29 Mai 2020
“O Espírito de Deus também é pan-demos (do grego ‘todo o povo’). Toca em todas as pessoas e atravessa todas as barreiras, mas de uma maneira que soletra a vida, não a morte”, assinala a mensagem de presidentes do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Neste Pentecostes, que será celebrado no domingo, 31 de maio, “oramos para libertar as energias do Espírito em todo o povo de Deus e renovar, não apenas a igreja, mas a face da Terra”.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
A mensagem lembra a chegada do Espírito, retratado no livro dos Atos dos Apóstolos como um evento dramático e consequente. “Os primeiros seguidores de Jesus, escondidos no medo, foram abalados e, em seguida, encorajados pela poderosa presença de Deus, permitindo-lhes superar até as barreiras da linguagem e da cultura para preparar a mensagem salvadora da ressurreição de Jesus”, afirma.
Assim, constata, a Igreja nasceu tumultuada, “mas emergiu do caos” com uma mensagem transformadora e relevante para todas as culturas e contextos. “Como no primeiro Pentecostes, deve ser novamente hoje”, aponta o texto, reportando-se ao coronavírus, “uma força natural silenciosa, letal”, que perturbou o mundo inteiro, “incutindo terror e caos”.
A mensagem fria que a pandemia viral “causou estragos nas economias, perturbou as famílias e a vida comunitária, iludiu os sistemas mais sofisticados de assistência médica global e local, testou a coragem e a eficácia da governança e causou surtos de fome”.
Mas assim, como os primeiros discípulos fizeram, com ousadia, os líderes ecumênicos proclamam que “o Deus da vida ainda está conosco”. O Espírito “instila em nós a coragem de enfrentar a dor e o sofrimento”. Ele inflama “nossos corações com amor para servir aqueles que sofrem e são excluídos dos sistemas de cuidados da sociedade”, e “ilumina nossa mente para participar e apoiar intensa pesquisa científica em tratamentos e vacinas”, assim que nos permite “enfrentar e superar esse vírus com cooperação generosa”.
Assinam a mensagem os oito presidentes do CMI, entre eles a reverenda Gloria Nohemy Ulloa Alvarado, da Igreja Presbiteriana na Colômbia.
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Igreja emergiu do caos e traz mensagem transformadora, apontam líderes ecumênicos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU