Papa Francisco pede que direitos de minoria rohingya sejam respeitados em Mianmar

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30 Agosto 2017

O novo surto de violência em Mianmar provocou um aumento do número de rohingyas que tentam fugir para Bangladesh cruzando o rio Naf, a fronteira natural entre os dois países.

A informação é pulicada por G1, 27-08-2017.

O papa Francisco pediu neste domingo (27) ajuda e que os direitos da minoria muçulmana rohingya sejam respeitados em Mianmar, após as últimas tensões no país que deixaram mais de 100 mortos.

"Chegam tristes notícias sobre a minoria religiosa dos rohingya. Expresso minha solidariedade a eles e pedimos que eles sejam salvos, e que haja homens e mulheres de boa vontade que os ajudem e garantam seus plenos direitos. Rezemos pelos irmãos rohingya", disse o papa durante a oração do Angelus neste domingo.

O pedido de Francisco, que já tinha se referido à minoria em outras mensagens, ocorre depois dos últimos confrontos que deixaram mais de 100 rohingyas mortos em Mianmar.

O novo surto de violência em Mianmar provocou um aumento do número de rohingyas que tentam fugir para Bangladesh cruzando o rio Naf, a fronteira natural entre os dois países.

Alguns veículos da imprensa italiana afirmaram que o papa prevê viajar a Mianmar e Bangladesh no fim de novembro, mas a visita ainda não foi confirmada oficialmente pelo Vaticano.

Os ataques foram realizados por rebeldes da minoria muçulmana rohingya contra postos da polícia e do exército. Os mortos são insurgentes, policiais, soldados e guardas fronteiriços.

Os ataques começaram na madrugada de sexta-feira e duraram até boa parte da manhã de sábado, com investidas contra cerca de 30 postos de controle da polícia, postos fronteiriços e militares nos municípios de Maungtaw, Buthidaung e Yathedaung, na fronteira com Bangladesh.

Os insurgentes atacaram armados com facas, machetes, machados, atiradeiras e outras armas caseiras, de acordo com imagens do armamento apreendido divulgadas pelas forças armadas.

O escritório da Conselheira de Estado, a Nobel da paz Aung San Suu Kyi, qualificou os agressores de "terroristas" e denunciou que os ataques pretendiam "prejudicar os esforços em prol da paz, da estabilidade e da coexistência das comunidades locais".

A ação foi reivindicada pelo Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA), grupo ao qual é atribuído um ataque similar realizado em outubro do ano passado, que causou a morte de nove policiais e desencadeou uma operação de represália do exército.

A ONU e várias organizações condenaram essa campanha militar na qual denunciaram todo tipo de abusos contra a população civil, entre eles assassinatos, saques e estupros, e que levou cerca de 74 mil rohingyas a fugirem para Bangladesh.

As autoridades de Mianmar acusaram os agressores de terem queimado dezenas de casas de suas próprias aldeias antes de fugirem, uma acusação que já fizeram após o ataque de outubro, mas que foi rejeitada por grupos como a Human Rights Watch, que culparam o exército.

Mais de 1 milhão de rohingyas vivem em Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária de 2012, que deixou pelo menos 160 mortos e cerca de 120 mil deles confinados em 67 campos de deslocados.

As autoridades de Mianmar não reconhecem a cidadania dos rohingya e lhes impõem múltiplas restrições, entre elas a restrição de movimento.

O termo "rohingya" é tabu em Mianmar, onde eles são considerados imigrantes do vizinho Bangladesh e por isto são chamados de "bengaleses" neste país de maioria budista, marcado pela influência de monges radicais que denunciam os muçulmanos como uma ameaça.

A situação é particularmente difícil para os 120 mil muçulmanos que vivem nos acampamentos de deslocados no estado de Rakhine, de onde poucos podem sair, graças a salvo-condutos.

Após os confrontos de 2016, o exército intensificou as ações na região, incendiando vilarejos e obrigando os rohingyas a fugir para Bangladesh.

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