Alemanha: por uma sinodalidade permanente. Artigo de Marcello Neri

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12 Setembro 2022

 

"O momento crítico da rejeição do texto-base sobre a sexualidade, que poderia ter levado ao fracasso da dinâmica sinodal, acabou sendo um relançamento da mesma. É claro que permanecem as decepções e as feridas que essa passagem causou, especialmente entre aqueles que vivem situações de vida que aquele documento procurou acolher dentro da vivência eclesial. Apesar disso, a prática sinodal da Igreja alemã mostrou que é possível integrar e elaborar dentro dela", escreve o teólogo e padre italiano Marcello Neri, professor da Universidade de Flensburg, na Alemanha, em artigo publicado por Settimana News, 11-09-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o artigo.

 

Os trabalhos da quarta Assembleia do Caminho Sinodal da Igreja Católica Alemã terminaram ontem em Frankfurt. Após a rejeição do texto-base sobre a sexualidade, foram aprovados definitivamente documentos importantes para o catolicismo alemão, que serão enviados para a contribuição desta Igreja local ao processo sinodal mais amplo em que a Igreja Católica atualmente se encontra sob a liderança do Papa Francisco.

 

Entre esses, também as linhas de orientação prática no âmbito da sexualidade humana e das relações afetivas (nas quais se destaca a importância de uma nova visão do amor entre pessoas do mesmo sexo).

 

Foi aprovado o texto sobre o papel da mulher na Igreja Católica, que se abre com um pedido ao Papa Francisco para avaliar a possibilidade de um ministério das mulheres na Igreja de caráter sacramental.

 

Mesmo sem o caráter de vínculo jurídico quanto à sua implementação nas dioceses individuais, deixando assim a cada bispo a decisão de proceder nesse sentido também em suas Igrejas, a Assembleia aprovou as diretrizes práticas elaboradas pelo primeiro Fórum "Poder e divisão de poderes na Igreja - Participação comum no mandato missionário”.

 

Elas lançam as bases para o estabelecimento, ao nível da Igreja alemã, de um Conselho sinodal permanente composto por representantes do corpo episcopal, sacerdotes e leigos - uma expressão comum da necessidade de fazer da sinodalidade a forma permanente da convenção da Igreja Católica Alemã.

 

O Conselho Sinodal, para o qual essa Igreja caminha, deveria tornar-se um lugar de discussão, discernimento e decisão comum para as orientações de base em nível pastoral e de gestão financeira. Além disso, representa também uma instância de verificação do caminho e das práticas da Igreja alemã.

 

Mons. Bätzing, presidente da Conferência Episcopal e copresidente do Caminho Sinodal, respondendo às críticas expressas por alguns bispos que lamentavam a falta de um debate prévio suficiente e aprofundado na sede sinodal, salientou que esses coirmãos não aproveitaram as oportunidades oferecidas pela estruturação geral do Caminho Sinodal da Igreja alemã. Como, por exemplo, os trabalhos dos Fóruns, os momentos de confronto e debate e as fases de consulta das assembleias anteriores. Todos momentos orientados a recolher a pluralidade de vozes do catolicismo alemão, para depois fazê-las convergir nos textos básicos e nas orientações práticas sobre as quais se votaria posteriormente.

 

O momento crítico da rejeição do texto-base sobre a sexualidade, que poderia ter levado ao fracasso da dinâmica sinodal, acabou sendo um relançamento da mesma. É claro que permanecem as decepções e as feridas que essa passagem causou, especialmente entre aqueles que vivem situações de vida que aquele documento procurou acolher dentro da vivência eclesial.

 

Apesar disso, a prática sinodal da Igreja alemã mostrou que é possível integrar e elaborar dentro dela até momentos como o vivido na tarde de quinta-feira passada.

 

Um exemplo de como a sinodalidade só possa ser aprendida praticando-a - e somente onde há uma vontade compartilhada e comum de todos encontrarem nela, além daquelas que são posições de princípio dos indivíduos: precisamente como lugar adequado para dar-lhes uma voz que pede para ser devidamente ouvida e obrigatoriamente reconhecida.

 

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