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Caros poetas, nos ajudem a sonhar. Artigo de Papa Francisco

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14 Novembro 2024

"Caros poetas, obrigado por seu serviço. Continuem sonhando, continuem a se inquietar, a imaginar palavras e visões que nos ajudem a ler o mistério da vida humana e orientem as nossas sociedades para a beleza e a fraternidade universal", escreve Papa Francisco, em artigo publicado por Corriere della Sera, 10-11-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Caros poetas, sei que vocês têm fome de significado e, por isso, também refletem sobre como a fé interroga a vida.

Esse “significado” não é redutível a um conceito, não. É um significado total que envolve poesia, símbolo, sentimentos. O verdadeiro significado não é o do dicionário: a palavra é um instrumento de tudo o que está dentro de nós. Amei muitos poetas e escritores em minha vida, entre os quais me lembro de Dante, Dostoievski e outros. Também tenho de agradecer aos meus alunos do Colegio de la Inmaculada Concepción, de Santa Fé, com quem compartilhei minhas leituras quando era jovem e ensinava literatura. As palavras dos escritores me ajudaram a entender a mim mesmo, o mundo, o meu povo; mas também a aprofundar o coração humano, minha vida pessoal de fé e até mesmo minha tarefa pastoral, inclusive agora neste ministério. Portanto, a palavra literária é como um espinho no coração que te leva à contemplação e te coloca em caminho. A poesia é aberta, te joga para outro lugar. À luz dessa experiência pessoal, hoje eu gostaria de compartilhar com vocês algumas reflexões sobre a importância do seu serviço.

A primeira que eu gostaria de expressar é a seguinte: vocês são olhos que olham e que sonham. Não apenas olham, mas também sonham. Uma pessoa que perdeu a capacidade de sonhar não tem poesia, e a vida sem poesia não funciona. Nós, seres humanos, ansiamos por um novo mundo que provavelmente não veremos totalmente com os nossos olhos, mas que, mesmo assim, desejamos, buscamos e sonhamos. Um escritor latino-americano dizia que temos dois olhos: um de carne e outro de vidro. Com o de carne, olhamos para o que vemos, com o de vidro, olhamos para o que sonhamos. Pobres de nós se pararmos de sonhar, pobres de nós!

O artista é o homem que com seus olhos olha e ao mesmo tempo sonha, vê mais profundamente, profetiza, anuncia uma maneira diferente de ver e entender as coisas que estão diante de nossos olhos. De fato, a poesia não fala da realidade a partir de princípios abstratos, mas colocando-se à escuta da própria realidade: trabalho, amor, morte e todas as pequenas grandes coisas que preenchem a vida. O seu é - para citar Paul Claudel - um “olho que escuta”. A arte é um antídoto contra a mentalidade do cálculo e da uniformidade; é um desafio ao nosso imaginário, à nossa maneira de ver e entender as coisas. E, nesse sentido, o próprio Evangelho é um desafio artístico. Ele possui aquela carga “revolucionária”, que o vocês conhecem bem e expressam graças ao seu gênio com uma palavra que protesta, clama, grita. A Igreja também precisa de sua genialidade, porque precisa protestar, chamar e gritar.

Mas eu gostaria de dizer uma segunda coisa: vocês também são a voz das inquietações humanas. Muitas vezes, as inquietações estão enterradas no fundo do coração. Vocês sabem muito bem que a inspiração artística não é apenas reconfortante, mas também inquietante, porque apresenta tanto as belas realidades da vida quanto as trágicas.

A arte é o terreno fértil no qual as “oposições polares” da realidade - como Romano Guardini as chamava - se expressam, as quais sempre exige uma linguagem criativa e não rígida capaz de veicular mensagens e visões poderosas. Por exemplo, pensemos no que Dostoievski, em Os Irmãos Karamazov, conta sobre uma criança pequena, o filho de uma serva, que joga uma pedra e acerta a pata de um dos cães de seu senhor. Então, o senhor açula todos os cães contra a criança. Ela foge e tenta se salvar da fúria da matilha, mas acaba sendo estraçalhada sob os olhos satisfeitos do general e daqueles desesperados de sua mãe. Essa cena tem um tremendo poder artístico e político: fala da realidade de ontem e de hoje, das guerras, dos conflitos sociais, dos nossos egoísmos pessoais. Para citar apenas uma passagem poética que nos interpela.

E não estou me referindo apenas à crítica social contida nesse relato. Estou falando sobre as tensões da alma, das complexidades das decisões, da natureza contraditória da existência. Há coisas na vida que às vezes nem conseguimos entender ou para as quais não encontramos as palavras adequadas: esse é seu terreno fértil, seu campo de ação. E esse também é o lugar onde frequentemente se tem a experiência de Deus.

Uma experiência que é sempre “transbordante”: você não consegue segurá-la, você a sente e ela vai além; está sempre transbordante, a experiência de Deus, como uma tina onde a água está constantemente caindo e, depois de um tempo, ela se enche e a água vaza, transborda.

Isso é o que eu também gostaria de pedir a vocês hoje: que ultrapassem as bordas fechadas e definidas, sejam criativos, sem domesticar suas inquietudes e aquelas da humanidade. Tenho medo desse processo de domesticação, porque ele tira a criatividade, tira a poesia. Com a palavra da poesia, recolham os desejos inquietos que habitam o coração humano, para que não esfriem e se apaguem. Essa obra permite que o Espírito atue, crie harmonia dentro das tensões e contradições da vida humana, mantenha aceso o fogo das boas paixões e contribua para o crescimento da beleza em todas as suas formas, aquela beleza que se expressa precisamente por meio da riqueza das artes.

Este é o trabalho de vocês como poetas: dar vida, dar corpo, dar palavras a tudo o que os seres humanos vivem, sentem, sonham, sofrem, criando harmonia e beleza. É um trabalho que também pode nos ajudar a compreender melhor Deus como grande “poeta” da humanidade. Vocês serão criticados? Tudo bem, suportem o peso das críticas e, ao mesmo tempo, tentem aprender com elas. Mas, ainda assim, não deixem de ser originais, criativos. Não percam o assombro de estar vivos.

Então: olhos que sonham, vozes das inquietações humanas; e, portanto, vocês também têm uma grande responsabilidade. E qual é? Esta é a terceira coisa que gostaria de lhe dizer: vocês estão entre aqueles que moldam nossa imaginação. Seu trabalho tem uma consequência sobre a imaginação espiritual das pessoas de nosso tempo. E hoje precisamos da genialidade de uma nova linguagem, de histórias e imagens poderosas. Eu também sinto, confesso-lhes, a necessidade de poetas capazes de gritar a mensagem do Evangelho ao mundo, de nos fazer ver Jesus, de nos fazer tocá-Lo, de nos fazer senti-Lo imediatamente próximo, de entregá-Lo a nós como uma realidade viva e de nos fazer compreender a beleza de Sua promessa. Sua obra pode nos ajudar a curar nossa imaginação de tudo o que obscurece sua face ou, pior ainda, de tudo o que quer domesticá-la. Domesticar o rosto de Cristo, colocando-o em uma moldura e pendurando-o na parede, é destruir sua imagem. Sua promessa, ao contrário, ajuda a nossa imaginação: ajuda-nos a imaginar a nossa vida, a nossa história e o nosso futuro de uma nova maneira. E aqui volto a outra obra-prima de Dostoievski, pequena, mas que reúne todas essas coisas: Notas do Subterrâneo. Toda a grandeza da humanidade e todas as dores da humanidade, todas as misérias, estão juntas ali. Esse é o caminho.

Caros poetas, obrigado por seu serviço. Continuem sonhando, continuem a se inquietar, a imaginar palavras e visões que nos ajudem a ler o mistério da vida humana e orientem as nossas sociedades para a beleza e a fraternidade universal. Ajudem-nos a abrir nossa imaginação para que ela possa ir além dos limites estreitos do eu e abrir-se para toda a realidade, na pluralidade de suas facetas: assim, ela também estará disponível para se abrir para o mistério sagrado de Deus. Sigam em frente, sem se cansar, com criatividade e coragem!

Eu os abençoo.

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