México. Candidata indígena para a presidência do país tem apoio de zapatistas

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Por: João Flores da Cunha | 30 Mai 2017

O México deve ter uma candidata indígena às eleições presidenciais do próximo ano. María de Jesús Patricio Martínez, da etnia Náhuatl, foi escolhida pelo Conselho Nacional Indígena – CNI para representá-lo no pleito.

A decisão ocorreu no dia 28-5, em uma assembleia no estado de Chiapas, no sul do país, e o processo contou com a participação do Exército Zapatista de Libertação Nacional – EZLN, que apoia a candidatura de Patricio.

A candidatura será independente, ou seja, desvinculada de um partido político. Para ser confirmada pelos órgãos eleitorais, a campanha deve recolher as assinaturas de 1% do eleitorado do país, com representantes de ao menos 17 dos 32 estados do país. A eleição de 2018 será a primeira da história do país a permitir uma candidatura independente.

Patricio foi eleita a porta-voz do Conselho Indígena de Governo – CIG, que foi constituído no encontro. Centenas de delegados e conselheiros indígenas e zapatistas participaram da votação. 58 etnias estiveram representadas no processo de escolha.

A candidata, de 56 anos, participa de lutas relativas à causa indígena desde os anos 1990, quando os zapatistas se insurgiram contra o Estado mexicano. Originária do estado de Jalisco, ela é especialista em medicina tradicional indígena.

Os indígenas denunciam exclusão no processo político do país. A candidata “representará a voz dos povos originários do CIG no processo eleitoral de 2018”, segundo um comunicado emitido pelas organizações presentes.

“Ela será quem disputará a presidência da república. Ela será quem vai levar a voz do Conselho Indígena de Governo a todo o país, a todo o mundo. Ela será quem vai levar a voz dos povos e da sociedade civil. Ela será nós”, assinala o comunicado.

O subcomandante Galeano, antes conhecido como subcomandante Marcos, esteve presente no evento, mas não fez uma declaração pública. O subcomandante Moisés, membro do grupo, ressaltou que o EZLN estava comparecendo à assembleia para cumprir o que havia sido acordado com o CNI em outubro do ano passado, no 5º Congresso Nacional Indígena.

Na ocasião, os grupos definiram que a candidata seria necessariamente uma mulher indígena. Também foi acordada a constituição do Conselho Indígena de Governo, a ser formado nesta assembleia.

Não nos confundam. Não pretendemos competir com os partidos políticos porque não somos a mesma coisa, não somos suas palavras mentirosas e perversas. Somos a palavra coletiva de baixo e da esquerda, essa que sacode o mundo quando a terra treme com epicentros de autonomia”, dizem as organizações no comunicado.

“Nenhuma delimitação dos nossos povos, nenhuma determinação nem exercício de autonomia, nenhuma esperança tornada realidade respondeu aos tempos e formas eleitoreiras que os poderosos chamam democracia, pelo qual só pretendemos arrebatar-lhes o destino que nos tiraram; pretendemos desmontar esse poder podre que está matando os nossos povos e a mãe terra”, assinalam. As eleições presidenciais irão ocorrer em julho de 2018.

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