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Espanha. Eichmann na fronteira

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28 Junho 2022

 

“Ser um Eichmann que cumpre o seu trabalho, mesmo que presida um governo. É que a necropolítica é o governo real, a lógica na qual toda essa parafernália institucional e democrática, que deseja se mostrar limpa e livre de culpa, funda seus alicerces, alheia aos corpos golpeados e as vidas perdidas”, escreve a jornalista Sarah Babiker, em artigo publicado por El Salto, 25-06-2022. A tradução é do Cepat.

 

Eis o artigo.

 

Dezenas de corpos humanos agonizantes amontoados no chão. Não é um filme. Se fosse um filme, ao menos os espectadores deixariam rolar alguma lágrima. Se fosse o caso de uma ficção com um bom roteiro, com personagens profundamente focados, se tivéssemos visto na versão original legendada flashbacks das longas viagens desses corpos que jazem sob o sol, desde o momento em que decidiram que, apesar de tudo, era preciso tentar, uma dor aguda tomaria o nosso corpo, ativando nossa humanidade.

 

As cenas em que abraçaram suas mães pela última vez, deram algum beijo na cabeça de alguma criança, viriam acompanhadas por uma trilha sonora de piano, suave e emocionante, que sumiria lentamente, enquanto vemos os personagens se afastando de sua casa, com as costas curvadas pelo peso da responsabilidade de sustentar uma família.

 

Se tivessem contado para nós a respeito de sua luta pela sobrevivência, as maneiras inteligentes como escaparam das forças de segurança bem financiadas para impedi-los de passar a qualquer preço, os milhares de quilômetros percorridos por um enorme continente, se os tivéssemos visto decidir coletivamente que todos permaneceriam juntos até a fronteira, que a união faz a força, que a sua dignidade está acima dos milhares de milhões de euros que irrigam a indústria da fronteira, teríamos aplaudido diante da tela o momento em que se dirigem decididos e corajosos para a cerca.

 

O sacrifício e o esforço, a resiliência que está tão na moda, a coragem, porque é preciso muita coragem para subir em uma cerca vigiada de um lado e do outro por policiais que veem você como um subumano ou inimigo, seriam os temas principais, o enredo humano universal deste filme. Quem não se simpatizaria com os corpos empilhados de dezenas de homens que morrem lentamente sob o sol, após ser atacados com gases lacrimogêneos, derrubados a pedradas e balas de borracha, arrastados para o chão, espancados e abandonados aí. Corpos que suam, choram e sangram [!]. Que diferença existe entre os vídeos que a Associação Marroquina de Direitos Humanos lançou e as imagens dos filmes premiados com o Oscar sobre a Segunda Guerra Mundial, que fizeram gerações chorar?

 

Mas não se trata de um filme, não há lugar para a empatia nos telejornais, nem para progressismo, quando se trata de homens negros. A banalidade do mal é também felicitar-se diante da imprensa pelo bom trabalho de colaboração entre as forças da fronteira, em uma operação que acabou com ao menos 27 vidas.

 

Ser um Eichmann que cumpre o seu trabalho, mesmo que presida um governo. É que a necropolítica é o governo real, a lógica na qual toda essa parafernália institucional e democrática, que deseja se mostrar limpa e livre de culpa, funda seus alicerces, alheia aos corpos golpeados e as vidas perdidas. E assim, de repente, você se vê transformado em um burocrata nazista, possibilitando com a eficiência e formalidade que compete a morte de outros, assinando acordos que são sentenças de morte coletivas e sumárias.

 

Os filmes contam com o luxo de oferecer uma introdução, começo, nó, desenlace. As notícias mostram as consequências, mas não mostram as causas. Não falam sobre como as mudanças climáticas se voltam contra tantos países africanos, do Sahel abandonado à violência das empresas estrangeiras invasoras e dos governos europeus, estadunidenses e chineses que as apoiam incondicionalmente em sua pilhagem.

 

As vidas de milhões de pessoas se tornam abstração ameaçadora, a linguagem se conjuga longe de tudo o que é humano, e é o léxico da necropolítica que se impõe: avalanche, ataque violento à cerca, invasão, defesa, controle de fronteiras, migrantes ilegais. A linguagem que permite se sair bem diante da imprensa, felicitando-se por uma atuação que deixou dezenas de jovens mortos.

 

A linguagem que esconde algo que também deveria passar a ser reconhecido diante das câmeras: que estão melhor mortos do que em nosso território, que sua morte concreta e real é preferível a alimentar com sua presença as hipóteses fantasmagóricas da extrema direita sobre substituições populacionais, caos e criminalidade.

 

Que outra coisa é possível fazer, se aqueles que estão a salvo pouco se importam, pois é preciso defender nossas fronteiras [?]. É sempre a morte de outros que se apresenta como, quando não desejável, ao menos inevitável.

 

E enquanto isso, nas redes sociais, podemos vivenciar a inquietante distopia de ver os nazistas dos filmes da Segunda Guerra Mundial, os racistas e odiadores de toda a vida, cuspir em nós online e com poucos caracteres todo o repertório ideológico que alimentou apartheids, campos de concentração e genocídios ao longo da história.

 

Talvez não seja preciso chamá-los de nazistas, porque os nazistas são apenas um episódio muito bem documentado de uma constante na história, de uma mistura fatal de ódio, banalidade do mal e indiferença da qual se alimentam as valas comuns.

 

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