“Deus perdoa não com um decreto, mas com uma carícia”, diz o Papa Francisco

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Por: André | 03 Abril 2019

O Deus dos cristãos é um Deus de misericórdia, que não veio para desconhecer o pecado, mas para perdoar o pecador. O Papa recordou esta verdade na manhã desta segunda-feira na homilia da missa matutina na Capela da Casa Santa Marta, segundo indicou a Rádio Vaticano.

A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada no sítio Vatican Insider, 07-04-2014. A tradução é de André Langer.

A partir do Evangelho da adúltera perdoada o Papa Francisco explicou o significado da misericórdia de Deus. Trata-se do conhecido episódio em que os fariseus e os escribas levam até Jesus uma mulher surpreendida em adultério e lhe perguntam o que fazer com ela, tendo em conta que a lei de Moisés previa o apedrejamento, por tratar-se de um pecado considerado gravíssimo. “O matrimônio – afirmou o Papa – é o símbolo e também uma realidade humana da relação de Deus com o seu povo. E quando o matrimônio fracassa com um adultério, enturva-se esta relação de Deus com o povo”.

Mas os escribas e os fariseus fazem esta pergunta para ter um motivo e acusá-lo: “Se Jesus tivesse dito: ‘Sim, sim, podem apedrejá-la’, teriam dito às pessoas: ‘Mas este é o mestre tão bom de vocês... Olhem que coisa fez com esta pobre mulher’. E se Jesus tivesse dito: ‘Não, coitadinha. Perdoem-na’, teriam dito: ‘Não cumpre a lei’... Eles não se importaram com a mulher; não se importaram com os adúlteros, talvez algum deles fosse adúltero... Não lhes importava. Só se importavam em ter uma armadilha para pegar Jesus”. Por isso a resposta do Senhor: “Quem de vocês estiver sem pecado, que atire a primeira pedra”.

O Evangelho, observou o Papa com certa ironia, diz que os acusadores “se foram, um a um, a começar pelos mais velhos. Vê-se – disse Francisco – que estes, no banco do céu, tinham uma boa conta corrente contra eles”. E Jesus permanece sozinho com a mulher, como um confessor, dizendo-lhe: “Mulher, onde estão? Ninguém lhe condenou? Onde estão? Estamos sozinhos, você e eu. Você diante de Deus, sem acusações, sem falatórios. Você e Deus. Ninguém lhe condenou?”. A mulher responde: “Ninguém, Senhor”, mas ela não diz: “Foi uma falsa acusação. Eu não cometi adultério”; ao contrário, “reconhece seu pecado”. E Jesus afirma: “Nem sequer eu a condeno. Vai, vai e de agora em diante não peque mais, para não passar um momento feio como este; para não passar tanta vergonha; para não ofender a Deus, para não turvar a bela relação centre Deus e seu povo”. “Jesus perdoa – afirma o Papa. Mas aqui se trata de algo mais que o perdão”: “Jesus supera a lei e vai além. Não lhe diz: ‘O adultério não é pecado’. Não diz isso. Mas não a condena com a lei. E este é o mistério da misericórdia. Este é o mistério da misericórdia da Jesus”.

“A misericórdia – afirmou o Papa – vai além e faz de modo que o pecado seja colocado de lado na vida de uma pessoa. É como o céu: Nós olhamos para o céu e vemos tantas estrelas; mas quando chega o sol, pela manhã, com muita luz, não vemos as estrelas. E assim é a misericórdia de Deus: uma grande luz de amor, de ternura. Deus perdoa não com um decreto, mas com um carinho, acariciando as nossas feridas do pecado. Porque Ele faz parte do perdão, faz parte da nossa salvação. E assim Jesus faz como um confessor: não a humilha, não lhe diz ‘O que você fez, diga-me! E quando foi isso? E como foi? E com quem?’. Não! ‘Vai’, vai’ e de agora em diante não peque mais!’. É grande a misericórdia de Deus, é grande a misericórdia de Jesus. Perdoar-nos, acariciando-nos!”

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