Ministra minimiza alta do trabalho infantil na Pnad, mas alerta sobre corte no Bolsa Família

Mais Lidos

  • “Os israelenses nunca terão verdadeira segurança, enquanto os palestinos não a tiverem”. Entrevista com Antony Loewenstein

    LER MAIS
  • Golpe de 1964 completa 60 anos insepulto. Entrevista com Dênis de Moraes

    LER MAIS
  • “Guerra nuclear preventiva” é a doutrina oficial dos Estados Unidos: uma visão histórica de seu belicismo. Artigo de Michel Chossudovsky

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

17 Novembro 2015

A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, minimizou nesta sexta-feira, 13, o aumento do trabalho infantil em 2014 e disse que a tendência no Brasil é de queda. Reforçou, entretanto, que um corte no Bolsa Família teria um forte impacto no aumento da pobreza e, consequentemente, levaria mais crianças ao trabalho.

A reportagem é de Carla Araújo, Daniela Amorim, Roberta Pennafort e Vinicius Neder, publicada por O Estado de S. Paulo, 13-11-2015.

Segundo ela, o corte de R$ 10 bilhões no programa, como tem proposto o relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), retiraria o benefício de 23 milhões de pessoas. "Desses, 11 milhões são crianças, acho (que o corte) teria impacto não só no nível de renda da população pobre, na extrema pobreza, como a gente teria no curto prazo impacto no trabalho infantil e impacto na presença das crianças na escola", afirmou.

Para Tereza, não há nenhuma explicação que justifique ter aumentado o número de crianças trabalhando no ano passado e atribuiu a uma base comparativa mais forte em 2013. "Tem que olhar, investigar e normalizar a curva. Talvez 2013 seja o ponto fora da curva e não 2014, uma reversão da curva. Não acredito que a gente está tendo uma reversão da curva do trabalho infantil porque a gente tem ações (nessa área)", disse.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2014), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País registrou um aumento no trabalho infantil em 2014. O número de pessoas de 5 a 17 anos ocupadas cresceu 4,5%, o equivalente a 143,5 mil crianças e adolescentes a mais nessa condição.

Segundo a ministra, apesar dessa alta no ano passado, o histórico do trabalho infantil no País apresenta uma "tendência de queda consistente" e as ações do governo têm surtido efeito. "Conseguimos debelar as formas mais visíveis do trabalho infantil", afirmou, destacando o uso de mão de obra de crianças em carvoarias e indústrias.

A principal forma de trabalho infantil atualmente, destacou Campello, é na agricultura familiar e trabalho doméstico. "E não tem uma forma, a não ser com denúncia, de chegar (a fiscalização)", explicou.

Para a ministra, é preciso que haja uma transformação cultural no Brasil, pois muitas vezes o trabalho infantil ligado a agricultura é de forma auxiliar, do filho trabalhando com o pai. "Tem uma questão cultural que é o grande desafio do Brasil agora, é enfrentar essas formas (de trabalho infantil) que são em algumas partes aceitáveis", disse, citando que para seu avó italiano antigamente era orgulho ter os filhos jovens trabalhando na lavoura.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Ministra minimiza alta do trabalho infantil na Pnad, mas alerta sobre corte no Bolsa Família - Instituto Humanitas Unisinos - IHU