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Masculinidades frágeis e inseguras. Artigo de Carolina Pulido

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25 Setembro 2024

"A manosfera tem uma dimensão afetiva: é onde esses jovens perdidos encontram compreensão e apoio, onde seu sofrimento é reconhecido sem julgamento ou ridicularização e são oferecidas explicações sobre o mundo que lhes parecem satisfatórias", escreve Carolina Pulido, consultora em temas de gênero e infância, especialista em masculinidade, em artigo publicado por ctxt, 23-09-2024.

Eis o artigo.

Os sinais são muitos e estão causando alarme: lemos que os homens jovens são um grande eleitorado da extrema-direita, que há milhões compartilhando deep fakes e revenge porn por canais massivos ou que muitos negam a violência machista. Além disso, assistimos com temor a um fluxo constante de fragmentos de vídeos extraídos da manosfera — esse conjunto de comunidades misóginas da internet onde se apela fundamentalmente a jovens — que nos evocam o pior da masculinidade tóxica. É preocupante.

Na LaIntersección, nos dedicamos a analisar o que acontece nas redes sociais e no panorama midiático para desenhar estratégias de comunicação e ação coletiva. Estamos imersas em uma investigação com o objetivo de realizar uma campanha que conecte com rapazes cis-heterossexuais jovens e converse com eles sobre masculinidades e igualdade. Neste artigo, queremos compartilhar o que descobrimos até agora.

São poucos, mas são demais

É fácil ser levado por certo pânico moral quando vemos notícias como as que mencionamos no início, mas é importante fazer uma análise mais calma. Talvez a situação não seja tão grave: se olharmos o último Barômetro publicado pela FAD, vemos que 90% dos homens entre 15 e 29 anos reconhecem que a desigualdade de gênero existe. O número de mulheres que dizem ter sido vítimas de violência por seus parceiros aumentou, mas não sabemos se é porque há mais casos ou porque a capacidade de detectá-los e denunciá-los também cresceu. Embora este relatório indique que o cenário está piorando, conclui que, por enquanto, as posturas mais reacionárias ainda são minoritárias entre os jovens.

Nós fizemos um experimento para ver quão presente está a manosfera na realidade cotidiana dos jovens: pedimos a um grupo de rapazes cis-heterossexuais que nos deixassem dar uma olhada no algoritmo de seu Instagram. Escolhemos rapazes entre 18 e 22 anos, de várias cidades da Espanha e de ideologia moderada (não especialmente politizados). Eles nos indicaram uma série de contas-semente e, a partir delas, navegamos pelos conteúdos que o Instagram considera relacionados e recomendáveis para eles. O resultado foi 7.888 contas, entre as quais encontramos, sobretudo, gaming, humor e empreendedores. A manosfera apareceu? Sim, mas pouco: apenas 2 das 20 contas com mais alcance poderiam ser classificadas nessa categoria.

Com a colaboração dos mesmos rapazes e uma metodologia semelhante, também espiamos o que o algoritmo do TikTok está recomendando para essa audiência. O que vimos foi semelhante: muito humor, esporte, videogames, séries e filmes; algo sobre saúde mental, comida e tecnologia. E a manosfera? Sim, ela se infiltra, sobretudo por meio de entrevistas em canais generalistas que convidam suas figuras visíveis, mas sua presença não é majoritária. São mais comuns os influencers que têm atitudes menos partidárias ou conflitivas. Exemplos? qsma, ConPdePodcast, Club113 e Heretics. Enquanto falam de temas generalistas como amizade, ciência, filosofia ou esportes, permitem-se questionar estereótipos e deixam transparecer modelos de masculinidade mais saudáveis.

Não se trata de minimizar um problema que, sem dúvida, existe, mas sim de contextualizá-lo e avaliá-lo em sua devida proporção para traçar estratégias de intervenção mais conectadas com a realidade.

Masculinidade, além de frágil, insegura

Em janeiro passado, lemos que, segundo o CIS, metade dos jovens espanhóis considera que o feminismo “foi longe demais” e que agora eles estão sendo “discriminados”. Na LaIntersección, passamos vários meses realizando entrevistas com profissionais da educação e pesquisadores em igualdade que trabalham com jovens, e eles nos confirmaram que veem um crescente temor ou rejeição entre eles em relação aos avanços do feminismo.

Essa reação ocorre em duas vertentes: de um lado, uma atitude mais hostil, que tem seu quadro ideológico em posições políticas de extrema-direita; do outro, uma postura mais suave, sem oposição frontal e sem negar o valor da igualdade, mas que os coloca na defensiva.

A segunda é a posição de uma parte significativa dos rapazes com quem os especialistas consultados se deparam, que aceitam os avanços da igualdade e se distanciam dos discursos mais misóginos, mas que pensam que as feministas os acusam injustamente. Esses rapazes sentem que são responsabilizados por violências que consideram alheias, pois não as exercem diretamente. Ao mesmo tempo, sentem-se perdidos e inseguros em suas relações afetivas, pois, embora saibam claramente quais são os “limites”, têm dúvidas sobre qual é a conduta aceitável para os homens.

Na pesquisa A caixa da masculinidade: construção, atitudes e impacto na juventude espanhola (FAD, 2022), há um exemplo eloquente: muitos dos rapazes entrevistados se queixam de que as meninas só se interessam por um perfil que eles chamam de fuckboy. Ou seja, acham que as garotas querem rapazes "malvados", mas, ao mesmo tempo, a sociedade lhes diz que devem ser sensíveis, trabalhadores, boas pessoas. Por isso, acham que vivem em uma sociedade contraditória, sem sentido ou confusa.

Precisam falar e só encontram espaços tóxicos para isso

O momento de transição para a vida adulta costuma coincidir com uma grande incerteza. Estamos falando, além disso, de gerações que viveram um contexto de dupla crise econômica (a de 2008 e a da covid), o que lhes dificulta pensar no futuro. Ao mesmo tempo, o feminismo está propondo uma mudança radical nas relações sexo-afetivas, onde o modelo de masculinidade tradicional não se encaixa. Isso se soma à crescente toxicidade de certas dinâmicas de relacionamento através das plataformas digitais. Nesse processo, o que as especialistas entrevistadas observam é a falta de acompanhamento de adultos que compreendam o que está acontecendo com eles.

Para as meninas, as referências que contribuem para criar um relato coletivo e compartilhado para canalizar os mal-estares de gênero se encontram, fundamentalmente, no âmbito do feminismo (em um sentido muito amplo). Para os rapazes, esse papel é cumprido pela manosfera, composta por influencers, streamers e gurus; e por seus fãs anônimos, que se reúnem nas caixas de comentários e em vários fóruns online. Daí, as narrativas misóginas saltam para grupos de WhatsApp e para as conversas mais cotidianas.

A manosfera tem, portanto, uma dimensão afetiva: é onde esses jovens perdidos encontram compreensão e apoio, onde seu sofrimento é reconhecido sem julgamento ou ridicularização e são oferecidas explicações sobre o mundo que lhes parecem satisfatórias. Essa subcultura responde à necessidade de pertencimento e cuidado. Há dois videoensaios que são muito úteis para se aprofundar nela: Mozo Yefimovich explica como os influencers de desenvolvimento pessoal aprofundam o individualismo e a competitividade tóxica, enquanto Cuellilargo define como ‘monetizadores do ódio’ um grupo de criadores de conteúdo que lucram em plataformas digitais ao mesmo tempo que incitam seus seguidores a insultar seus rivais.

Caminhos para abordar as resistências

Identificado o problema, a solução parece clara: precisamos encontrar maneiras de garantir que esses jovens possam encontrar apoio e certezas em ambientes mais saudáveis. Encontrá-las não é fácil, então compartilhamos aqui algumas das ideias que as especialistas nos contaram. Elas costumam colocar essas práticas em ação para lidar com as resistências ao discurso de gênero em ambientes educacionais, e acreditamos que podem ajudar a focar uma mudança nas narrativas.

Trabalhar no terreno deles. O primeiro passo é facilitar espaços de diálogo, troca e escuta genuína, sem julgamento. Trata-se de considerar o quadro de incerteza em que se movem e conectar com suas inseguranças usando seus próprios códigos. Uma vez aberto esse espaço, podemos iniciar conversas sobre temas que lhes interessam: erotismo, relações de casal, questões afetivas, saúde, amor líquido… Ou podemos abordar de forma mais indireta, falando sobre videogames, humor ou esportes, que são veículos por meio dos quais podemos introduzir novas narrativas e abordagens.

Enfatizar o positivo de sua geração. É importante fazer isso com um olhar otimista e aberto sobre os rapazes, distanciado dos títulos que os descrevem como uma juventude preguiçosa e niilista. Ou seja, aproveitar suas potencialidades, em referência a todas as coisas positivas que trazem à sociedade, como a abertura às identidades de gênero diversas, o ecologismo ou o uso da moda rompendo estereótipos. As gerações mais jovens estão liderando uma mudança social importante que se alinha bem com a mensagem de igualdade.

Promover sua agência. Há rapazes jovens que não se sentem diretamente interpelados pelos discursos em torno da igualdade, porque consideram que já foram superados, ou porque entendem que não são diretamente responsáveis ou não têm capacidade de agir nesse sentido. Para esses rapazes, podem ser mais eficazes mensagens que os interpelem diretamente e façam referência às suas experiências de vida, mensagens que ofereçam ferramentas que lhes deem a oportunidade de traçar sua própria trajetória. Trata-se de aterrissar no cotidiano, mostrar-lhes metas alcançáveis e propor mudanças que sejam factíveis para eles.

Apontar os custos das masculinidades. A abertura ao feminismo pode ser maior se eles sentirem que isso também os beneficia. Isso acontece quando entendem que a masculinidade tradicional lhes gera custos, por exemplo, na forma de dificuldades nas relações afetivas, adoção de comportamentos de risco, gestão emocional, etc.

Aqui há um debate conceitual: nem todas as especialistas concordam com essa abordagem, pois algumas acreditam que o custo da igualdade sempre será maior (eles perderão mais privilégios do que ganharão). Nesse caso, a única opção seria apelar a valores universais de respeito e empatia pelas mulheres. De qualquer forma, deixamos a estratégia anotada.

Alimentar a brotherhood digital. Como dissemos, as comunidades online são o espaço onde muitos jovens procuram se informar sobre suas dúvidas e interesses e, além disso, encontram um lugar de pertencimento e expressão. As meninas contam com inúmeros espaços construídos em torno da sororidade, da sisterhood. Nesse sentido, pode ser útil criar conteúdos em torno do tema da irmandade e dos vínculos positivos entre amigos ou pares (“bros” na gíria juvenil), e potencializar as comunidades digitais onde suas necessidades comunitárias e afetivas sejam atendidas de forma mais saudável.

Como seriam esses conteúdos que poderiam servir para gerar comunidades de brotherhood alternativas à manosfera? Em nossas pesquisas no Instagram e TikTok, encontramos algumas inspirações. Diríamos que as chaves estão por aqui: colaborações entre streamers de diferentes gêneros em que se abra espaço para a amizade entre rapazes e garotas; abordar temas sérios com uma abordagem humorística, leve ou ousada (desafios, entrevistas de rua, câmeras escondidas e jogos); apostar em conversas pausadas e longas, como os podcasts, dos quais podem ser extraídos trechos curtos para redes sociais; incorporar vozes adultas e especialistas sobre temas em que os rapazes têm grande interesse (por exemplo, sexo); introduzir enfoques e valores de igualdade de forma implícita em conteúdos sobre outros temas.

Há muitas ideias a serem exploradas e os desafios não são poucos… Por nossa parte, continuaremos investigando como desenhar uma campanha coletiva para falar de igualdade com rapazes jovens. Convidamos as pessoas interessadas a visitar nosso site, de onde podem acompanhar e participar do projeto.

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