O mosaico cardinalício continua a assumir diferentes tonalidades

Um mosaico de muitas cores. É assim que o agora cardeal José Cobo define o Colégio Cardinalício, mas na realidade a Igreja - e é por isso que se diz que ela é católica, universal, uma orquestra sinfônica e sinodal, nas palavras de Francisco no consistório - se encaixa na mesma definição. E isso é perceptível quando se chega a Roma, ainda mais quando se faz isso em datas em que as procedências são tão diversas quanto em um consistório.

O comentário é de Luis Miguel Modino, padre espanhol e missionário Fidei Donum.

Alguns poderiam dizer que todos os cardeais usam vermelho, uma vestimenta que representa seu compromisso de dar o sangue pelo Sumo Pontífice, embora saibamos que há membros desse colégio exclusivo que seriam os primeiros a abandonar o barco, mas por baixo das vestes há uma vida, um sentimento, uma cultura, um elemento importante em uma Igreja, a do Papa Bergoglio, que também no Consistório de 30 de setembro fez referência a ela, onde o multiculturalismo é uma realidade que não pode ser ignorada.

Consistório (Foto: Luis Miguel Modino)

Desta vez, foram 21 cardeais que receberam o capelo, 10 deles europeus, o que ainda é quase a metade, 6 do continente americano, 3 africanos e 2 asiáticos. Entre eles, há cardeais por sede curial, cardeais por sede episcopal, embora essa seja uma lógica não muito presente no atual pontificado, e cardeais com os quais ninguém, nem eles mesmos, poderiam ter sonhado há alguns meses, alguns eméritos, outros com uma longa carreira pela frente.

É a nova configuração do Colégio Cardinalício, e se pensa nas novas formas de ser cardeal. A maneira como cada um deles entende a vida e a Igreja não é a mesma, e não há dúvida de que isso influencia na hora de pensar a Igreja e de liderá-la, de torná-la uma presença do Reino de Deus, e isso é alcançado por aqueles que se tornam sua principal preocupação.

Consistório (Foto: Luis Miguel Modino)

Párocos de Roma que percorrem as ruas do mundo, que enfiam os caminhos em busca daqueles que estão fora da sociedade, muitas vezes também fora da Igreja. Homens chamados a se reunir em torno de Pedro, a quem, em Francisco, fizeram um juramento de fidelidade. Em uma Igreja cada vez mais minoritária, todos os batizados, inclusive aqueles que alcançaram a púrpura, são desafiados a ser um sinal de unidade, de comunhão, participação e missão, de sinodalidade, mas haverá tempo para falar e escrever sobre isso no próximo mês.

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