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O pacifismo de Jesus e o direito à autodefesa. Artigo de Vito Mancuso

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18 Janeiro 2023

"A falta de clareza dos textos evangélicos é a melhor situação para exercermos de maneira mais responsável o nosso livre discernimento e, assim, não sermos automáticos executores do pensamento alheio, mas pessoas livres que sabem ler e interpretar responsavelmente em primeira pessoa aqueles 'sinais dos tempos' de que falava Jesus, atuando sempre, como podermos, a favor do bem e da justiça".

A opinião é do teólogo italiano Vito Mancuso, ex-professor da Universidade San Raffaele de Milão e da Universidade de Pádua, em artigo publicado por La Stampa, 16-01-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo. 

Jesus era pacifista? Esclarecer o próprio ponto de vista é essencial para a interpretação de cada coisa, mas ainda mais diante da questão levantada. Se é verdade que a subjetividade do intérprete sempre entra em jogo, também é verdade que à pergunta “Gandhi era pacifista?” é difícil responder que não e à pergunta “Hitler era pacifista?” é difícil responder que sim. Em vez disso, no caso de Jesus, há palavras e ações que levam a pensar que sim e outras que não. Por isso, a posição do intérprete resulta decisiva e é provável que se vocês ouvirem um biblista, um historiador ou um teólogo pacifista, ele dirá que Jesus era pacifista, e vice-versa no caso contrário.

Também é necessário primeiro esclarecer o que significa ser pacifista e o que se entende por paz.

A meu ver, pacifista não é simplesmente alguém que quer a paz, mas alguém que quer a paz acima de qualquer outra coisa e faz da paz o seu absoluto, superior à economia, à pátria, à honra, e até à justiça, à religião, à liberdade, à vida. Para o pacifista, a paz é o valor diante do qual todo outro se deve curvar, porque nunca jamais se deve cair em sua negação que é a violência da guerra. Se isso significa ser pacifista, Jesus era pacifista?

Também é preciso esclarecer o conceito de paz. São conhecidas as palavras de Tácito a um inimigo dos romanos: “Roubam, massacram, saqueiam e, com um nome falso, chamam-no de império; enfim, onde criam o deserto, dizem que é a paz". O sujeito são os romanos, a realidade descrita é a pax romana, ou seja, a paz como pacificação resultante da imposição da força e cristalização da injustiça. Trata-se de verdadeira paz? Uma maneira diferente de considerar a paz é considerá-la não a mera ausência de guerra, mas a ausência de injustiça porque cada um recebeu sua parte. Esta é a perspectiva de Cícero: “O nome da paz é doce... mas há uma diferença muito grande entre a paz e a escravidão. A paz é segura liberdade (tranquilla libertas), a escravidão, ao contrário, é o extremo de todos os males, a ser repelido não só com a guerra, mas também com a morte”. É o mesmo conceito do Concílio Vaticano II: "A paz não é a simples ausência de guerra, nem pode ser reduzida a simplesmente estabilizar o equilíbrio de forças opostas, nem é o efeito de uma dominação despótica, mas é definida com toda precisão ‘obra de justiça’". Novamente a pergunta: Jesus era pacifista?

Acredito que não seja possível responder com certeza num sentido ou no outro porque há páginas do Evangelho a favor do sim e outras a favor do não. Aqui estão as passagens mais importantes a favor do sim: As bem-aventuranças, em particular a sétima “Bem-aventurados os pacificadores”, a terceira “Bem-aventurados os mansos” e a quinta “Bem-aventurados os misericordiosos”; a não-violência e oferecer a outra face ("Ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente.’ Eu, porém, digo: não oponham violência com violência. Se te derem uma bofetada numa das faces, oferece também a outra!"); o amor dos inimigos; sua autoapresentação ("aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração"); o perdão a ser exercido sempre; a tolerância das posições diferentes: “Quem não é contra nós, é por nós”.

E aqui estão algumas passagens a favor do não, de Jesus não pacifista e às vezes nem mesmo muito pacífico: "Não julgueis que vim trazer a paz à terra: não vim trazer a paz, mas a espada"; “Se faz violência aso reino dos céus, e pela força se apoderam”; a intolerância contra posições diferentes ("Quem não está comigo está contra mim"); o estilo polêmico e violento de suas disputas com os escribas e fariseus; o episódio dos mercadores expulsos do templo em que os verdadeiros não violentos foram os mercadores que não reagiam à sua violência; o fato de seus discípulos andassem armados e de que entre eles havia pelo menos um zelota, isto é, um membro radical da resistência armada contra os romanos.

O que pensar? Acho que Jesus amava a paz e a queria. Mas que entendia a paz não necessariamente como a ausência de conflito, mas como realização da justiça (não é por acaso que dizia “Bem-aventurados os famintos e sedentos de justiça”), e por isso não se esquivava dos conflitos e às vezes os criava. Então ele também tinha que lidar com as contradições da história: querer a paz, também querer a justiça. Então, antinomia. É a nossa mesma condição: queremos a paz, mas não podemos escapar completamente à necessidade da guerra. E tanto quem é a favor do envio de armas para a Ucrânia quanto quem é contra, se refletir, talvez às vezes se descubra em desacordo consigo mesmo.

Tal antinomia se reflete perfeitamente na tradição cristã. O Cristianismo é uma religião pacifista? Produziu mais guerra ou mais paz em sua história? Hoje no mundo produz mais guerra ou mais paz? Não me refiro apenas às verdadeiras e próprias guerras, como a atual entre a Rússia e a Ucrânia (nas quais as igrejas ortodoxas desempenham um papel bastante considerável), mas também à nossa sociedade e seus conflitos em torno da bioética e da gestão dos recursos públicos para as escolas: nesses âmbitos o cristianismo produz mais guerra ou mais paz, mais conflito ou mais harmonia?

Porém, existe um fato histórico que nos leva a inclinar-nos para o não pacifismo de Jesus: sua crucificação.

Era a pena capital que o Império Romano atribuía aos sediciosos, e mostra que Jesus foi punido como rebelde político, porque, caso contrário, não teria sido executado por crucificação.

A questão neste ponto é: Jesus realmente teve a intenção de se rebelar contra o Império Romano ou os romanos o trataram como tal sob pressão das autoridades judaicas, como afirmam os evangelistas?

Ao crucificá-lo, os romanos desejavam não ter problemas com as autoridades judaicas e assim, com relutância, sucumbiram à realpolitik? Ou é mais lógico pensar que, se Pilatos quisesse libertar Jesus, o teria feito serenamente, sem se preocupar com os judeus, aos quais podia impor imediatamente para se acalmar, e que se em vez disso crucificou Jesus, foi porque viu nele um perigo potencial para o seu governo? A questão do pacifismo de Jesus está ligada à questão ainda mais espinhosa da responsabilidade de sua morte.

Na minha opinião, os romanos crucificaram Jesus não porque ele fosse teologicamente blasfemo, mas por ser politicamente rebelde. Isso é indicado pela inscrição que Pilatos mandou afixar na cruz, o chamado titulus crucis: "Jesus Nazareno Rei dos Judeus" (Iesus Nazarenus Rex Iudeorum), onde fica claro que "rei" é um título político. A mensagem central de Jesus deve ser reconduzida também a esse "reino de Deus", que deve ser entendido não como uma realidade metafísica, mas como uma ação divina que teria transformado a história, fazendo-a passar do domínio romano ao domínio de Deus, com a consequente restituição da independência a Israel. É por isso que os romanos crucificaram Jesus: porque o viam como uma ameaça política.

Jesus ensinou a dar a outra face e se trata de um ensinamento belíssimo que quebra o vórtice da violência. Mas só posso oferecer a outra face se a face atingida for a minha. Mas se for da minha filha, não o posso mais fazer, e se fizer, estaria falhando no meu dever de pai. O mesmo vale para o Estado: se um de seus territórios for atacado, ele não deve oferecer outro território, mas deve defender seus cidadãos atacados. Creio que de tudo isso possamos tirar a seguinte conclusão: a falta de clareza dos textos evangélicos é a melhor situação para exercermos de maneira mais responsável o nosso livre discernimento e, assim, não sermos automáticos executores do pensamento alheio, mas pessoas livres que sabem ler e interpretar responsavelmente em primeira pessoa aqueles "sinais dos tempos" de que falava Jesus, atuando sempre, como podermos, a favor do bem e da justiça.

Leia mais

  • Aquela missa rezada em latim e a encruzilhada da identidade cristã. Artigo de Vito Mancuso
  • Papa Ratzinger, Deus, a fé e a luta contra o relativismo. Artigo de Vito Mancuso
  • Entre humano e divino, eis o verdadeiro filho de Deus. Artigo de Vito Mancuso
  • O único verdadeiro teólogo guardião dos valores eclesiais até a renúncia. Artigo de Vito Mancuso
  • A ressignificação da fé e a nova época axial. Conferência de Vito Mancuso
  • Não vim trazer a paz, mas a espada
  • Bem-aventuranças, caminhos de montanha ou de planície que levam ao céus. Artigo de Gianfranco Ravasi
  • Não à guerra, mas as armas devem ser enviadas. Artigo de Vito Mancuso
  • Paz (e pacifismo) segundo a justiça
  • De Jesus de Nazaré a Paulo de Tarso: a política no Novo Testamento. Entrevista com Daniel Marguerat
  • Com a Realpolitik dos poderosos, nenhuma paz é possível
  • Constantino, o imperador que inventou a realpolitik. Artigo de Chiara Frugoni

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