Vereadores da Serra Gaúcha defendem cortar árvores para conter encostas

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20 Mai 2024

Parlamentares de Garibaldi comungam de ideia defendida por vereador Fantinel em Caxias do Sul.

A reportagem é de Ciro Fabres, publicada por GZH, 17-05-2024.

A intenção do vereador Sandro Fantinel (PL) de apresentar projeto para retirada de árvores “cinco metros para cada lado em todas as estradas principais do interior”, exposta na sessão de terça-feira (14/5), ganhou repercussão nacional. Para Fantinel, “o que derruba barranco no meio de estrada são as árvores”. O assunto foi parar, entre outros, nos principais portais do país. Mereceu postagem do jornalista André Trigueiro, de atuação na área ambiental e das cidades sustentáveis. Fantinel já havia exposto suas ideias acerca da catástrofe climática nas sessões de 7 e 8 de maio.

– Nós, aqui (no RS), temos proteção demais ao meio ambiente – disse na ocasião.

Não parou em Fantinel. As ideias ambientais do vereador caxiense ganharam adeptos na Câmara de Garibaldi. O vereador José Bortolini, do PDT, conhecido como Zé da Patrola, comungou com as ideias de Fantinel na sessão de segunda-feira passada (13/5):

– Onde a gente vê que cai barreira é onde tem árvore. Porque a árvore dá peso e empurra mais a situação da terra para deslizar. Eu não vi nenhum local cair onde não tem árvores. Cai onde existe mata. Onde há morros, quanto mais retirarem alguma árvore, melhor fica.

Bortolini foi aparteado pelo vereador Cássio Fachi (PP):

– Maiores deslizamentos são onde tem as árvores, e principalmente eucaliptos. Realmente, tem essa questão que é necessário, às vezes, cortar árvores.

Não é por acaso. Fantinel, Bortolini e Fachi são representantes políticos e têm uma base eleitoral que os elegeu, que se sente representada por eles. É um pensamento ambiental corrente na região.

“Inacreditável. Diante da maior tragédia climática do RS os vereadores gaúchos José Bortolini e Sandro Fantinel estão defendendo a retirada das árvores para ‘proteger as encostas’. Afrontam a ciência, elevam os riscos de novas catástrofes e expõem publicamente o negacionismo. Difícil de entender”, escreveu o jornalista André Trigueiro em uma rede social.

O debate ambiental tem de avançar muito na Serra.

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