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“Quando o assunto são os pobres, até os da família incomodam”. Entrevista com Adela Cortina

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21 Novembro 2023

Em 1995, a professora de Ética e Filosofia Política da Universidade de Valência, Adela Cortina, criou o termo aporofobia para dar nome à estigmatização da pobreza. Ninguém melhor do que ela para ter inaugurado o primeiro Congresso Internacional sobre aporofobia, organizado pelo Instituto Químico de Sarrià, em Barcelona, em colaboração com a Fundação La Caixa. Neste fórum, analisou-se como se tenta invisibilizar esta forma de rejeição. Apontá-la é o primeiro passo para poder combatê-la.

A entrevista é de Neus Tomàs, publicada por El Diario, 18-11-2023. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Deu nome ao medo e desprezo pelos pobres. É a aporofobia. Não sabemos se Steiner disse isso ou se apenas lhe foi atribuído erroneamente, mas, em todo caso, você inventou o conceito porque o que não recebe nome não existe?

Lembro-me que quando estudava os filósofos ingleses, Berkeley dizia que “o que é, é o que é percebido”. E eu pensava: “Que coisas esquisitas diz este senhor”. Contudo, depois me dei conta que é verdade. Perceber as coisas e nomeá-las é fundamental. Para mencionar as realidades físicas, é preciso nomeá-las.

De que outra forma podemos mencionar a democracia, a dor, o sofrimento... se não for com um nome? Pareceu-me que era necessário dar um nome à aporofobia para visibilizá-la, pois, caso contrário, as pessoas poderiam não perceber a rejeição ao pobre.

Há tempo, denuncia que não é o estrangeiro, mas, sim, o pobre que incomoda.

Em 1995, José Antonio Marina e eu colaborávamos em uma seção do ABC que se chamava Criação ética e nela eu tinha uma coluna. Em Barcelona, havia ocorrido um congresso mediterrâneo no qual se começou a falar de xenofobia, da rejeição ao estrangeiro... E pensei: não rejeitamos o estrangeiro, porque ficamos encantados com o turismo. É uma das principais fontes de riqueza.

Então, rejeitamos os estrangeiros ou os estrangeiros pobres? A resposta é que aqueles que incomodam são os pobres. Quando o assunto são os pobres, até os da família incomodam. Quando se tem um parente pobre, não se expõe. Exibimos aqueles que consideramos exitosos.

Inclusive, existem diferenças entre tipos de pobreza. Existe a pobreza absoluta, quando não se tem acesso aos serviços mais básicos, e a pobreza relativa, mais relacionada ao conceito de desigualdade.

Existe uma grande quantidade de índices para medir a pobreza. Existem os quantitativos e os qualitativos. Estes últimos me parecem mais realistas. Como quando Amartya Sen salienta que o pobre não tem as capacidades básicas suficientes para levar adiante os projetos de vida com razões para valorizar. Todos nós temos projetos de vida. Alguns de nós podem levá-los adiante, mas há pessoas que não têm essas condições básicas.

Essa é uma caracterização muito boa e eu a complementaria com outra: o pobre parece ser aquele que não tem nada a nos oferecer em troca. Esta é a sociedade da troca, na qual o homem é capaz de retribuir, de dar com a finalidade de receber. Não estou falando apenas em troca de dinheiro. Também de favores e de votos. Por isso, inventamos histórias sobre o senhor que atravessa o Estreito sem nada. O problema fundamental é a exclusão daquele que consideramos que não tem nada a oferecer.

E agora foi cunhado o conceito de trabalhador pobre.

É um conceito muito adequado. Uma pessoa pode trabalhar muito e não chegar ao fim do mês. A pobreza deve ser reconhecida onde quer que esteja. Temos de tentar que os trabalhadores tenham uma remuneração suficiente para que isso não aconteça.

Enquanto isso, segundo os resultados do Global Tax Evasion Report 2024, publicado recentemente pelo Observatório Fiscal da União Europeia, mais de 14 bilhões de euros de lucros de empresas espanholas acabam em paraísos fiscais. Para você que estuda a ética nos negócios, esses números retratam o oposto?

Eu dirijo uma fundação dedicada à ética nos negócios. Já tem 33 anos. Criamos a Fundação Étnor porque acreditamos que sem empresas éticas não existem sociedades boas. A meta da economia deve ser essa. Acontece que não é cumprida.

São as empresas que podem criar postos de trabalho, riqueza material, riqueza social. Os Estados não podem e nem devem fazer tudo. Existem empresas, políticos e intelectuais corruptos, mas isso não quer dizer que as empresas sejam imorais por definição e as empresas éticas têm muito a contribuir.

Define a ética como um motor para não ficarmos paralisados diante do sofrimento. Como podemos construir essa ética em nosso dia a dia?

O mais importante de uma sociedade são os cidadãos. Se tivermos um cidadão maduro, faremos uma boa democracia. Se for conformista ou passivo, não avançaremos. Precisamos de cidadãos críticos, no sentido da lucidez, com capacidade de discernimento.

Recentemente, neste mesmo espaço, Rob Riemen se mostrava muito crítico em relação ao papel das universidades, pois considera que, em grande medida, são responsáveis por essa falta de consciência crítica.

A universidade deve fomentar essa consciência crítica e a consciência de deliberação. Os jovens estão sendo obrigados a publicar em revistas especializadas, a estarem nas primeiras posições e não conseguem fazer mais nada porque, caso contrário, não podem prosperar. E, muitas vezes, eu os convido à revolução. Peço-lhes que se levantem, que não podem ser medidos por essas revistas de impacto que não impactam em nada.

Existe uma competição maluca para publicar estudos nessas revistas.

Claro! E pobres, o que vão fazer? A universidade se burocratizou e obriga os estudantes ao mesmo. Sua tarefa é muito mais importante e consiste em formar cidadãos lúcidos que pensem por si. Com conhecimentos e capacidade de deliberação.

Em certa ocasião, repreendeu os meios de comunicação e as redes por estarem criando “uma sociedade de tolos polarizados”.

De fato. Existem bases biológicas para a polarização, pois ao longo da evolução vão sendo organizados grupos que se confrontam para sobreviver. É uma atitude que se pode ir atenuando ou reforçando. Contudo, depois, existem os polarizadores profissionais que se dedicam a aumentá-la para que as pessoas acabem se posicionando em dois lados.

Porque rende negócios e votos.

É isso. Estou realmente cansada das tentativas de se polarizar a sociedade espanhola, que, na verdade, é mais de centro do que outra coisa. É algo que vai envenenando a sociedade. O que mais constrói uma sociedade é a classe média.

No entanto, possivelmente o problema está em que nos partidos situados no centro político não houve respostas a alguns dos problemas que afetam uma parte importante da sociedade.

A democracia pode oferecer o que pode oferecer e nada mais. Não é uma doutrina de salvação. Uma amiga argentina me dizia que em seu país não estavam esperando um presidente, mas, sim, um salvador. Quando isso acontece, quando se espera que a democracia nos permita realizar todos os sonhos, a política decepciona.

Temos que pedir o que ela pode oferecer, e o máximo que a política pode oferecer é uma democracia liberal e social. Que respeite os direitos civis e de participação e que proteja os direitos sociais.

Que retrocessos fazem parte do que, certa vez, você resumiu como a recessão democrática?

Existe um acordo bastante amplo entre muitos pensadores acerca de qual foi a evolução. Nos anos 1980, muitos países passaram a ser uma democracia. O nível de perfeição das democracias foi crescendo, mas com a virada de século veio uma recessão, uma vez que o número de países democráticos não cresceu e alguns daqueles que eram democráticos se tornaram democracias iliberais, nas quais se vota, mas não existem direitos como o da liberdade de expressão, reunião e associação. E, além disso, existem cada vez mais autocracias.

Como podemos saber se uma norma é justa?

Em Frankfurt, estudei a ética do diálogo, a ética do discurso. De modo muito resumido, ela diz que para uma norma ser justa deve levar em consideração todos os afetados, que estabeleçam um diálogo nas condições mais próximas à simetria. Também deve considerar se as pessoas afetadas pela norma podem aceitá-la porque satisfaz seus interesses. Evidentemente, isto é um marco. Habermas dizia que estava satisfeito em ter conseguido dar uma noção do que é o justo. Nestes tempos, sabemos, por exemplo, que os direitos humanos são um dos marcos evidentes.

Pensando no debate que a possível lei de anistia desperta agora, pode acontecer de uma norma não ser justa, mas conveniente?

Uma norma que não seja justa, não é conveniente.

E esta é?

Não vou adiante porque estou realmente cansada com a tentativa dos políticos em polarizar a sociedade civil e envenenar as pessoas.

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