• "Provavelmente" não é um ensinamento infalível dos papas, aponta o cardeal luxemburguês Jean-Claude Hollerich, relator geral do próximo Sínodo da Sinodalidade, sobre a proibição da ordenação sacerdotal de mulheres.
  
  
• “O Papa Francisco não quer a ordenação de mulheres e eu o obedeço totalmente neste assunto. Mas as pessoas continuam a debater”, diz o cardeal, que se compromete em princípio a dar mais responsabilidades às mulheres nas tarefas pastorais. "Assim que conseguirmos isso, talvez possamos ver se o desejo pela ordenação de mulheres ainda existe".

A reportagem é de RD/Agências, publicada por Religión Digital, 28-03-2023.

“Provavelmente” não é um ensinamento infalível dos papas, diz o cardeal Jean-Claude Hollerich, de Luxemburgo, a respeito da ordenação de mulheres ao sacerdócio, mas pode levar a decisões diferentes ao longo do tempo.

Desta forma, o relator geral do próximo Sínodo sobre a Sinodalidade considera possível, em princípio, a admissão de mulheres aos ofícios ordenados na Igreja Católica, como apontou em entrevista à revista croata Glas Koncila. "Com o tempo", um papa poderia decidir esta questão de forma diferente do que João Paulo II fez em 1994, segundo o portal Katholisch.

"As pessoas continuam debatendo"

“O Papa Francisco não quer a ordenação de mulheres e eu o obedeço totalmente neste assunto. Mas as pessoas continuam a debater”, diz o cardeal, que se compromete em princípio a dar mais responsabilidades às mulheres nas tarefas pastorais. "Uma vez que tenhamos conseguido isso, talvez possamos ver se o desejo de ordenação de mulheres ainda existe", diz. Em todo caso, o religioso enfatizou que sobre esta questão “nunca poderíamos fazer isso se isso colocasse em risco o vínculo fraterno com a Ortodoxia e levasse à polarização em nossa Igreja”.

Questionado sobre o ensinamento da Igreja Católica sobre a homossexualidade, afirmou que "os homossexuais devem sentir-se em casa conosco. Caso contrário, irão embora" e lembrou que o papa afirmou que praticar a homossexualidade é pecado, tal como qualquer sexo fora do casamento, embora ele também tenha chamado o ensinamento católico de que atos homossexuais "não estejam em ordem" de "duvidoso". É "rude" reduzir a homossexualidade a atos sexuais desordenados".

Leigos alemães, como sindicalistas

Questionado sobre o polêmico Caminho Sinodal Alemão, Hollerich lembrou as críticas feitas pelo papa às associações leigas alemãs por atuarem como sindicatos, o que é muito diferente da visão do papa sobre o Povo de Deus, destacou, expressando também uma dura crítica contra toda a Igreja alemã. “Esta não é uma Igreja que serve ao mundo, mas a si mesma, deixando pouco espaço para o Espírito Santo”.

E sobre a divisão que existe no próprio episcopado alemão, o novo membro do Conselho de Cardeais apontou: "Há um confronto entre uma minoria e uma maioria entre os bispos, não há vontade de compromisso. Mas em um Sínodo nunca deve haver ser uma maioria triunfante e deixar uma minoria ferida".

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