós!”.

Ele nos lembrou que “a arte é um antídoto contra a mentalidade do cálculo e da uniformidade”, e que a Igreja precisava de nossos dons “porque precisa protestar, clamar e gritar”.

Depois, havia reiterado que “as tensões da alma” eram tanto nosso “terreno fértil” quanto nosso “campo de ação”. Observar de perto com o olho da carne e depois ver tudo com o outro olho que sonha levaria à “harmonia dentro das tensões e das contradições da vida”.

Isso, ele nos disse, era nosso trabalho “evangélico”. Não era nossa tarefa, nem de ninguém mais, explicar o mistério de Cristo; mas era nosso trabalho “fazer com o pudéssemos tocar, fazer com que o sentíssemos imediatamente próximo”.

E, ao fazer isso, abraçar plenamente, todos juntos, toda a grandeza, as dores e o sofrimento da humanidade. E talvez chegar a uma compreensão mais profunda de Deus, “o grande poeta da humanidade”.

“Serão criticados por isso? Tudo bem, carreguem o fardo da crítica, também tentando aprender com ela. Mas, ainda assim, não deixem de ser originais, criativos. Não percam o assombro de estar vivos.”

No final de seu discurso, havia dito a todos nós reunidos naquela sala: “Obrigado por seu serviço”. Muitos de nós se sentiram comovidos até às lágrimas. Aquelas palavras haviam sido ditas a nós pelo Bispo de Roma, o sucessor de São Pedro. Era extraordinário.

Quando me lembro do Papa Francisco agora, penso em seu calor. Em sua franqueza. Em seu humor. Em sua irreverência. Em sua extraordinária energia. Em seu profundo empenho em sua missão pastoral. Em sua inteligência. E penso na atenção que dedicou a todos. Penso em sua grande abertura e generosidade para comigo em todos os instantes que compartilhamos. E penso em sua radiosa presença.

Leia mais

  • As palavras e as coisas, graças a Francisco e depois de Francisco. Artigo de Andrea Grillo
  • O grande legado de Francisco. Artigo de Manuel Joaquim R. dos Santos
  • O legado do Papa Francisco: sair da lógica do sagrado em direção ao do santo. Artigo de Jung Mo Sung
  • Relembrando o legado de Francisco e as 5 principais polêmicas papais
  • O legado brasileiro do Papa Francisco. Artigo de Philipp Lichterbeck
  • Um pastor: “Papa Francisco tocou milhões de pessoas, católicas e não católicas”
  • Vaticanista brasileira se emociona ao anunciar que os pobres e sem-teto serão os primeiros a prestar homenagem ao Papa antes de ele ser sepultado
  • O mundo em tempos de guerra perde um defensor da paz. Artigo de Stefano Stefanini
  • Poderosos e pobres juntos para se despedir de Francisco. “Em nome da paz”
  • “Graças a ele, abrimos os olhos também para a dor dos outros”. Entrevista com Safran Foer
  • O cansaço do corpo e a força de Pedro. Artigo de Enzo Bianchi
  • Francisco: o papa que denunciou a "cultura machista". Artigo de Nina Lemos
  • O legado brasileiro do Papa Francisco. Artigo de Philipp Lichterbeck
  • Papa Francisco: uma ruptura instauradora na Igreja: Michel de Certeau e a leitura do seu papado. Artigo de Angelo Ricordi
  • O Papa Francisco segundo um pastor. X - Tuitadas
  • Um Papa inesquecível. Artigo de Jesús Martínez Gordo
  • Os ensinamentos magistrais do Papa Francisco, assim como a sua reverência pelo dom da criação, permanecerão vivos. Artigo de Michael Sean Winters
  • Morreu Francisco, um Papa contra as guerras, a favor da ecologia e a favor dos pobres
  • Breves considerações sobre o Papa Francisco, por Tales Ab’Saber
  • O Papa Revolucionário. Artigo de Francesco Sisci
  • Que novo Papa prolongará o legado do Papa Francisco? Artigo de Leonardo Boff
  • O Papa Francisco não é um nome mas um projeto de Igreja. Artigo de Leonardo Boff

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