Chegaremos a 600 mil mortes. O plano desandou. O básico não foi feito pelo governo Bolsonaro – Frases do dia

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03 Mai 2021

 

‘Chegaremos a 600 mil mortes’

“Uma coisa é certa, chegaremos no fim do ano com mais de 600 mil mortos ao evitarmos o distanciamento social rigoroso. Quantos dessas mortes poderiam ter sido evitadas se a estratégia de vacinação tivesse rejeitado o nacionalismo exacerbado é difícil de saber, mas serão centenas de milhares” – Fernando Reinach, biólogo – O Estado de S. Paulo, 01-05-2021.

 

Plano desandou

“Infelizmente o plano desandou. Estamos no início de maio e apenas 64,5 milhões de doses foram entregues – 32,3% do previsto para o primeiro semestre. Já a importação de IFA tem sofrido atrasos e cortes – as fabricantes não têm cumprido os prazos. Muito provavelmente a entrega do IFA correspondente aos primeiros 200 milhões de doses só chegará no segundo semestre. É isso que explica nossa vacinação a conta gotas. Além disso, as fábricas para produção nacional estão atrasadas: a Fiocruz promete agora que a sua estará em operação em setembro, mas sequer conseguiu fechar o contrato de transferência de tecnologia. O Butantan já anunciou que a sua só ficará pronta no início de 2022” – Fernando Reinach, biólogo – O Estado de S. Paulo, 01-05-2021.

 

Menor eficácia

“Para piorar a situação, as duas vacinas em que o Brasil apostou são provavelmente as de menor eficácia. Hoje os cientistas acreditam que as melhores vacinas são as baseadas em mRNA (Pfizer e Moderna). A da AstraZeneca, apesar de aprovada na Europa e no Brasil, ainda não foi aprovada nos EUA. E a Coronavac ainda é pouco conhecida e não se sabe se ela será aprovada pela Organização Mundial da Saúde” – Fernando Reinach, biólogo – O Estado de S. Paulo, 01-05-2021.

 

O básico

“Bastava fazer o básico, adotar as medidas que funcionaram em muitos lugares. Medidas de saúde pública, usar máscara, evitar deslocamentos desnecessários, fazer distanciamento social, usar mensagens consistentes e claras e não negar a gravidade da doença, negar a doença. Obviamente, as coisas poderiam ter sido melhores em todos os países. Mas o mínimo é não negar a doença, não ignorar o que está acontecendo bem na frente dos olhos de todo mundo. Deveriam ter ouvido mais ciência. Não sabemos tudo, mas, depois de um ano de pandemia, aprendemos muita coisa. Mas, aqui no Brasil, parece que não aprenderam nada. Além de tudo isso, é necessário ter uma resposta centralizada, bem coordenada pelo governo federal. As pessoas veem o presidente e influenciadores promovendo e adotando essas medidas que não funcionam e são prejudiciais, e eles não conseguem deixar de fazer a mesma coisa” – Christos Christou, médico grego, presidente internacional dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), entidade que está auxiliando no combate à Covid-19 em 90 países, entre eles o Brasil, e tem grande experiência em epidemias – Folha de S. Paulo, 03-05-2021.

 

Taxa de vacinação decepcionante

“No Brasil, a taxa de vacinação é decepcionante, considerando que o país tem grande capacidade de fabricação de vacinas e o know-how de campanhas maciças de vacinação. Além disso, as pessoas estão muito confusas por causa da desinformação, e, quanto mais confusas, mais elas perdem a confiança na ciência. Ou seja, temos agora o nacionalismo vacinal, em que países disputam para comprar vacinas, e a hesitação vacinal, causada por desinformação sobre a eficácia e efeitos colaterais das vacinas” – Christos Christou, médico grego, presidente internacional dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), entidade que está auxiliando no combate à Covid-19 em 90 países, entre eles o Brasil, e tem grande experiência em epidemias – Folha de S. Paulo, 03-05-2021.

 

Suspensão das patentes

“O MSF apoia a suspensão de patentes. Sabemos que vai demorar para conseguirem fabricar vacinas em vários países. Mas esse é um problema que não vai embora tão cedo, será necessário repetir a vacinação, dar doses de reforço regularmente, então precisamos aumentar a escala de produção. As patentes nunca foram pensadas para pandemias, foram pensadas para condições normais” – Christos Christou, médico grego, presidente internacional dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), entidade que está auxiliando no combate à Covid-19 em 90 países, entre eles o Brasil, e tem grande experiência em epidemias – Folha de S. Paulo, 03-05-2021.

 

Péssimo exemplo

“O que posso dizer é que, neste momento, o Brasil é um péssimo exemplo” – Christos Christou, médico grego, presidente internacional dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), entidade que está auxiliando no combate à Covid-19 em 90 países, entre eles o Brasil, e tem grande experiência em epidemias – Folha de S. Paulo, 03-05-2021.

 

Contramão

“Países que conseguiram reverter a curva de mortes, como Portugal e Reino Unido, fecharam por pelo menos um mês. Aqui, o presidente não quer nem saber disso, e os estados também estão na contramão do controle da epidemia” – Marcos Boulos, infectologista e membro do Centro de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo – Folha de S. Paulo, 03-05-2021.

 

Bolsonaro está perdendo

“No sábado (1º), velhos vacinados pelo Doria foram às ruas em apoio a Bolsonaro. Parabéns para os chineses: os manifestantes pareciam bem fisicamente, e seus evidentes problemas mentais eram claramente preexistentes. Mesmo a maior manifestação, no Rio de Janeiro, não reuniu mais do que quatro ou cinco dias de brasileiros mortos durante a pandemia por culpa do governo Bolsonaro. Se a ideia era dizer “se tentarem derrubar Bolsonaro, terão de se ver conosco”, ninguém ficou assustado. A demonstração de força dos bolsonaristas fracassou, mas o que interessa é que precisaram tentá-la. Eles sabem que Bolsonaro está perdendo” – Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia – Folha de S. Paulo, 03-05-2021.

 

Covid-19 sustenta o governo Bolsonaro

“No fundo, quem sustenta o governo Bolsonaro no momento é a Covid-19. O vírus impede manifestações de rua dos 70% do eleitorado que rejeitam Bolsonaro. E a mortandade causada pelo governo está tão fora de controle que as forças que poderiam organizar o impeachment não querem assumir responsabilidade pelo número imenso de mortes que Bolsonaro já contratou” – Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia – Folha de S. Paulo, 03-05-2021.

 

Não há mais governo

“Não há mais governo, e ninguém se dispõe a derrubar quem já desistiu de governar. Resta-nos confiar no que ainda temos de burocracia profissional, no SUS, na Anvisa, nos governos estaduais, no Butantã, na Fiocruz. Que o medo da CPI pelo menos impeça Bolsonaro de continuar atrapalhando essa gente” – Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia – Folha de S. Paulo, 03-05-2021.

 

Incapacidade de Bolsonaro de transmitir esperança

“Não foi por falta de informação e meios que o governo brasileiro deixou de agir para enfrentar a pandemia de forma correta. Não por acaso, o desastre é uma marca comum de países governados por quem fez pouco-caso da gravidade da ameaça sanitária. O Brasil é um deles. A Índia é outro. Os Estados Unidos reverteram a curva de casos e mortes após um presidente genuinamente preocupado com seu povo ter tomado as rédeas da situação. Aqui, Bolsonaro segue incapaz de transmitir esperança por dias melhores” – editorial “Um número enorme, né?” – O Estado de S. Paulo, 01-05-2021.

 

Sem alma, sem ideal

"Um governo popular, audaz e visionário foi-se transformando numa administração tecnocrática sem alma nem ideal. Penhoraram o coração do povo ao sistema. O projeto de construir uma grande nação minguou no projeto de construir uma base parlamentar. "Assisti a esse processo com angústia e inconformidade, e fiz o que pude, até onde pude, para preservar a visão original. Nisso estive quase sozinho. Vi confiscarem ao presidente seu sonho, anularem suas convicções, abafarem sua chama. (Não deixei que abafassem a minha)" – Ernesto Araújo, ex-ministro do Exterior do governo Bolsonaro – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Interditado

“No Brasil falar em aumento de carga tributária dos mais ricos (inclusive no âmbito de uma reforma sobre o tema) é um debate interditado, sobretudo em parte da grande mídia, que deveria amplificá-lo. Esta parece domesticada pelo "mercado" e se comporta como porta-voz de Paulo Guedes em seu projeto de desossar o Estado e seu papel de indutor da mobilidade social” – Cristina Serrra, jornalista – Folha de S. Paulo, 01-05-2021.

 

Hálito da Casa-Grande

“Guedes é exemplo extremo de "aporofobia", expressão cunhada pela filósofa espanhola Adela Cortina para definir a aversão aos pobres e que se manifesta de diversas formas no mundo contemporâneo. A palavra vem do grego áporos (pobre) e fobéo (rejeitar). Guedes não cansa de demonstrar ódio de classe: empregadas domésticas não podem viajar e filhos de porteiros não merecem estudar. Cada vez que abre a boca, Guedes exala o mau hálito da Casa-Grande” – Cristina Serrra, jornalista – Folha de S. Paulo, 01-05-2021.

 

Biden - Duas linhas maiores e uma linhazinha

“Os planos Biden têm duas linhas maiores e uma linhazinha: 1) emprego para gente pobre, que estudou menos e minorias; 2) subsídios para a pesquisa cientifica e tecnológica —até prometeu cura do câncer; 3) remendos na seguridade social” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 01-05-2021.

 

Remendando a selvageria

“Biden vai tentar remendar a selvageria dos últimos quase 40 anos de desigualdade crescente e de esvaziamento do miolo social americano” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 01-05-2021.

 

5 milhões de crianças e adolescentes fora da escola

“Parece impossível até de imaginar, mas a pandemia fez crianças desaprenderem o pouco que já sabiam. Tanto se falou e agora começam a aparecer os resultados do que um ano de pandemia sem controle, escolas fechadas e ensino remoto insuficiente trouxe de consequências. Como se esperava, infelizmente elas são trágicas. Mais de 5 milhões de crianças e adolescentes ficaram fora da escola em 2020 no País, ou seja, ou nem estavam matriculadas ou sequer fizeram uma atividade, segundo estudo do Unicef e do Cenpec. Um número assim só era registrado 20 anos atrás no Brasil” – Renata Cafardo, jornalista – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Resultados dramáticos

“Mesmo em Estados como São Paulo, que deixaram a educação fechada por menos tempo em comparação a outros, os resultados já são dramáticos. O estudante que está hoje no 5.º ano sabe menos de Matemática do que sabia quando foi testado no 3.º ano. Em Português, a nota agora foi levemente melhor do que há dois anos. As provas foram feitas pelo Estado no começo deste ano e comparadas as de 2019. Estima-se que vamos precisar de 11 anos para os alunos chegarem ao desempenho de antes da pandemia” – Renata Cafardo, jornalista – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Abandono da escola – aumento em 300%

“Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Zurique com estudantes paulistas, mostrou que durante a pandemia eles aprenderam só 27,5% do que ocorreria em aulas presenciais. E o risco de abandono da escola aumentou em 300%” – Renata Cafardo, jornalista – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Desempregados e desalentados

“Além de alcançar o recorde nacional de 14,4 milhões de desempregados, o Brasil manteve, no último trimestre pesquisado, o número, também mais alto da série, de 6 milhões de desalentados, já anotado no período de setembro a novembro. Desalentado é quem desistiu de buscar uma vaga, deixando, portanto, o rol dos desempregados. Quando se espalha o desalento, a taxa de desemprego pode até melhorar, mas essa melhora é uma ilusão estatística” – editorial “Sem vacina, sem emprego” – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Dobro da população do Uruguai

”Em um ano de pandemia foram fechados 7,8 milhões de postos de trabalho. Esse número é mais que o dobro da população do Uruguai e cerca de 40% da população do Chile” – editorial “Sem vacina, sem emprego” – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Boiadas

“A lógica se inverteu. Não é mais o governo que aproveita a “distração” do Brasil e da mídia com a pandemia e os já mais de 400 mil mortos para passar suas “boiadas”. Agora, são o Supremo, o Congresso e a sociedade que se unem para resistir às “boiadas” governistas, enquanto o presidente Jair Bolsonaro, seus ministros e assessores estão muito ocupados com a CPI da Covid” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Não sobra pedra sobre pedra

“O ministro Paulo Guedes não caiu, mas não sobra pedra sobre pedra de sua equipe, seus planos, suas reformas e seus propósitos liberais. E não por culpa da esquerda, da oposição ou da mídia, e não adianta dizer que foi por causa do Congresso. Quem não assume, e inclusive sabota, a política de Guedes é... Jair Bolsonaro” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Resistência

“Agora, o presidente só pensa em soterrar a CPI da Covid, mas continua em campanha por aí e proibindo máscaras, álcool em gel e – pelo que se deduz da revelação do general Luiz Eduardo Ramos – até vacinas. Enquanto isso, as boiadas enfrentam cada vez mais resistência. A turma dos atos golpistas insiste em defender o indefensável, mas a reação é firme e só aumenta” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

2022 – dificuldades de chegada ao segundo turno

“A preço de hoje, a CPI da Covid deverá ter impacto imobilizador no governo se escancarar erros e omissões no combate à pandemia, avaliam os políticos mais rodados de Brasília. Em um cenário de inflação crescente e postos de trabalho fechados, vai se consolidando o sentimento de que Jair Bolsonaro pode enfrentar dificuldades de chegar ao segundo turno em 2022, algo inimaginável até bem pouco tempo atrás. No centro partidário, presidenciáveis já se movimentam com base nesse novo cenário, o de enfrentar Lula na fase decisiva da eleição” – Coluna do EstadãoO Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Apertem…

“Um articulador de uma candidatura de centro diz que o governo é um avião perdendo altitude e sem motor para arremeter: gastou mal no passado e agora não tem “motor” para alavancar Bolsonaro” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

…os cintos

“A definição de centro torna-se a cada dia mais elástica: Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM), Luciano Huck (sem partido), João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB). Aliás, o grupo de WhatsApp desses presidenciáveis já foi pro brejo” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Oiê

“O governador Renato Casagrande (PSB-ES) passou a ser cotado como novo presidenciável” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

A ver

“Uma das “leituras” na praça é a de que um “terceiro nome” não precisaria ser alguém popular. A terceira via pode ser construída pela baixa rejeição” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Erro

“Bolsonaro culpará a pandemia por não ter podido governar. Erro: é a pandemia que está provando no mundo quem sabe e quem não sabe governar” – Fábio Trad, deputado federal – PSD-MG – O Estado de S. Paulo, 02-05-2021.

 

Lula-Renan

“(Renan Calheiros) expressa também um aceno ao PT: Renan mira a vice-presidência da República. (...) A vaga de vice será disputada no tapa, mas havemos de convir que o MDB tem cacife e pode consolidar uma aliança muito forte. Essa chapa Lula-Renan tem simbolismo e potencial. Pode reunir e galvanizar as forças vivas da corrupção, navegando em um ambiente de suprema consagração da impunidade” – Catarina Rochamonte, doutora em filosofia, autora do livro 'Um olhar liberal conservador sobre os dias atuais' e presidente do Instituto Liberal do Nordeste (ILIN) – Folha de S. Paulo, 03-05-2021.

 

Bolsonaro deseja um partido que defenda a sua parentada

“O fato de que Bolsonaro pode vincular seu imenso peso institucional a uma legenda nanica, com nenhuma representação no Congresso, dá a exata medida da miséria do sistema partidário. Há hoje 33 partidos registrados na Justiça Eleitoral, uma aberração óbvia. Mudanças normativas implementadas a partir de 2016 devem reduzir esse número nas próximas eleições, mas grande parte dos partidos ainda se presta somente a representar seus donos. Pois é exatamente isso o que deseja Bolsonaro: um partido que defenda os interesses pessoais de sua parentada, e nada mais” – editorial “Tudo em família” – O Estado de S. Paulo, 03-05-2021.

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