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Do apartheid à luta pelos direitos, a história do uso político da Bíblia. Artigo de Giovanni Maria Vian

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28 Agosto 2024

"O âmago das Escrituras Hebraicas é tradição sobre a libertação de Israel da escravidão no Egito. Esse é o ponto de partida de um livro inteligente e bem documentado sobre o uso político da Bíblia - La utilización política de la Biblia (Editorial Verbo Divino), de Rafael Aguirre, com um epílogo de Julio Trebolle, um dos melhores biblistas contemporâneos - que é analisado em cinco contextos: Estados Unidos, Israel, África do Sul, América Latina e Reino Unido", escreve Giovanni Maria Vian, historiador e ex-diretor do L'Osservatore Romano, em artigo publicado por Domani, 26-08-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Extremamente difundida, a Bíblia judaica e cristã sempre foi usada também politicamente. Em países com tradição católica, como Itália, Espanha, Portugal - até certo ponto também a França, que, no entanto, tem uma história bastante peculiar - o uso político de textos sagrados tem sido menos frequente, porque após a Reforma Protestante sua leitura foi desencorajada e proibida pelas autoridades eclesiásticas até meio século atrás. Em outros lugares, especialmente nos Estados Unidos e em Israel (mas também na cultura política britânica), a história é bem diferente, até as atuais eleições presidenciais estadunidenses e a guerra feroz desencadeada pelo Hamas.

Desde as origens, tiveram significado também político palavras antiquíssimas como as do Deuteronômio (6,5), repetidas no shemá, a oração diária judaica: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças”.

Eckart Otto observou que a mesma formulação era usada como juramento de fidelidade exigido pelo soberano assírio. Tornam-se então muito claras as consequências políticas da frase bíblica, que, portanto, soa como uma afirmação contrária a todo poder - até mesmo dos reis de Israel - diante do dever para com Deus.

O âmago das Escrituras Hebraicas é tradição sobre a libertação de Israel da escravidão no Egito. Esse é o ponto de partida de um livro inteligente e bem documentado sobre o uso político da Bíblia - La utilización política de la Biblia (Editorial Verbo Divino), de Rafael Aguirre, com um epílogo de Julio Trebolle, um dos melhores biblistas contemporâneos - que é analisado em cinco contextos: Estados Unidos, Israel, África do Sul, América Latina e Reino Unido.

O mito fundador

Com relação a esse mito fundador judaico, reinterpretado desde o exílio babilônico no século VI antes da era cristã até hoje, não apenas foram lidas politicamente a opressão sofrida pelos hebreus e a saída milagrosa do Egito. Também foi considerada significativa a peregrinação dos israelitas no deserto por quarenta anos; Deus, de fato, escreve Aguirre, “não queria simplesmente libertá-los da escravidão, mas que fossem um povo de pessoas livres, e isso exigia uma longa e dura pedagogia”. Maimônides explicava isso na Idade Média: para que “a alma volte a ser corajosa” e o povo “se acostume a nascer sem a humilhação da servidão”.

São as próprias Escrituras que reinterpretam o mito fundador do antigo Israel e, a partir do século V antes da era cristã - nas eras persa e helenística -, os livros proféticos e sapienciais baseiam-se na epopeia do êxodo do Egito para se abrirem à expectativa de um novo êxodo no final dos tempos.

E um pouco mais tarde, as interpretações políticas da Bíblia tornam-se apocalípticas, condicionadas pelas guerras dos Macabeus contra os soberanos selêucidas da Síria e as guerras judaicas contra os romanos, que terminaram com a derrota e marcaram um divisor de águas na história hebraica.

Leituras contrapostas

Em tempos recentes, as leituras bíblicas continuam a se contrapor umas às outras, como mostra o caso da política do apartheid no sul da África. Ela é justificada com base na Bíblia entre 1943 e 1974 pela Igreja Reformada Holandesa. Mas o confronto sobre os textos sagrados se acelera e o segregacionismo é rejeitado por várias igrejas como “erro” em 1986, até que em 1990 é considerado “inaceitável” e definido como “pecado”. E em 1994, quando o presidente Mandela foi eleito, foi formada a Comissão da Verdade e Reconciliação, chefiada pelo arcebispo anglicano Desmond Tutu.

O caso da Bíblia nos conflitos políticos na América Latina é bem conhecido pelo espanhol Aguirre, que também lecionou na Universidade Centro-Americana de San Salvador, marcada em 1989 pelo massacre de seis jesuítas pelo exército. Sua análise é, portanto, muito participativa e informada, desde o antecedente da defesa dos indígenas escravizados pelos espanhóis, realizada pelos frades dominicanos Antonio de Montesinos, em 1511, e Bartolomé de las Casas, em 1514.

Embora próxima à leitura “popular” da Bíblia das comunidades de base, aprovada já em 1962 pelos bispos brasileiros, Aguirre, no entanto, critica firmemente suas interpretações revolucionárias e mostra os limites políticos, mas também culturais, da teologia da libertação.

Em seguida, descreve o quase desaparecimento dessas duas correntes, o sucesso do indigenismo e dos populismos, a involução ditatorial do sandinismo de Daniel Ortega na Nicarágua, o recuo geral da Igreja Católica em todo o subcontinente e o impressionante avanço dos pentecostais e evangélicos, com o corolário de inaceitáveis - e culturalmente inconsistentes - leituras fundamentalistas das Escrituras.

A influência nos EUA

Nos Estados Unidos, apesar da secularização, continua sendo decisiva a influência da Bíblia na política atual, especialmente desde a presidência de Reagan até o duelo entre Trump e Biden.

As raízes remontam a 1620, quando os “pais peregrinos”, que partiram da Inglaterra, estavam determinados a estabelecer do outro lado do oceano “uma cidade em uma montanha”, semelhante à descrita pelo evangelista Mateus (5,14).

A revolução americana - tão diferente daquela francesa - torna-se então um novo êxodo do Egito e seu primeiro presidente, George Washington, um novo Moisés (e “é muito significativo que ele tenha sido chamado de Moisés, e não de Davi, da América”). Tendo como pano de fundo a terrível Guerra Civil, que cobriu de sangue os Estados Unidos entre 1861 e 1865, interpretações opostas da Bíblia também entraram em conflito. A escravidão é justificada com a inferioridade de Cam, o filho amaldiçoado de Noé (Gênesis 9,25), depois, como reação, alguns afro-americanos se consideram descendentes dos antigos hebreus (com ondas de retorno à África, em 1877 e 1890), até que, na segunda metade do século passado, os textos bíblicos alimentam o movimento pelos direitos civis. Memoráveis pelo uso político da Bíblia são a figura de Martin Luther King e dois de seus discursos repletos de referências bíblicas. No primeiro, em 28 de agosto de 1963, em Washington, a famosa frase I have a dream (Eu tenho um sonho) se repete oito vezes, “um sonho”, diz ele, “profundamente enraizado no sonho americano”: então “todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta”, diz o pastor de 34 anos, citando o profeta Isaías (40,4).

No segundo discurso, em 3 de abril de 1968, em Memphis, a explicação e a exaltação da não-violência são acompanhadas pelo presságio de sua própria morte. Aqui a alusão é ao Moisés moribundo que, do Monte Nebo, vê a terra prometida, na qual, no entanto, não entrará, como lemos na conclusão de Deuteronômio. “Eu só quero fazer a vontade de Deus. E ele me deu permissão para subir ao topo da montanha. E olhei para baixo daqui. E vi a terra prometida. Talvez eu não entre nela com vocês”. No dia seguinte, Martin Luther King foi assassinado.

O nascimento do sionismo

A Bíblia está igualmente presente na política do Estado israelense. Embora nos inícios o projeto de Theodor Herzl seja totalmente secular, a ponto de as Escrituras nem sequer serem mencionadas em sua obra sobre um “estado dos judeus” (Der Judenstaat). Entretanto, o primeiro congresso sionista, realizado na Basileia em 1897, contou com a presença de uma delegação de cristãos, resultado de um “protossionismo” que remonta ao pastor anglicano dissidente John Nelson Darby, que era muito ativo nos Estados Unidos. Ali constitui-se mais tarde um forte movimento sionista de cunho evangélico que, após a proclamação do estado de Israel em 1948, apoia cada vez mais a política pró-israelense estadunidense.

No movimento sionista judaico, por outro lado, coexistem uma componente secular e socialista, no início majoritária, e uma pequena minoria conservadora radicalmente hostil aos árabes. Mas depois, a partir de 1977, o vento muda. Os contrastes - com usos políticos de textos sagrados por partidos extremistas, como na questão das fronteiras bíblicas da terra de Israel – se inflamam e polarizam o país. Até a última guerra sangrenta.

A exceção britânica

Aguirre por fim analisa a intrigante exceção britânica, onde a Bíblia desempenha um papel importante na política. Desde a revolução do século XVII até o nascimento do trabalhismo, e desde o discurso com o qual David Cameron celebra o quarto centenário da Bíblia do King James em 2011 até o funeral de Elizabeth II e a coroação de Charles III, ungido rei pelo primaz anglicano com o óleo sagrado especialmente abençoado em Jerusalém.

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