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Argentina. Publicadas cartas reveladoras entre membros da Igreja e familiares de desaparecidos, durante a ditadura

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29 Março 2023

Indignação, clamor e muita dor são alguns dos sentimentos que cercam a troca de cartas entre familiares de desaparecidos e detidos, durante a última ditadura civil-militar e as autoridades da Igreja Católica, segundo documentação recentemente desclassificada dos arquivos do Episcopado e do Vaticano.

A reportagem é de Silvina Orange, publicada por Télam, 23-03-2023. A tradução é do Cepat.

A informação inédita está contida no segundo tomo do livro La verdad los hará libres: la Iglesia Católica en la espiral de violencia en la Argentina 1966-1983, publicado por Planeta, que foi apresentado pela Conferência Episcopal Argentina – CEA, dirigida por Dom Oscar Ojea e contou com o incentivo do Papa Francisco.

Os autores do volume de quase 900 páginas são os teólogos e historiadores Carlos María Galli, Luis Liberti, Juan Durán e Federico Tavelli, entre outros.

Em O clamor das vítimas, o último capítulo do livro, Luis Liberti, Irene Elordi, Guadalupe Morad e Federico Ripaldi reúnem a correspondência conservada na Secretaria de Estado do Vaticano e no Episcopado, durante os anos que se seguiram ao golpe de 1976.

São documentos inéditos que nos permitem reconstituir narrativas, sentimentos e emoções vividas na busca por entes queridos.

“Não são papéis velhos e inanimados, continuam clamando e reivindicando uma justiça longamente esperada. Com as conquistas realizadas e as dívidas pendentes”, dizem os autores do capítulo.

Segundo detalham, as cartas “expressam formalmente as reivindicações sobre o paradeiro, o estado de saúde, a situação legal, a possível libertação de cada detido, interpelam por cada detido-desaparecido. Além disso, guardam testemunhos de dor e alegria, de sofrimento e alívio, de vida e morte, de esperança e desânimo”.

“A correspondência refletiu o profundo sofrimento e reivindicação dos familiares frente ao dolorosos e injustos acontecimentos que enfrentaram. Houve aqueles que explicaram detalhadamente as cruéis atrocidades cometidas com seus filhos, irmãos, maridos etc.”, especificam.

Na sequência, seguem alguns parágrafos selecionados das cartas até então desconhecidas, que são publicadas pela primeira vez (em respeito à privacidade das vítimas e seus familiares, seus nomes são citados apenas com as letras iniciais):

- “Quanta dor, quanta angústia. Nós, 74 mães molhadas de chuva, dor e lágrimas, retornamos de San Miguel. Nosso cardeal não nos recebeu, não nos deu a bênção que tanto esperávamos. Nosso pastor não teve tempo, sequer um minuto para nos atender, mas grande foi a minha surpresa quando à noite vi todo o tempo que ele teve para o programa de Andrés Perciavalle. Nossos bispos compactuam em silêncio com Videla. Nosso presidente ganha tempo. E isto acaba como o tango, estamos juntos, na mesma lama, todos atolados” (De H.P. de B. dirigida ao cardeal Raúl Primatesta).

- “Diante da situação desesperadora de angústia, incerteza e impotência que vivo, há dois anos e dez meses, devido ao desaparecimento de minha filha, e como cristã e argentina que só pede justiça, dirijo-me a Sua Excelência esperançosa nas palavras de Sua Santidade João Paulo II, para suplicar-lhe que interceda junto ao nosso Governo para obter a liberdade de minha querida filha” (De A.E.Q. ao núncio apostólico Pio Laghi).

- “A Igreja Católica não pode permanecer impassível. Entre esses desaparecidos, há centenas de crianças pequenas e outras nascidas em cativeiro. Seu destino é desconhecido, embora esteja comprovado que algumas foram entregues em adoção a famílias estranhas, esquecendo-se da salvaguarda dos valores mais elementares. Às vésperas da chegada da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, solicitamos ao Sr. que interceda junto ao Presidente da Nação e as Forças Armadas para que digam a verdade, libertem os presos clandestinos e cessem os procedimentos ilegais” (assinado por várias Mães da Praça de Maio a Primatesta).

- “Será que esse Episcopado pode considerar humano que duas crianças sofram tremenda frustração por não terem seus pais? É possível pensar que as autoridades ‘esqueçam’ essas pessoas nas prisões do país?” (De J.O. e L.L.O. a Primatesta).

- “Nossa angústia cresce dia a dia porque não sabemos se esses filhos tão amados estão vivos ou mortos. Chegamos ao limite de nossas forças e, ainda que a fé em Nosso Senhor nos mantém de pé, precisamos de uma palavra da Igreja que nos ajude a seguir” (Das Mães da Praça de Maio a Laghi).

- “Monsenhor, o senhor prometeu ao reverendo padre Arrupe se ocupar de nosso doloroso caso em seu retorno a Buenos Aires; ou seja, em 8 meses, não fez um único gesto concreto a favor de alguém, que você sabe em consciência que é absolutamente inocente, e que não sabemos mais se está vivo ou morto. O senhor não foi capaz de enfrentar e comprometer sua autoridade para obter sequer o mínimo indício de seu paradeiro, dando-se como tarefa cumprida algumas linhas frias e vergonhosas por meio de um secretário” (De M.F. de B. a Primatesta).

Entre 1975 e 1983, houve uma enxurrada de cartas. Nesse período, chegaram à sede da Nunciatura Apostólica um total de 3.115 casos identificados de desaparecidos, ao passo que no Episcopado receberam 11.605 cartas, 587 telegramas, 124 testemunhos, 65 cartões, 114 notas e 66 unidades de outro tipo, segundo o levantamento realizado para o livro.

Todos os casos recebidos foram respondidos, tanto pelo núncio quanto pela direção do Episcopado, e esses pedidos também foram enviados aos integrantes da Junta Militar.

Na sequência, dois exemplos da resposta de Primatesta a uma das muitas cartas recebidas:

- “Compartilho da sua dor e de modo sincero. Lamentavelmente, isto não significa que tenhamos possibilidades de reverter situações, nem de buscar notícias tão almejadas por não poucas famílias. Não temos a possibilidade de provocar decisões que, às vezes, respondem a mecanismos que também não são conhecidos por nós” (De Primatesta a M.A.).

- “Recebi sua carta e não precisa se desculpar comigo, pois entendo perfeitamente que você deseja comunicar sua angústia e dor. Sinto por não ter como procurar o alívio que você busca; ou seja, notícias sobre sua filha, mas eu já lhe dizia, nós, bispos, carecemos de meios eficazes para obter essas informações tão almejadas” (De Primatesta a A.S. de C.).

A dinâmica desse processo seguia, depois, com as cartas que os bispos enviavam aos integrantes da ditadura, pedindo informações sobre os casos concretos que recebiam dos familiares.

“As respostas do Ministério do Interior incluíram, para além dos esclarecimentos sobre a situação dos detidos colocados à disposição do Poder Executivo Nacional, referências indiretas aos desaparecidos, utilizando argumentos burocráticos para, de alguma forma, reconhecer a sua ausência”, explicam os pesquisadores.

Além disso, as respostas continham uma “avaliação ou qualificação da pessoa detida invariavelmente negativa, pela qual se negava ou postergava a definição de sua liberdade, mesmo tendo cumprido a pena ou carecendo desta”.

Estes são exemplos das respostas que recebiam, ao falar sobre um caso particular:

- “Até esta data, a situação da mesma não sofreu alterações, mantendo-se fiel à ideologia subversiva e com um comportamento qualificado como péssimo, não obstante, informo que a situação da nomeada, bem como a de todos os detidos, é permanentemente avaliada e se ocorrer qualquer mudança, será comunicado imediatamente” (carta do ministro Harguindeguy ao Episcopado).

- “Também eram explicadas diversas razões negando o pedido de saída do país como no caso do I.A.A. de M., no qual foram apresentados os seguintes motivos: em sua casa, foi encontrado grande quantidade de material ideológico extremista. Seu comportamento atual na unidade prisional indica que tem uma difícil adaptação, possui um nível político-ideológico superior, apoia organizações subversivas, não apresenta sinais positivos de reabilitação e reinserção na sociedade, não colabora com as autoridades penitenciárias, tem sido merecedora de 33 sanções disciplinares, sua conduta é ruim, a avaliação da sua perigosidade para a vida em liberdade está classificada como um elemento perigoso” (De Harguindeguy sobre I.A.A.de M.).

Conforme explicam os autores, “só alguns casos tiveram uma resolução favorável” e acrescentam: “É claro que o governo não se comoveu com a intervenção das autoridades da Igreja e seguiu firmemente suas próprias convicções”.

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