Eleições 2022, 2º turno: A volta dos que não foram - Parte 2 - eles voltaram. Artigo de Marcelo Zanotti

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

06 Outubro 2022

 

"Nunca foi reeleito governador nenhum desde a primeira eleição direta para o governo em 1982 (eleição que elegeu Jair Soares do PDS, hoje PP)", escreve Marcelo Zanotti, estudante dos cursos de História e Jornalismo da Unisinos e estagiário do IHU.

 

Eis o artigo.

 

Matutando minhas ideias nesses dias que antecedem o segundo turno, ando pensando em todo esse lamaçal que cerca nossa política estadual e nacional. Política é uma coisa marginalizada, um jogo de poder dos mais inescrupulosos que o ser humano já inventou. Quando um cara está no poder, vai lá, faz seu trabalho (super, mega, hiperfaturado, mas faz), vem época de eleição, tenta reeleição sempre que possível e, quando não se reelege ou não elege seu sucessor, faz maus contratos, afunda as contas públicas o máximo que pode e deixa uma bomba para o próximo mandato.

 

Aí, no ínterim destes pensamentos, vem a incrível notícia que nosso estado do Rio Grande do Sul está com um deficit orçamentário de aproximadamente 5 bilhões de reais, notícia que vem apenas para confirmar meus temores. E, junto com isso, a notícia que o Rio Grande do Sul não paga, há anos, a dívida com a União, o que só faz o bolo aumentar. A última vez que o estado pagou por completo suas dividas foi no governo do Pedro Simon (MDB) (sim, o velho de 100 anos que parece que não saía do Senado nunca, foi governador de 1987 até 1990), e de lá pra cá já se passaram 32 anos.

 

Nunca foi reeleito governador nenhum desde a primeira eleição direta para o governo em 1982 (eleição que elegeu Jair Soares do PDS, hoje PP). E entre erros e acertos, Alceu Collares (PDT), Antônio Brito (MDB), Olívio Dutra (PT, não tentou reeleição), Germano Rigotto (PMDB), Yeda Crusius (PSDB), Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (MDB) não honraram todos os seus deveres. E os resultados desses jogos políticos vêm agora, quando é reconhecido que o estado não tem dinheiro nem para honrar suas dívidas.

 

Eduardo Leite que se cuide, porque ele pegou um abacaxi tão grande para descascar que, se ele não usar uma boa luva, os espinhos da casca vão cortar suas mãos. E que não venha me dizer que não é reeleição. O último governador eleito, pelo voto, tu renunciando ou não, foi tu, então, segura teu pagode. Infelizmente, política virou um jogo tão sujo há tanto tempo que hoje nenhum partido se salva. Que os militantes sociais, que tentaram fazer algo pra mudar isso, se abstenham da escolha desse segundo turno aqui no estado é até compreensível. Mas, do jeito que está e com o povo que lá está, nosso estado e nosso país continuarão na merd... CALA A BOCA, MARCELO!

 

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