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O mercado das emoções e suas técnicas de disciplinamento”. Entrevista com Carlos Javier González Serrano

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10 Mai 2024

Em um mundo de “ditadura felicifoide”, que nos quer sempre felizes, produtivos e funcionais, o filósofo Carlos Javier González Serrano defende o pessimismo como ferramenta intelectual. Em seu livro Una filosofía de la resistencia (Destino, 2024), o autor propõe pensar e agir contra o que chama de “manipulação emocional” sustentada pela hiperestimulação, o ruído permanente, o sequestro da atenção e as novas dinâmicas da sociedade de consumo. Conversamos com ele sobre como recuperar o desejo e a liberdade em meio à “emociocracia”.

A entrevista é de Mariana Toro Nader, publicada por Ethic, 03-05-2024. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Em que consiste a “emociocracia”? Quem compõe os ministérios do que você chama de “governo emocional”?

O governo emocional é composto pelas instituições econômicas e as instituições políticas que buscam extrair de nós o máximo proveito. É verdade que existem empresas e instituições políticas que podem não funcionar segundo este critério. O problema é quando a única coisa por trás de suas intenções é guiar o que hoje se chama de “mercado de comportamentos”, que tem a ver com a forma de guiar a nossa vontade para um determinado lugar.

Em relação a tudo isso, em que consiste a ‘emociocracia’? Em que as emoções são utilizadas, sobretudo as consideradas negativas, como a tristeza, o desapontamento, a frustração, a incerteza, para nos conduzir pelo caminho que desejam. Como conseguem isso? A partir da criação de necessidades absolutamente espúrias, desnecessárias. Através da sociedade algorítmica, comercializa-se com as nossas emoções de tal forma que o nosso desejo fique à mercê dos desejos das empresas e das instituições políticas.

Imersos no que Shoshana Zuboff chama de “capitalismo da vigilância”, no qual cada minuto de nosso tempo é potencialmente monitorado e monetizável – inclusive o lazer –, como enfrentar o que você chama de “manipulação intelectual e emocional”?

O primeiro passo é percebermos que isso está acontecendo. Somos mais vigiados do que nunca, muitas vezes com fins lucrativos, mas estamos muito à vontade porque isso alimenta o parque de diversões no qual estamos imersos. Não só personaliza a experiência digital, como também nos sentimos refugiados por toda uma série de empresas e, inclusive, de partidos políticos que parecem, graças a esta vigilância, estar zelando pelos nossos interesses, quando na realidade estão fazendo completamente o contrário, diversificando seus interesses e os destinando à população para que pareçam nossos. Isto é o autenticamente preocupante. Então, primeiro vem o momento da consciência, depois, o momento da ação.

Você diz que somos sujeitos sedados, distraídos em relação ao que é importante e sempre atentos ao mundo virtual. Precisamos de um marco legal para proteger a nossa atenção e a nossa liberdade cognitiva?

Penso que são necessárias leis, sobretudo educacionais. Porque, aqui, estamos na linha tênue entre a liberdade de ação, de movimento, e certas formas econômicas e políticas de fazer que também restringem a nossa capacidade de atenção, a nossa capacidade intelectual. Eu penso que isto deveria ser protegido do ponto de vista educacional.

Se com as leis educacionais estamos justamente reforçando as competências digitais, com tudo sujeito à gamificação, ao entretenimento, enquanto o conhecimento – que é o eixo central da educação – fica sujeito a ser uma boa mão de obra no futuro, estamos subjugando todas as nossas ferramentas intelectuais, que são as que podem colocar um freio a esta manipulação.

Em segundo lugar, fomentar a atenção a outros estímulos que não sejam a inteligência artificial, o universo digital, porque tudo isso também está submetido à rapidez e só aprofunda a nossa crise de desejo. Tudo na esfera digital está sujeito a um rápido caminho entre o surgimento do desejo e a sua rápida satisfação. E sabemos muito bem que na vida não é assim.

Tenho cada vez mais estudantes com dificuldades em suportar os dois anos de bacharelado porque consideram muita coisa e nem estou falando da formação universitária. E depois passam meses ou até anos procurando trabalho. Então, estamos criando seres humanos frustrados. Precisamos reeducar o nosso desejo. O problema da sedação é quando você deseja permanecer voluntariamente nessa esfera de customização da realidade.

Falando da crise do desejo, você escreve que “nós, seres humanos, somos máquinas desejantes”. Então, como se aprende a escolher? É possível ensinar a decidir?

Claro que é possível, mas a questão é: como adultos, estamos dispostos a isto? Não devemos esquecer que somos o espelho no qual os adolescentes se olham. A tecnologia não é neutra. Quando temos um celular, um tablet ou um computador, temos as possibilidades que um destes dispositivos nos oferece. Então, estamos só aparentemente escolhendo.

Quando a primeira coisa que faço pela manhã é pegar o celular e ver as notificações, não estou fazendo uma escolha, estou delegando a minha capacidade de decisão a uma máquina onde minha vida parece estar diluída. No livro, falo de María Zambrano, desse deixar-se levar em vez de tomar as rédeas da vida e ousar a querer decidir.

Para o pesquisador de ética da Oxford – e ex-funcionário do Google – James Williams, as distrações a curto prazo nos impedem de fazer o que queremos fazer, mas, a longo prazo, impedem-nos de desejar o que queremos desejar. Você afirma que é necessário despertar a “liberdade autêntica”, ou seja, a independência de juízo, desejo e ação. Como se desperta?

A verdadeira liberdade é perceber que temos liberdade. Porque em muitas ocasiões nos sentimos tão sedados dentro dessa experiência personalizada que não queremos ter a coragem de decidir. Penso que a incapacidade de escolher está muito relacionada à tristeza. As pessoas ficam cada vez mais tristes quando precisam sair dessa esfera digital na qual parece que decidir é tão fácil. Os jovens – e também os adultos – têm silenciado cada vez mais os seus celulares porque têm medo de receber uma chamada, de precisarem se confrontar com o outro.

Quando deixamos de querer escolher, nós nos tornamos seres frustrados porque percebemos, como você muito bem disse, que muitas vezes não somos donos do nosso desejo, que na realidade aquilo que parece que desejamos não é realmente o que queremos. Isto nos torna seres tristes.

Quando ficamos tristes, deixamos de compartilhar com as pessoas de forma genuína, porque a relação confronta a nossa mesmidade com a mesmidade de outras pessoas e nos transforma em competidores. Quando eu levanto os olhos do celular, encontro um olhar e tenho que fazer algo com essa pessoa que está me olhando. E isto gera cada vez mais medo nas crianças, considerando também a pandemia.

Além disso, em uma época de incerteza e precariedade, o apelo constante a “sair da nossa zona de conforto” não só é paradoxal, como também cruel...

É cruel e me chama a atenção que pessoas especializadas estejam sendo chamadas a sair de uma zona de conforto que é tão difícil de construir. O perigo disto é que estão sendo criados sujeitos absolutamente desorientados. Não sabemos mais onde temos que estar primeiro, não sabemos definir qual é a nossa zona de conforto, pois quanto tenho que ganhar em meu trabalho para que seja confortável? Porque estão constantemente me dizendo, por outro lado, que preciso me reinventar permanentemente.

Não terei um salário digno até ser o funcionário perfeito e pleno, mas se eu tiver que me reinventar o tempo todo, quando serei um trabalhador pleno? Penso que no final das contas é um jogo muito perverso, que com esse governo da ‘emociocracia’ manipula as nossas expectativas. Um dia você será pleno, um dia a sua felicidade chegará. No entanto, nunca chega. E é a partir daí que surge todo esse mercado das emoções e o mercado de comportamentos.

Considera que o atual uso – e abuso – da precariedade como conceito nos desativa politicamente, ou seja, que, à força da repetição, simplesmente consideramos que as coisas são como são, que “é isto o que há”? Como se houvesse certo catastrofismo que nos leva a não defender uma saída, mas, sim, a optar pelo “salve-se que puder”.

Totalmente. Aqui, sou pessimista em termos antropológicos, mas não em termos metafísicos. Quero dizer: não acredito que tudo esteja perdido. Penso que o ser humano é o que é, que até certo ponto somos inimigos, que todos lutamos por um emprego melhor, por uma posição social. Contudo, chega um momento em que você olha para o rosto da outra pessoa e precisa se perguntar: quero acrescentar mais sofrimento à vida da outra pessoa ou quero tornar o mundo um lugar mais habitável?

Evidentemente, quando falamos desta frustração que temos pela precariedade, por condições econômicas e sociais complicadas, penso que temos que usá-la não como uma veia pessimista em termos de catastrofismo, de “olha como estamos, não podemos resolver nada”, mas muito pelo contrário: “olha como estamos, temos que nos unir em comunidade para falar das coisas que nos preocupam e depois agir”.

Reivindico permanentemente um pensamento alegre que lute justamente contra essa tristeza em que buscam nos manter. Quanto mais entristecidos estivermos, mais técnicas de disciplinamento emocional buscaremos para nos acostumarmos ao que não deveríamos nos acostumar.

Então, ainda que saibamos que o ser humano continuará fazendo guerras, que alguns vão continuar lutando contra outros, eu me perguntaria: você quer estar nessa cadeia? Quer ser hobbesiano ou quer criar um mundo melhor a partir da concórdia, a partir de certo otimismo pessimista? Gosto muito deste jogo paradoxal. Temos que ver o futuro com esperança, mas nunca deixando de lado o que somos: animais que em termos biológicos buscam a sua sobrevivência.

No final do livro, você cita Friedrich Schiller quando diz que as humanidades nos ajudam a passar de escravos a legisladores de nossa liberdade. E sua posição é categórica: “Uma educação sem uma carga letiva considerável em humanidades nos entrega à vassalagem intelectual e emocional”. Por quê?

Quando falo das humanidades, refiro-me sobretudo ao enfoque humanístico: é possível lecionar matemática, biologia, a partir de um enfoque humanístico. Aqui, o problema é esquecer a pergunta pelo porquê. Quando tenho que ensinar, também tenho que educar, ou melhor, em gerúndio: enquanto estou ensinando, também estou educando. O problema é que o conhecimento está sendo deixado de lado e o que importa é o famoso know-how, saber como fazer as coisas, sem necessariamente saber o que se está fazendo, nem o conhecimento que está por trás.

Então, quando na educação o conhecimento fica a serviço de criar uma boa mão de obra futura, sempre nos situará no futuro. E os estudantes sentem e veem isso. Quando estão estudando uma disciplina, a única coisa que veem é a aplicabilidade: “E para que servirá isto?” O enriquecimento no presente é visto como algo muito mais desnecessário, algo que pode ser dispensado: “Não preciso aprender, não preciso conhecer, o que preciso é saber fazer coisas para poder enfrentar uma vida futura da melhor forma possível e poder ser ganhando muito dinheiro”.

Eu questionaria por que as novas gerações são tão obcecadas pelo dinheiro. É cada vez maior o vício de adolescentes e jovens em jogos, apostas. É cada vez maior a frustração por não poder chegar aos padrões econômicos que se acredita que grande parte da população possui. E eu penso que as humanidades, aqui, podem fazer muito para nos perguntarmos o que temos de fazer na sociedade, pararmos de ser seres beligerantes que se enfrentam e começarmos a ver em termos de comunidade.

O que você responde aos seus estudantes quando perguntam “para que servirá aprender sobre Kant, sobre Sócrates etc.”?

Sempre digo a eles que a pergunta está errada, que o conhecimento serve justamente para não servir. Penso que é a lição mais enriquecedora que podem levar: não temos de nos perguntar para que serve esse ou aquele conhecimento, mas devo me perguntar em que medida posso me dar conta daquilo que estou fazendo, sem querer fazê-lo. Para justamente perceber se estou exercendo a minha liberdade ou a estou delegando a outros, a outras instituições políticas, econômicas e até mesmo educativas.

O mais importante é sair dessa “indolência natural” que nos pede, como a bois e a cabras, para ficarmos deitados. O ser humano é o ser que constitutivamente ousa dizer não à indolência natural e a acolher a sua liberdade com responsabilidade. O conhecimento serve para ao menos saber em quais tipos de servidões você está caindo.

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