Pela primeira vez, Justiça argentina condena empresário por crimes na ditadura militar

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29 Março 2016

A Justiça da Argentina condenou, nesta segunda-feira (28/03), o empresário Marcos Levín, ex-dono da empresa de transportes La Veloz del Norte, a 12 anos de prisão por ter participado do sequestro de Víctor Cobos, em 1977, então funcionário e sindicalista de sua empresa. Foi a primeira condenação de um empresário como coautor ou cúmplice de crimes de lesa-humanidade referentes à ditadura militar do país (1976-1983).

A reportagem foi publicada por Opera Mundi, 28-03-2016.

Formalmente, Levín foi condenado por privação ilegal da liberdade e tortura. O Tribunal Federal de Salta, cidade no noroeste do país, também considerou culpados no mesmo caso os ex-policiais Víctor Hugo Almirón, Víctor Hugo Bocos e Víctor Cardozo. Os dois primeiros receberam a mesma pena, e o último foi condenado a 8 anos de prisão.

Cobos, sequestrado em 22 de janeiro de 1977, integrava a direção local da UTA (Unión Tranviarios Automotor), sindicato argentino do setor de transportes. Ele havia sido acusado de cometer supostas fraudes na empresa de Levín.

Sob tortura, Cobos foi forçado a assinar um termo em que acusava ter roubado a La Veloz del Norte com a participação de colegas. Com o documento, ele foi formalmente levado a uma prisão, de onde foi liberado três meses depois. Outros funcionários da empresa foram vítimas dos mesmos crimes.

Atualmente, outros nove empresários enfrentam processos na Justiça sob a acusação de terem sido cúmplices de crimes da ditadura militar da Argentina. O dono da empresa agroindustrial Ledesma, Carlos Pedro Blaquier, e o diretor do jornal La Nueva Provincia, Vincente Massot, são acusados por crimes de lesa-humanidade no período do regime militar.

Blaquier é investigado por sua suposta participação nas chamadas “noites dos apagões”, em julho de 1976, em que ocorreram cerca de 400 sequestros no país. Já Massot é acusado de ter participado do sequestro, tortura e assassinato de dois funcionários do jornal. De acordo com o Ministério Público, um dos trabalhadores havia protagonizado um forte conflito sindical com o jornal em 1975.

Os demais acusados são ex-diretores ou acionistas das seguintes empresas: Acindar (siderúrgica), Ford e Mercedes-Benz (automóveis), Las Marías (ervas e chás), Loma Negra (cimento), Molinos Río de la Plata (alimentos, na época pertencente à multinacional Bunge & Born) e a Comissão Nacional de Valores (órgão do governo).

Na última quinta-feira (23/03), o golpe militar na Argentina completou 40 anos. Milhares de manifestantes foram às ruas nas marchas anuais que pedem memória, verdade e memória. O protesto na Praça de Maio, no centro da capital Buenos Aires e em frente à Casa Rosada, reuniu cerca de 300 mil pessoas.

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