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O contramito torre de babel não Trata de Multiplição de línguas (GN 11,1-9). Artigo de Frei Jacir de Freitas Faria

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16 Fevereiro 2023

"Para compreender Gn 11,1-9 como contramito ao mito babilônico, teremos de focar em duas questões, a saber: a estrutura do texto e o sentido de alguns substantivos e verbos utilizados na narrativa. É bem conhecida a narrativa da torre de Babel. O povo decide construir uma torre que atinja os céus. Deus desce e confunde a língua dos construtores e o projeto não segue adiante. É isso mesmo? Vejamos", escreve Frei Jacir de Freitas Faria, OFM.

Frei Jacir é doutor em Teologia Bíblica pela FAJE (BH), mestre em Ciências Bíblicas (Exegese) pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e professor de Exegese Bíblica. É membro da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB), padre franciscano e autor de dez livros e coautor de quinze.

Eis o artigo.

O texto sobre o qual vamos refletir hoje é polêmico. Trata-se de torre de Babel (Gn 11,1-9), tradicionalmente interpretado como multiplicação de línguas no mundo. Seria como se, antes desse fato, todos os seres humanos se entendessem a partir de uma mesma língua, mas quando o ser humano quis chegar ao céu por meio da construção de uma torre, isto é, quis dar um “golpe de estado” e assumir o poder divino, Deus interveio e confundiu as línguas, dando origem a povos. E cada um seguiu o seu destino sem poder se entender. Desse modo, Deus se viu livre do concorrente. Desafio você a ler Gn 11,1-9 como contramito (contraposição) ao mito babilônico da fundação de Babilônia, local onde o povo de Deus esteve exilado por cinco décadas (596 a 538 a.E.C.).

Gn 11, 1-9 é um contramito, uma resposta contrária ao mito babilônico, a casa dos grandes deuses, construção levada a cabo pela divindade maior da Babilônia, Marduk, bem como o mito Esagila, também babilônico, o qual descreve a construção de um templo/torre da terra, símbolo do céu infinito, feita pelos deuses vencidos da terra em honra a Marduk.

Visto nessa perspectiva, Gn 11, 1-9 tem como objetivo mostrar como os mega e injustos projetos humanos, presentes e futuros, serão sempre impedidos por Deus. Colocada no fim do bloco de Gn 1–11, essa passagem quer nos ensinar que a mesma Babilônia que exilou o povo de Judá e o dispersou pelo seu império será também dispersada por Deus.

O mito babilônico chamado de Enûma Elîsh narra que Marduk, após ter vencido a batalha dos deuses, torna-se o deus supremo da Babilônia. O ser humano é feito do sangue dos deuses vencidos para ser seu escravo. Os deuses vencidos da terra constroem um templo para Marduk. Esse templo foi chamado de Babilônia que significa a “a casa dos grandes deuses”. Ele foi considerado o templo do céu infinito. Imagine o povo de Deus exilado na Babilônia ouvindo esses relatos míticos! Contrapondo o mito babilônico, as lideranças judaicas criaram o mito da torre de Babel para mostrar a ação do Deus de Israel.

Para compreender Gn 11,1-9 como contramito ao mito babilônico, teremos de focar em duas questões, a saber: a estrutura do texto e o sentido de alguns substantivos e verbos utilizados na narrativa. É bem conhecida a narrativa da torre de Babel. O povo decide construir uma torre que atinja os céus. Deus desce e confunde a língua dos construtores e o projeto não segue adiante. É isso mesmo? Vejamos.

O pensamento semita ou povo da Bíblia tem uma estrutura diferenciada para narrar os fatos. Para nós, o mais importante de um texto está fim, na conclusão. Para eles, a ideia principal é colocada no centro e vem realçada por oposição ou contraposição de outras que se alternam. Portanto, para entender a relação entre os mitos Torre de Babel e a Casa de Babilônia, há que se considerar os versículos 6a e 9b do capítulo 11 de Gênesis. O primeiro é o centro da narrativa, e o segundo, objetivo final do relato. Neles está dito que Deus vai impedir o fazer dos babilônios (v. 6b) e dispersá-los por toda a terra (9b). E esse é, então, o objetivo final do mito: impedir o fazer do dominador e dispersá-lo por toda a terra. O agir humano chegou ao seu limite, agora será fácil fazer coisas piores. Os grandes projetos precisam ser impedidos. O centro não está em Deus descer para confundir a língua dos construtores da torre, mas a sua atitude de impedir o fazer o humano e dispersar o opressor.

Essa estrutura literária é confirmada a partir do sentido de algumas palavras utilizadas. O texto fala de língua ou linguagem? Qual a diferença entre eles? Cada povo tem sua língua, e dentro dele existem grupos que têm a sua linguagem própria, a partir da profissão que exercem. Quem não é advogado tem dificuldade para entender os termos técnicos, o modo advocatício de se comunicar. A teologia, da mesma forma, tem sua linguagem própria. O neoliberalismo tem uma linguagem muito diferente daquela do mundo árabe islâmico.

O hebraico tem dois substantivos para falar de linguagem (ato de comunicar-se) e de língua (idioma). Linguagem é shafat e língua, lashôn. Nisso reside a compreensão do contramito. Shafat (linguagem) aparece nos versículos 1, 6a, 7a, 7b e 9a. Caso a comunidade que produziu esse texto quisesse dizer língua/idioma, teria utilizado o substantivo lashôn, o qual aparece em Gn 10, 5.20.31 para designar os diferentes povos e suas línguas. A partir deles, fez-se a dispersão nas ilhas das nações. “Esses foram os filhos de Jafé, segundo suas terras e cada qual segundo sua língua (lashôn), segundo seus clãs e segundo suas nações.” (Gn 10, 5). Assim, no capítulo 10 trata-se, de fato, das diversas línguas (idiomas) dos povos, mas em 9, 1-1, não se trata de língua, mas de linguagem.

Outro detalhe do contramito está na utilização do verbo Balal. Ele aparece nos versículos 7 e 9 e significa mesclar, confundir, mas não multiplicar, diversificar. O texto não quer dizer que Deus multiplicou as línguas/idiomas, mas fez com que os opressores não pudessem mais se entender no modo que eles se comunicavam, a partir da linguagem. A torre de Babel evidencia que um modo único de falar, sobretudo no campo da economia, estava e está ao serviço do projeto opressor. Balal tem, portanto, o sentido de impedir a ação do opressor a partir da “confusão” de seu projeto. Assim, não foram línguas multiplicadas, mas projeto confundido.

O outro verbo utilizado é Pus, que aparece nos versículos 4b, 8 e 9b. O seu significado não é o de dispersar o povo para criar ou distinguir um povo de outro, mas esparramar, espalhar, no seu sentido teológico de perder a identidade de um grupo antes unido. Assim também ocorrerá, alude o mito, com a Babilônia.

O contramito de Gn 11,1-9 ironiza os babilônios. O projeto deles, que, antes, parecia ser o melhor para o repouso dos deuses, torna-se uma grande dor de cabeça. Ele não é tão seguro e promissor como eles imaginam. Em nossos dias, basta relembrar o exemplo da derrubada das torres gêmeas de Nova York, em setembro de 2001. Esse fato colocou os poderosos Estados Unidos da América em polvorosa, em situação de vulnerabilidade. O que parecia seguro, infalível, ruiu. Sem ser fundamentalista, chama a atenção o dia do ocorrido, 11/09/2001. Isso corresponderia a Gn 11,1-9? Bin Laden pensou nisso ao escolher o dia do ataque? Pode ser.

O megaprojeto humano, simbolizado na fabricação humana de uma torre e de um nome-fama, teve o seu fim trágico: a poderosa Babilônia (Babel) foi dispersa por Deus. Ela pagou, miticamente pagará, pelos males feitos contra o povo escolhido do Senhor. Assim também ocorrerá com os projetos opressores de nosso tempo. Babilônia continua viva no meio de nós!

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